Discurso direto – “Vão presos e saem formados em crime”

Correio da Manhã | 31.12.10

Albino Almeida, Presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, acerca da proposta de lei sobre bullying.

Correio da Manhã – Como comenta a proposta do Governo que prevê prisão para os agressores em ambiente escolar?
Albino Almeida – Espero que essa proposta de lei seja aplicada nas escolas com bom senso, porque os exemplos que temos de leis aplicadas pela Justiça são muito maus, com sinais claros de que funciona muito mal.

– Qual será o resultado da aplicação desta proposta de lei?
– Vamos acreditar que não venha contribuir para trazer ainda mais confusão à Justiça e para entupir os tribunais que já estão sobrelotados. Esperemos que não resulte na criação de processos que depois não dão em nada e que só vão atrasar o funcionamento dos tribunais.

– Não concorda, portanto, com a proposta do Governo?
– Estaremos a retirar os nossos jovens do sistema educativo e a enviá-los para o sistema prisional. Entram nas cadeias por um delito e acabam por sair delas com a formação completa em criminalidade. Já expressámos ao Governo o desejo de que esta proposta de lei não seja mais um salto para o escuro. Não concordamos que este seja o melhor passo. As pessoas vão presas, mas não é por isso que o Mundo fica um local mais seguro. Isto não nos deixa nada tranquilos.

– Que significado atribui aos processos que não dão em nada, que referiu?
– Todos os anos existem vários processos sobre violência escolar que nunca sabemos como é que terminam. A Procuradoria-Geral da República diz sempre que existem ‘x’ casos sobre violência escolar. Mas e qual é o resultado? Como é que eles terminam?

– Como reagem as famílias?
– Os alunos têm um sentimento de impunidade e já não ligam nenhuma a estas medidas. Deve apostar–se na prevenção. Se a intenção é responsabilizar as famílias dos agressores, então acreditamos que existem outras formas de o fazer.

Familiares dos alunos também serão abrangidos pela criminalização do bullying

Público | 30.12.10

Proposta de lei do Governo prevê penas até dez anos. Professores aplaudem ideia. Partidos estão divididos. Aos menores de 16 anos que incorram em violência serão aplicadas medidas tutelares educativas.

Os familiares dos alunos podem vir a ser acusados da prática de bullying caso cometam atos de violência nas comunidades escolares a que estes pertençam. A proposta de lei do Governo para a criminalização da violência escolar prevê penas até dez anos aplicáveis aos estudantes com mais de 16 anos.

A grande novidade do texto legislativo, a que o PúBLICO teve acesso, é que as penas previstas são aplicáveis aos pais dos alunos e demais familiares até ao terceiro grau sempre que estes sejam responsáveis por agressões a membros da comunidade escolar a que pertença um parente seu.

O articulado proposto pelo Governo determina que os autores de violência física ou psicológica a membros da sua comunidade escolar podem ser punidos com pena de prisão de um a cinco anos. A condenação pode sofrer um agravamento caso a ofensa seja considerada grave, com uma moldura penal que vai de dois a oito anos. Em caso de morte, o agressor será punido com uma pena de três a dez anos.

O crime de violência escolar segue o modelo já utilizado pelo Código Penal para os crimes de violência doméstica e de maus tratos. As penas de prisão serão aplicadas aos alunos maiores de 16 anos, mas a proposta prevê ainda que, nos casos em que os agressores tenham idades entre os 12 e os 16 anos, possam ser-lhes aplicadas medidas tutelares educativas.

As medidas defendidas pelo Governo foram bem recebidas pela Associação Nacional de Professores. “Vai de encontro àquilo que vimos defendendo”, diz o seu diretor, João Grancho. “A proposta vai no sentido adequado para conter um crescendo de violência nas escolas”, acrescenta.

A proposta de lei tinha sido aprovada em Conselho de Ministros no final de outubro e chegou agora à Assembleia da República, onde será discutida no início do ano, mas está já a dividir os deputados. O PS considera o diploma um “bom contributo” para combater a violência escolar. “Vem complementar a dimensão pedagógica que tinha sido reforçada com o novo Estatuto do Aluno”, sustenta o deputado Bravo Nico.

