Biblioteca digital do Alentejo não ameaça bibliotecas tradicionais
Público | 2007-12-18
Um fundo documental regional.
Quando muito se reflete sobre se as bibliotecas digitais são uma ameaça à s bibliotecas tradicionais, o diretor da Biblioteca Pública de évora afirma que isso “é uma falsa questão”, adiantando mesmo que tem “uma certa inveja” de a biblioteca que dirige não ter essa valência, disse José António Calixto, na passada semana, durante a cerimónia de apresentação da Biblioteca Digital do Alentejo.
No entender do responsável, aquela nova plataforma de acesso à cultura e tradições escritas deve ser entendida como “uma ajuda para as bibliotecas físicas e não uma ameaça”, afirmando acreditar que de algum modo, com o aparecimento desta nova biblioteca, “as nossas obras sejam mais preservadas porque o seu manuseamento vai ser mais reduzido”, bem como “vai despertar o interesse por outras obras existentes na biblioteca pública, saindo assim todos ganhadores deste processo”.
“Penso que não há nenhuma contradição entre as bibliotecas digitais, os audiovisuais, a multimédia em geral e o suporte de papel”, reafirmou José António Calixto. Aliás, admitiu mesmo sentir alguma “inveja” de não ter este processo digital na biblioteca que dirige, o que se “deve ao facto de nós, enquanto biblioteca pública, não termos recursos, nem possibilidades de o fazer, mas de todo o modo o que interessa é que a informação esteja à disposição do público, independentemente do formato”.
Documentos raros
Com aproximadamente 350 obras, livres de direitos de autor, já em catálogo e com a previsão de aumentar todos os anos em cerca de 200 unidades, esta biblioteca disponibiliza – em www.bdalentejo.net/ , livros, monografias locais, estudos e todo o tipo de publicações do século XIX, em grande parte raras, de difícil acesso e muita procura.
Em breve incluirá a possibilidade de consultar jornais, “de forma não só a preservar o produto de uma tradição jornalística local de mais de 150 anos, mas também a proporcionar o acesso a um dos mais importantes registos de memória escrita e fonte de informação sobre a sociedade alentejana dos últimos dois séculos”, referiu Ana Rita Costa, coordenadora dos conteúdos.
Este projeto, que deverá rondar um investimento aproximado de 200 mil euros, “caracteriza-se por ser um portal que utiliza tecnologia de ponta, tendo para isso feito um grande empenho em aprender com o que existe hoje de melhor e criando algo que fosse diferente, mas que tenha também muita qualidade e que seja acessível a toda a população com acesso à Internet”, explicou o administrador da Fundação Alentejo Terra-Mãe, José Flamínio Roza, acrescentando que tem ainda como horizonte afirmar-se a nível nacional e ultrapassar fronteiras.
Esta Biblioteca Digital do Alentejo (BDA) assume-se como um fundo documental regional em suporte digital, sendo detentora de obras relacionadas com a região e cultura alentejanas que estão disponíveis desde já a todos os interessados.
De acordo com Ana Rita Costa, coordenadora dos conteúdos da biblioteca digital, qualquer pessoa que tenha acesso à Internet pode aceder a esta ferramenta digital, podendo fazer o download de todas as obras que entender consultar. “Contudo, pensamos que os maiores utilizadores da BDA irão ser os estudantes e os investigadores devido à s obras e à s temáticas que incluímos neste portal.”
Google prepara-se para lançar uma enciclopédia na internet
Público | 2007-12-16
Projeto chama-se “Knol” e irá concorrer com a Wikipédia, mas terá anúncios e artigos assinados.
Depois de ter criado o motor de pesquisa na Internet mais usado em todo o mundo, a Google prepara-se para investir nos conteúdos e irá fazê-lo com um projeto semelhante à famosa Wikipédia, a enciclopédia on-line para a qual podem contribuir todos os cibernautas. Esta semana já começaram a ser contactados especialistas em várias áreas para escreverem alguns artigos.
O lançamento não tem data marcada e esta é apenas a primeira fase de testes, na qual só se participa por convite. O projeto será parecido com a Wikipédia porque juntará o conhecimento em várias áreas. E será diferente da Wikipédia porque os artigos terão a assinatura dos autores, poderão existir vários textos sobre o mesmo tema e haverá publicidade.
Os artigos podem, ou não, ser acompanhados de anúncios, o que depende da vontade de quem os escreve. Mas, quando a publicidade for autorizada, a Google partilhará as receitas com os autores. Os utilizadores poderão fazer comentários, remeter para informações adicionais ou fotografias.
Também já se conhece o nome do projeto: “Knol”, uma contração da palavra inglesa knowledge, que significa conhecimento.
“A Web contém uma enorme quantidade de informação e a Google tornou-a mais acessível. Mas nem tudo está escrito ou bem organizado para que possa ser descoberto. Há milhões de pessoas com conhecimentos úteis que adorariam partilhar e milhares de milhões de pessoas que poderiam beneficiar disso”, explica Udi Manber, vice-presidente da Google, num comunicado da empresa.
A Google adiantou que, após a fase de testes, a participação no projeto será “completamente aberta, pelo que não podemos esperar que todos os artigos tenham uma elevada qualidade”. é também o que acontece com a Wikipédia, criada em 2001 e que hoje inclui cerca de 9 milhões de artigos em mais de 200 línguas.
A menina desta história tem duas mães
Público | 2007-12-15
São hoje lançados dois livros infantis que abordam a homossexualidade. A Ilga Portugal diz que se destinam a todas as famílias.
“é TERRíVEL!” André não queria acreditar. O professor de Português revelou que as pessoas se apaixonam quando crescem. Ninguém na turma se imaginava a dar beijos. “Que nojo!” Mas agora que Marta e André já superaram o choque, decidem que o melhor é resolver o assunto de uma vez – porque “se o professor o disse, é porque vai acontecer” – e escolher por qual dos colegas vão tentar apaixonar-se. “O João quer ser bombeiro para ajudar as pessoas! Gosto muito da farda dos bombeiros! Acho que vou apaixonar-me por ele”, diz André.
Marta e André são as personagens de Por quem me apaixonarei? – um dos dois livros infantis que a Associação Ilga Portugal e o projeto espanhol eraseunavez.com lançam hoje em Lisboa, com apoio da Fundación Triángulo Extremadura (Espanha).
O segundo livro chama-se De onde venho e fala de uma menina de Braga – na versão espanhola é de Lugo, na Galiza – que tem os olhos grandes e não mais de seis anos. Já não acredita que os bebés venham com as cegonhas. E passa em revista outras possibilidades. Virão pelo correio? Ou serão importados de Paris? “A mamã Carlota disse-me que os meninos e as meninas crescem nas barrigas das mulheres. Essa é que me pareceu a maior mentira que já ouvi. Eu não caibo na barriga da mamã Carlota e na da mamã Ana ainda menos.”
Os livros vão ser postos à venda simultaneamente em Espanha e em Portugal (há 350 exemplares de cada um em português). Custam 10 euros. “As histórias e as respetivas ilustrações retratam, de uma forma simples, a diversidade afetivo-sexual, promovendo assim a igualdade, o respeito pela diversidade e a convivência cidadã desde a infância”, faz saber a Ilga na nota de apresentação das publicações.
A menina que veio do mar
“Não havia até agora nada assim” no país, diz Paulo Côrte-Real, membro da direção da associação de defesa dos direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero (LGBT). “Assim” como? “Livros para todas as famílias.”
E para todas as crianças, acrescentaria Javier Termenón, 32 anos, autor de De onde venho?
Termenón cresceu com as histórias da Branca de Neve e do Capuchinho Vermelho. Adorava quando os pais reuniam os quatro filhos para lhes lerem contos. Mas não se “reconhecia” neles, diz numa entrevista telefónica ao P2. “Também nos diziam que os rapazes não podiam chorar e eu era um chorão.”
Hoje, à distância, acha que todos esses clássicos impõem demasiadamente o “modelo heterossexual”. E como ilustrador começou a participar em projetos para crianças que abordam “a temática da homoparentalidade” – que é apenas uma maneira de falar de “uma realidade que é muito mais multifacetada” do que o “rapaz encontra rapariga, rapaz namora rapariga, rapaz e rapariga casam”.
Em De onde venho? há uma menina que faz “as perguntas que todas as crianças fazem, vivam em famílias hetero ou homossexuais”, nota o antropólogo Miguel Vale de Almeida que hoje fará a apresentação das obras na Livraria Bulhosa de Entrecampos, em Lisboa. As mesmas perguntas que também Termenón fez – “eu achava que era quando os pais dançavam juntos que nascia uma criança”. A diferença entre o autor e a menina de olhos grandes do seu livro é que ele tinha uma família convencional e ela tem duas “mamãs”. Há outra: ela conclui que veio do mar.