Já o CDS considera que o Governo “dá a mão à palmatória em toda a linha” ao apresentar esta proposta que vai de encontro à apresentada pelo partido em 2007, onde era considerado agravante o facto de um crime ser cometido em contexto escolar. “A realidade, mais uma vez, venceu o preconceito”, acusa o deputado Nuno Magalhães, lembrando que o PS tinha votado contra a proposta, acusando o CDS de “securitarismo”.

Essa acusação é agora feita pelo PCP em relação ao Governo. “Até podem levar os miúdos todos presos. Enquanto não houver mais meios nas escolas, como um reforço do pessoal não docente, o problema de fundo não será resolvido”, considera Miguel Tiago. O deputado comunista defende ainda que a criação do crime de violência escolar é redundante. “O crime de agressão não deixa de o ser pelo facto de ser cometido dentro de uma escola”, exemplifica. PSD e BE reservam uma posição para os próximos dias.

Algoz: Perigos e falta de higiene na EB1 + JI Pais pedem segurança

Correio da Manhã | 23.11.10

Um grupo de encarregados de educação de alunos da Escola Básica nº 1 e Jardim de Infância (EB1+JI) de Algoz marcou para hoje de manhã um cordão humano à volta do estabelecimento de ensino, como forma de alertar a comunidade para a insegurança e falta de higiene. O grupo está a promover também um abaixo-assinado, que será entregue à presidente da Câmara de Silves.

“Tenho vindo a alertar para coisas que não estão corretas, nomeadamente a entrada em terra batida, pedras levantadas no recreio, crianças não vigiadas, acumulação de lixo nas salas e falta de limpeza nas casas de banho”, disse ao CM João Martins, o dinamizador do protesto.

O filho de João Martins caiu na escola no passado dia 12. Em abril, um menino de nove anos cortou-se nos ferros da vedação da escola e ainda anda em tratamentos. A vedação foi intervencionada pela câmara na semana passada.

Lúcia Silva, presidente da associação de pais, admite que “existe insegurança e problemas de higiene por falta de pessoal”, mas não concorda com a forma como a manifestação foi convocada.

Vão entrar três funcionárias
O diretor do Agrupamento de Escolas de Algoz, Carlos Silva, admitiu ao CM que há “deficiências”, mas justificou-as com a “falta de três auxiliares”. Garantiu ainda que a câmara tem feito intervenções, na medida daquilo que o contexto de crise permite.

Isabel Soares, presidente da Câmara de Silves, confirmou ao CM que a limpeza está agora assegurada pela autarquia e garantiu que as três funcionárias em falta vão ser admitidas no dia 2 de dezembro.

Esmoriz: Alunos atearam fogo a lata durante curso de jardinagem – Menor queima-se com gasolina na aula

Correio da Manhã | 13.11.10

Aquilo que seria apenas uma brincadeira entre três alunos da Escola Secundária de Esmoriz (Ovar) terminou ontem de manhã em tragédia. Durante uma aula de jardinagem, o grupo de alunos ateou fogo a uma lata de gasolina e João Silva, de 17 anos, acabou por ser atingido pelas chamas na cara e no peito. O jovem, que frequenta o 9.º ano, foi transportado para a unidade de queimados dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), onde está internado em coma induzido.

“Eles estavam na aula, que é sempre ao ar livre, andavam em grupos de três. Não sabemos a razão, mas decidiram atear uma lata de gasolina. O João ficou muito queimado, estava em pânico”, contou ao CM Jéssica Teixeira, aluna da escola.

Tudo aconteceu pelas 11h00, altura em que os três jovens estavam numa aula no jardim da escola. Os estudantes decidiram então atear fogo à lata de gasolina. A certo momento, sopraram para o fogo aumentar de intensidade, mas as chamas descontrolaram-se e acabaram por atingir João, que sofreu queimaduras de segundo grau na cara e no peito.

“Os amigos dele contaram que começaram a soprar para a lata arder mais e as chamas atingiram–no. A professora andava com os outros grupos e não se apercebeu do que aconteceu”, explicou Daniela Gonçalves, outra estudante.

Ao se aperceberem do que tinha acontecido, os amigos de João pediram de imediato ajuda. Apesar das dores, o jovem conseguiu permanecer consciente até à chegada dos Bombeiros de Esmoriz, que o transportaram para a unidade de queimados dos HUC.

O Correio da Manhã contactou o conselho diretivo da escola, que se recusou a adiantar quaisquer explicações. A professora que estava a lecionar a aula de João Silva fez no entanto questão de acompanhar a mãe do jovem ao hospital.