“O livro dá ferramentas aos pais para iniciarem essa conversa: “e tu, de onde achas que vens?”” – continua Termenón que com De onde Venho? ganhou o prémio da categoria dos livros destinados a crianças até aos cinco anos do I Concurso Internacional de Contos Infantis sobre Homossexualidade da eraseunavez.com – uma associação cultural espanhola que promove projetos editoriais que contribuam para “uma sociedade onde gays, lésbicas, transsexuais, bissexuais e heterossexuais possam conviver com maior igualdade”.
O seu livro é apenas um ponto de partida, acredita o autor espanhol – que defende que todos os livros devem ser lidos pelas crianças com os pais ao lado. “Cada criança tem a sua verdade” e encontrará a sua resposta. Pelo caminho, fica a saber que há meninas que vivem com duas “mamãs”.
A quem interessa estas obras? “Antes demais a pais ou mães que se assumem como gays ou lésbicas, que têm filhos que nunca veem ser refletida a questão de serem filhos de pessoas do mesmo sexo, de terem pais adotivos do mesmo sexo, ou um pai biológico que vive uma relação homossexual”, responde Vale de Almeida.
“Mas também – e se calhar isso é o mais importante – à s pessoas que acham simplesmente que os miúdos devem ter acesso a modelos mais diversificados, que queiram mostrar aos filhos as possibilidades do ser-se humano.”
“No amor não se escolhe”
Nos Estados Unidos e na Inglaterra, continua o antropólogo e ativista LGBT, há muitos livros assim. Em Portugal, só conhece um conto que ele próprio fez para um livro com várias histórias de diferentes autores, da Associação Médicos do Mundo (e que foi vendido com o Público em 2006), onde crianças falavam de diferentes tipos de família, incluindo a homossexual. “Neste momento existe um grupo [na Ilga] de pais gays e mães lésbicas que se reúne para discutir estas coisas e uma das coisas que eles dizem é que sentem falta destes livros. Os autores portugueses não escrevem sobre estes temas. Não sei se têm medo de não ser publicados ou de ficar marcados…”
Rosa Lobato Faria é autora de alguns livros infantis, mas sobretudo de poesia e romances para adultos. O seu último, A Alma Trocada (edições Asa), tem como tema a homossexualidade masculina. “Nunca pensei abordar o assunto num livro infantil”, diz. Nunca lhe ter ocorrido é a única explicação que dá para não ter introduzido numa das suas histórias para crianças a questão da homossexualidade. “Puxem por mim, que sou bem capaz de escrever…”
Wieland Pena diz que quando era pequeno teria gostado de ler o Por quem me apaixonarei? que escreveu para o mesmo concurso da eraseunavez.com: “Quando és criança, sobretudo num ambiente homofóbico, e te parecem atraentes as pessoas do mesmo sexo, podes chegar a sentir-te como uma espécie de delinquente. Quero acreditar que o meu conto congela os estigmas do sentimento amoroso, tanto na opção heterossexual como na homossexual.”
Marta e André, criados por Pena, não chegam a conclusão nenhuma sobre por quem vão apaixonar-se. Pelo Rúben ou pela Alice, que gostam de futebol? O Roberto, que quer ser médico? Ou a Laura que quer pilotar aviões? Depois um professor explica-lhes que “no amor não se escolhe”. Simplesmente acontece. E é como “um presente”.
“Se fosse criança gostava de ler este livro, mas sobretudo gostava que os meus pais mo oferecessem”, continua Wieland Pena. Porque estes livros “são importantes”. Não tem que se “inundar” o mercado com eles, acredita Termenón. Mas têm que existir. Desde logo porque, sublinha Pena, “se uma criança pode ver os seus sentimentos refletidos num objeto tão positivo e prestigiado como um livro, não se sentirá culpada e aceitará as suas emoções como algo natural.”
Muitas crianças têm dificuldade em rever-se nos manuais escolares
Os estudos sobre o tema não abundam, mas parece certo que “a representação de família nos manuais escolares ainda é pouco adequada à diversidade familiar que existe”, explica Teresa Alvarez, técnica superior da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género – uma estrutura que está integrada na Presidência do Conselho de Ministros.
Os trabalhos de investigação que vão sendo feitos não abrangem todos os manuais, de todos os anos escolares e disciplinas, e centram-se geralmente na questão da representação dos homens e das mulheres – que tende a ser estereotipada, com perfis muito marcados do que é o masculino e o feminino, continua Alvarez. Mas com muita frequência acontecerá haver, nas salas de aula, “uma percentagem significativa de crianças com famílias monoparentais que têm dificuldade em rever-se nos manuais, onde a norma que está subjacente é a da família com pai e mãe.” E o mesmo se passará com as crianças que vivem com um casal constituído por pessoas do mesmo sexo.
“A escola continua a excluir estes miúdos”, diz o antropólogo Miguel Vale de Almeida. “O que falta é simplesmente cuidado, porque imagine que eu tinha um preconceito e não queria falar de homossexualidade. Mesmo assim, estaria rodeado da evidência de meninos que vivem em famílias homo.” E continua: “Numa sala de aula qual é a percentagem de meninos que neste momento têm um pai e uma mãe de sexos diferentes que são os seus pais biológicos e que vivem com eles e que são o único casamento que houve… se for 50 por cento já é muito. Basta introduzir a variável do divórcio e da recomposição familiar, mesmo em famílias hetero, para já termos isto tudo alterado. E, no entanto, não se vê isto a ser tocado.”
Paulo Gonçalves, do gabinete de comunicação da Porto Editora – líder de mercado no setor do livro escolar – tem outra opinião. Centra-se no 1.º ciclo do ensino básico, onde o tema “família” é explicitamente abordado, e lembra que as orientações do Ministério da Educação “são omissas nessa matéria”. Garante, contudo, que os autores que trabalham para a editora e a equipa editorial têm “uma visão atual da sociedade em que vivemos”. E “abrem espaço ao conhecimento de diferentes tipos de família que não apenas a designada por “tradicional””. Com base nas sugestões presentes nos livros e outros materiais complementares, acredita, “o professor tem possibilidade de introduzir e gerir este tema com flexibilidade, adaptando a metodologia à s características dos seus alunos”.
Personagens gays continuam a ser polémicas
No EUA existem mais de 70 livros para crianças.
Existem mais de 70 livros gay friendly nos Estados Unidos para crianças até aos oito anos de idade. Entre 1980 e 2006 foram editados 71, segundo um apanhado feito pela investigadora norte-americana, Elizabeth Rowell.
Muito retratam famílias homossexuais, outros apenas incluem personagens gays, mas estas são quase marginais à história. O primeiro livro a abordar a temática transsexual foi posto à venda em 2004. Chama-se Carly, She”s still my daddy. Também ele faz parte da coleção de livros gay friendly que Rowell iniciou há alguns anos, no Rhode Island College, em Providence, onde dá aulas.
Muitos destes livros deram e continuam a dar que falar. Nos anos 90, por exemplo, foi publicado Daddy”s Roommate, de Michael Willhoite – “A minha mãe e o meu pai divorciaram-se no ano passado”, começa por contar o narrador, um menino que fala do dia a dia do seu pai com o companheiro. Este livro foi banido de livrarias e queimado na praça pública.
Mais recentemente o premiado And Tango makes three, de Peter Parnell e Justin Richardson, ilustrado por Henry Cole, também suscitou reações negativas em algumas cidades norte-americanas: no ano passado, grupos de pais exigiram que fosse retirado das bibliotecas das escolas.
Este livro tem a particularidade de se inspirar numa história verdadeira. Roy e Silo, pinguins do Zoo do Central Park, em Nova Iorque, foram notícia nos jornais quando depois de anos em que só queriam saber um do outro chocaram um ovo fertilizado e “adotaram” o pinguim bebé que de lá nasceu. A cria ficou conhecida por Tango e inspirou o livro de ilustrações que muitos pais norte-americanos consideraram impróprio para crianças pequenas.