V. N. Gaia: Condenada a dois anos de pena suspensa por maus tratos – Professora agredia alunos à vassourada

Correio da Manhã | 14.11.10

Sempre que algum aluno perturbava a aula, a professora, com cerca de 50 anos, reagia ao murro e pontapé.

Entre setembro e novembro de 2007, pelo menos quatro alunos, todos com nove anos, foram violentamente agredidos com recurso a vassouras, sapatos e até guarda-chuvas. A docente, que dava aulas numa escola primária de Vila Nova de Gaia, foi denunciada e condenada no início deste ano a dois anos de pena suspensa – condenação que a Relação do Porto agora confirmou.

A professora, que leciona há 33 anos, foi também alvo de um processo disciplinar instaurado pela Direção Regional de Educação do Norte, no qual foi condenada apenas a 300 euros de multa. Continuou a dar aulas, mas está de baixa médica há alguns meses.

Os maus tratos aos menores começaram no ano letivo de 2007/ /2008, durante as aulas. Perante situações de mau comportamento por parte das crianças, a docente atacava-os com pontapés, estalos, vassouras, sapatos e até uma pantufa. A mulher ameaçava-os ainda: caso contassem algo aos pais, seria muito pior. Na maioria das situações, os menores começavam a chorar, face às fortes dores que sentiam.

Num caso, a professora chegou a agredir um menino com a bota e desferiu-lhe várias pancadas com o cabo da vassoura nos ombros, causando-lhe, assim, muitas dores. O acórdão da Relação relata ainda os casos de uma menina que caiu após levar um pontapé no peito e de uma criança a quem a professora partiu um guarda-chuva nas costas, apenas porque aquela tinha sorrido.

“é inconcebível numa sala de aula aquele tipo de ação da professora para com o aluno, quer para pôr fim a um qualquer distúrbio, quer para reagir a uma qualquer ação”, dizem os magistrados.

Ao fim de dois meses de sofrimento, as crianças acabaram por ganhar coragem e contaram aos pais o que estava a acontecer.

Bullying: Estudante aterroriza Escola secundária Gil Eanes, em Lagos – Pontapé coloca aluno no hospital

Correio da Manhã | 13.11.10

Há muito que Iuri, de 16 anos, tinha escolhido João (nomes fictícios), de 17, como sua vítima preferencial: gozava com ele, beliscava-o, puxava-lhe o cabelo e importunava-o constantemente. Há dias, bateu-lhe com uma pasta na cabeça, situação que levou João a, finalmente, fazer queixa do agressor à direção da Escola Secundária Gil Eanes, em Lagos, onde ambos estudam.

O gesto, contudo, acabaria por sair caro ao estudante do 11.º ano de Turismo. Anteontem, por vingança, Iuri, ucraniano, que frequenta o 10.º ano e é praticante de artes marciais, esperou pelo colega à porta da escola e agrediu-o com um pontapé na cara.

“Eram 16h40 e as aulas tinham acabado. O João saiu com os colegas e o outro rapaz estava à espera dele, à frente do portão da escola. Mal o viu, empurrou-o e depois deu-lhe um pontapé na cara. Ele caiu desamparado e bateu com a parte de trás da cabeça no chão. Começou a tremer e a perder a consciência”, relatou ao CM uma amiga, que assistiu a tudo.

João ficou gravemente ferido e está agora internado no Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, em Portimão, depois de ter passado pelo hospital de Lagos. Apresenta traumatismo craniano e amnésia pós-trauma. A mesma testemunha lamenta que a escola não tenha chamado logo “nem a PSP nem o 112”. Conta que João foi ajudado por uma auxiliar, que o “levou para dentro e o sentou numa cadeira”. Apesar das dores e de mal conseguir falar, “ele ainda foi à CAP [Comissão Administrativa Provisória] da escola expor o caso e só depois foi levado por uma funcionária, na sua viatura particular, para o hospital”.

O agressor, disse ontem ao CM a assessora da CAP do estabelecimento de ensino algarvio, “está já a ser alvo de um processo disciplinar e vai ficar suspenso até à conclusão do mesmo”.

O caso de bullying era já conhecido da comunidade escolar. Iuri estendia a sua atitude violenta tanto a outros alunos como aos professores e auxiliares de ação educativa da escola Gil Eanes.

Escola averigua e suspende jovem agressor
A Escola Secundária Gil Eanes “está a averiguar as circunstâncias do sucedido e instaurou um processo disciplinar contra o agressor”, que vai ser suspenso até à conclusão do mesmo, disse ao CM a assessora da Comissão Administrativa Provisória da Escola Secundária Gil Eanes. A mesma responsável disse que o estabelecimento de ensino tomou conhecimento do caso “ao fim da tarde de anteontem” e garantiu que “foram de imediato tomadas as devidas precauções e acionados os mecanismos necessários”.

Castelo Branco – Mãe de aluno dá pontapés em professora

Correio da Manhã | 30.10.10

Uma professora do ensino básico do Agrupamento de Escolas Afonso de Paiva, em Castelo Branco, foi espancada dentro da sala de aulas pela mãe de um aluno. A turma, constituída por 16 crianças, na maioria de sete anos, assistiu às agressões.

“Ela entrou na sala, puxou-me os cabelos, insultou-me, deu-me bofetadas, pontapés, e atirou-me ao chão. Foi horrível”, contou ontem Lídia Ramos ao CM.

A agressora alega que a docente deu uma palmada ao filho na sala de aulas. Lídia Ramos desmente. E lamenta a falta de segurança no estabelecimento, que “permite a entrada a qualquer pessoa, até na sala de aulas”.

Não foi possível obter uma reação do responsável pelo agrupamento, porque Joaquim Abrantes passou o dia “em reuniões”.

Quarteira: Agressões terão ocorrido na Escola 2,3 D. Dinis e nas suas imediações – Aluno denuncia bullying

Correio da Manhã | 28.09.10

O pai de um aluno da Escola 2,3 D. Dinis, de Quarteira, no Algarve, queixa-se do filho ter sido alvo de bullying por colegas mais velhos.

“Quatro alunos do curso de Educação Formativa, com cerca de 17 anos, queriam obrigar o meu filho, de dez anos, a chamar nomes à professora. Como o Samuel recusou e os denunciou à docente, vingaram-se”, contou ao CM Rui Costa, pai do jovem aluno.

“Na sexta-feira, obrigaram-no, à estalada, a comer pequenas pedras. No domingo, o meu filho estava a brincar na rua, perto da escola, com outros jovens. Vieram os agressores e meteram-no, à força, dentro de um caixote do lixo público”, refere Rui Costa, revoltado com o facto de ainda lhe terem arremessado uma beata a arder para dentro do recipiente. “Para o miúdo não sair, colocaram uma pedra na tampa. Só meia hora depois, os outros amigos do Samuel alertaram um adulto que passava no local e que libertou o meu filho”, salienta Rui Costa, insatisfeito com a direção da escola. “Receberam-me no hall de entrada e mandaram-me falar com a GNR”.

fonte do conselho diretivo disse ao CM que o “aluno é problemático e de difícil integração”, adiantando que “criou muitos problemas no ano passado e tem sido acompanhado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens”.

Lourinhã: Na EB 2,3 Dr. Afonso Rodrigues Pereira – Ameaça docente com tesoura

Correio da Manhã | 25.09.10

Um aluno de 11 anos ameaçou a professora com uma tesoura na sala de aula, anteontem, na escola básica de 2.º e 3.º ciclos Dr. Afonso Rodrigues Pereira, na Lourinhã. Na origem da tentativa de agressão terá estado uma discussão em torno do computador Magalhães.

O aluno, R. Santos, já referenciado por outros episódios violentos, encontra-se suspenso e ontem já não foi às aulas. Os pais, ambos desempregados, foram informados pela Comissão Administrativa Provisória (CAP) da escola, mas só na próxima semana vão procurar saber qual a duração da suspensão.

“Quando saiu de casa, o R. estava bem. Estava calmo. Depois telefonaram-me da escola a dizer que tinha tentado agredir a professora com uma tesoura”, contou a mãe, Carla Rodrigues, de 26 anos, desconhecendo os motivos que levaram ao gesto do filho: “Ele não me conta nada. O R. é muito calado. Não desabafa.”

Segundo João Barbosa, de 48 anos, padrasto de R. Santos, o professor Bruno Santos, assessor da CAP, explicou que “o motivo da suspensão tinha sido a ameaça à professora”. “Dizem que é um crime público e está suspenso por isso. De certeza que não quis fazer mal à professora. Parece-me exagerado”, afirmou João Barbosa.

O casal e os três filhos – R. Santos (11), B. Santos (9), do primeiro relacionamento de Carla, e E. Barbosa (3), do atual – moram no bairro social da Ladeirinha, na freguesia de Reguengo Grande, e vivem com 600 euros do rendimento social de inserção. “Os novos colegas de turma têm Magalhães e ele não. Acho que as razões da discussão com a professora se devem a disso”, justificou o padrasto. Bruno Santos, da CAP, por sua vez, explicou que “o assunto está a ser legalmente tratado”.

Mafra: Aluno de 11 anos atacado por colega no bar do colégio – Agrediu colega com mochila

Correio da Manhã | 20.09.10

O jovem de 11 anos que na sexta-feira ficou ferido no Colégio de Santo André, na Venda do Pinheiro, Mafra, foi agredido na cabeça com uma mochila, atirada por um colega de 14 anos. O desentendimento entre os dois jovens teve lugar no bar do estabelecimento de ensino.

Ao que o CM apurou, a altercação ocorreu pelas 17h00, minutos depois de ambos terem saído de uma aula. Na altura, ainda estavam vários funcionários de serviço no interior das instalações do colégio. O jovem de 14 anos chegou junto do mais novo, no bar do colégio, e tentou averiguar os motivos de uma atitude que o outro tinha tido e com a qual não havia concordado.

A discussão entre ambos foi testemunhada por vários estudantes, tendo, então, o aluno de 14 anos levantado a mochila que carregava, arremessando-a contra o colega mais jovem, que ainda tentou desviar–se, mas foi atingido na cabeça.

A mãe do rapaz de 11 anos foi buscá-lo à escola e, notando que o filho estava a sentir–se mal, transportou–o ao centro de saúde de Mafra. Foi-lhe diagnosticado um traumatismo craniano, com recomendação médica de assistência no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Assistido a partir das 20h48, o rapaz teve alta pelas 21h39. A mãe do jovem vai denunciar o caso ao Conselho Diretivo do Colégio de Santo André.

Samora Correia: Casal detido e vítima tratada no centro de saúde – Pais violentos agridem docente

Correio da Manhã | 17.09.10

Os pais de uma criança que frequenta o Centro Educativo de Samora Correia agrediram ontem de manhã, violentamente, uma professora com cerca de 50 anos que leciona naquele estabelecimento de ensino.

A vítima foi conduzida ao Centro de Saúde de Benavente, onde recebeu assistência, e os agressores foram detidos no local.

Ao que o Correio da Manhã apurou, o casal – a mulher com 31 anos e o homem com 48 – recusou-se a obedecer à regra que determina a permanência dos pais na zona da entrada da escola, entregando os filhos a uma funcionária, que posteriormente os conduz às salas de aula.

Em vez de deixarem o filho aos cuidados da funcionária, os pais do menor resistiriam a qualquer argumento e acabaram por forçar a entrada na escola. Quando uma professora, que chegava naquele momento, tentou impedi-los, foi ameaçada e agredida com violência.

As ameaças e ofensas à integridade física ocorreram junto ao portão do Centro Escolar de Samora Correia. Elementos do Núcleo Escola Segura de Coruche e militares da GNR de Samora Correia assistiram às agressões, detendo de imediato o casal que as efetuou.

Mirandela: Processo da câmara iliba porteiro da escola de Leandro – “Ninguém assume culpa pela morte”

Correio da Manhã | 03.09.10

Leandro saiu da Escola Luciano Cordeiro e atirou-se ao rio Tua.

A culpa no caso da morte de Leandro, o menino vítima de bullying que se atirou ao rio Tua, parece querer morrer solteira. Depois de o Ministério da Educação ter inocentado a Escola Luciano Cordeiro, onde o menino frequentava o 6.º ano, ontem foi a vez de a Câmara de Mirandela ilibar o porteiro de qualquer culpa na tragédia. A decisão foi conhecida no dia em que se completaram sete meses após a morte da criança, de 12 anos.

“A escola não tinha dado indicações ao porteiro para controlar a entrada e saída de alunos e, no dia em que Leandro saiu da escola, o funcionário de serviço na porta executava várias funções ao mesmo tempo. Não fazia sentido condená-lo”, explicou ao CM o presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano. No processo instaurado ao porteiro, a autarquia concluiu que na altura da tragédia o funcionário não tinha qualquer forma de conseguir distinguir os alunos que iam almoçar a casa dos que ficavam na escola. “Não havia nenhum protocolo estabelecido pela escola para distinguir os alunos que iam almoçar a casa daqueles que não iam. Por isso, se alguém dizia que ia a casa, o porteiro deixava sair”, adiantou o autarca.

Em Cedaínhos, a notícia do arquivamento do processo foi recebida com muita revolta. “Ninguém assume a culpa na morte do meu filho. Mas a verdade é que o Leandro morreu e eles estão vivos. O único culpado da tragédia foi o conselho executivo da escola”, disse Amália Pires, mãe do menor.

Pais temem pelas crianças
Com o novo ano letivo a começar, os pais de Leandro receiam pela segurança dos outros dois filhos – Márcio, o irmão gémeo de Leandro, e uma menina de 10 anos. “Se eu pudesse, os meus filhos não voltavam para ali. Tenho medo do que lhes possa acontecer”, disse Amália ao CM, visivelmente emocionada.

As crianças estão a ser acompanhadas por um psicólogo desde o dia da tragédia. Márcio e um primo estavam presentes no momento em que Leandro se atirou ao rio Tua. Os dois menores não conseguem esquecer a tragédia. “Ficaram em choque com tudo o que aconteceu. Nunca vão esquecer, e a imagem do Leandro a atirar-se ao rio estará sempre na cabeça deles”, disse a mãe de Leandro, bastante abalada.

Também os pais do menino continuam a necessitar de receber apoio psicológico.

Bombarral: Pais queixam-se de insegurança na secundária – Estudante põe auxiliar de baixa

Correio da Manhã | 01.09.10

Uma funcionária da Escola Secundária do Bombarral, de 43 anos, foi agredida por um aluno de 15 e encontra-se de baixa médica. O estudante ameaçou, entretanto, voltar a agredi-la. Os “problemas de insegurança” estão a preocupar os pais.

O agressor, do 7.º ano, atacou a funcionária na última 2ª-feira, depois de esta o advertir por ter batido um portão com força. “Ele disse uma asneira e agarrou-me a mão direita, torceu-me o pulso e não me largou durante três minutos. Fiquei imobilizada”, contou à GNR do Bombarral. Um auxiliar e uma psicóloga da escola socorreram a funcionária.

Segundo o relatório médico do Centro de Saúde do Bombarral, a vítima “foi agredida com torção de mão e punho direito e apresentava edema, com impotência funcional de punho e mão”. Por isso, foi assistida no Hospital das Caldas da Rainha e observada ao Gabinete Médico-Legal em Torres Vedras.

Maria Gomes, mãe de dois alunos, diz que “nos primeiros 15 dias de aulas houve agressões entre alunos” e um dos seus filhos “foi agredido no trajeto escola/casa por três miúdos de 16 e 17 anos, identificados pela GNR na posse navalhas e soqueiras”.

Emanuel Vilaça, presidente do conselho executivo, revelou que o aluno agressor vai ser suspenso. Considera este um facto isolado, porque “não há mais casos de violência”.

Agressões entre pai e aluno aconteceram na cantina da escola dom Afonso III em Faro Pai foi à escola vingar ameaça ao filho

Correio da Manhã | 27.06.10

O pai de um aluno ameaçado por um colega na Escola Dom Afonso III, em Faro, foi ao estabelecimento de ensino vingar a ameaça ao filho.

O caso, ao que o CM apurou, aconteceu há mais de uma semana na cantina da escola. Terá sido motivado por uma desavença entre dois alunos, um deles referenciado como bastante problemático.

“O pai entrou dentro da escola para tirar satisfações das ameaças ao filho e a situação acabou com cadeiras pelo ar na cantina”, confirmou uma fonte próxima da escola. Contactado pelo CM, o conselho executivo do estabelecimento de ensino recusou fazer qualquer comentário sobre a situação. O aluno que fez as ameaças ao colega está sinalizado pela Comissão de Proteção de Jovens em Risco de Faro.

Recorde-se que foi na Escola Dom Afonso III que recentemente uma professora foi esbofeteada pela mãe de uma aluna e onde um aluno agrediu uma colega em plena sala de aula.