Byblos abriu a livraria onde se pode descobrir coisas que não se sabia que existiam
Público | 2007-12-14
Livros, livros e mais livros. A Byblos, a livraria que Américo Areal abre hoje ao público no Amoreiras Square, em Lisboa, foi ontem inaugurada com a presença da ministra da Cultura, que informalmente se sentou à conversa num sofá do novo espaço com o ex-proprietário da Asa, agora livreiro. Almeida Santos, Graça Moura, Almeida Faria, Júlio Isidro, Rui Zink, Maria de Belém, Gastão Cruz, Piet-Hein e várias gerações de editores passaram ontem pela livraria, que ainda não estava a funcionar em pleno. Via-se a azáfama de toda a equipa momentos antes da abertura de portas e algumas zonas, como o press-center, ainda não estavam a funcionar em pleno. Os ecrãs touch screen também não estavam todos instalados e os que já funcionavam ainda estavam a carregar o sistema, embora obedecessem já aos toques dos nossos dedos. A vereadora da Cultura da Câmara de Lisboa reforçou a importância de que os empresários invistam na cultura, seguindo o exemplo de Américo Areal. “é uma livraria a sério”, disse Ana Pereirinha, da editora Quidnovi. “Dá a sensação que se podem descobrir aqui coisas que não se sabia que existiam.” Divertido é ver os adultos a brincar na secção infantil com os jogos interativos idealizados pela YDreams como se fossem crianças.
Byblos, a maior e mais moderna livraria portuguesa é hoje inaugurada em Lisboa
Público | 2007-12-13
A inauguração da maior livraria portuguesa, a Byblos, um sonho antigo de Américo Areal, ex-dono das Edições Asa, está marcada para esta noite só para convidados. A livraria abre ao público amanhã, à s 10h.
é um espaço gigantesco – 3300 m2 distribuídos por dois andares – e aposta no fundo editorial. Vai ter entre 120 mil e 150 mil títulos. Além de livros, a Byblos vende revistas, CD, DVD, merchandising relacionado com o livro, gifts (canetas, luzes de leitura, etc.) e tem um game center (espaço com videojogos). Ao lado das novidades, estão livros, discos, jogos e filmes que saíram há mais de seis meses e hoje são difíceis de encontrar no mercado.
é uma livraria “inteligente”: usa as novas tecnologias para dar conforto ao cliente, que pode começar a gerir a sua lista de compras a partir de casa (através do site http://www.byblos.pt/). Cada cliente terá um cartão Byblos que pode ser carregado no multibanco para compras na livraria ou no site.
Quando o Público visitou a Byblos as tecnologias ainda não estavam a funcionar. Mas a estante robotizada com 65 mil títulos (a pesquisa faz-se num computador) já estava instalada.
Os produtos à venda estão espalhados por prateleiras, mesas, vitrinas, gavetas como em qualquer livraria. O que é inovador na Byblos é o seu mobiliário integrar um software que ajuda na localização dos livros através de etiquetas RFID – Identificação por Radiofrequência. Cada livro terá uma etiqueta eletrónica que está relacionada com outra que assinala determinado lugar na prateleira. Se o livro for colocado fora do seu sítio, o sistema central deteta o erro (as prateleiras têm antenas) e envia uma mensagem de e-mail para o computador do empregado responsável por essa área na livraria. Ele tem dez minutos para colocar o livro no lugar certo.
Por sua vez, os clientes podem fazer pesquisas nos 34 ecrãs tácteis espalhados pela livraria e ficar a saber a localização exata dos produtos que procuram. Um papel com as referências da localização é impresso pela máquina. Informações com tops de vendas, promoções e agenda aparecem nos 54 ecrãs LCD da livraria. à saída, basta ao cliente pousar os livros na caixa de pagamento (numa pilha até 80 cm de altura) e o sistema lê o conjunto de compras (através da radiofrequência) sem ser necessário passar um a um.
A Byblos tem ainda um auditório para 137 pessoas sentadas, camarim e gabinete de primeiros socorros. Na cafetaria vão servir refeições ligeiras.
A livraria vai funcionar de segunda a sábado, das 10h à s 23h e ao domingo das 10h à s 13h. Tem acessos pela Rua Carlos Alberto Mota Pinto, n.º 17 e pela Rua Joshua Benoliel (Amoreiras). Uma das portas dá diretamente para a zona das crianças, com um barco (tem sino, leme, velas) e uma árvore com uma casa de madeira. Ali é possível brincar com jogos interativos criados pela YDreams. Outra entrada dá para o quiosque, 280m2 com jornais e revistas especializadas.
Quatro milhões de euros
“Sempre imaginei que o paraíso fosse uma espécie de livraria”, lê-se numa das paredes, e a felicidade para o dono da livraria será quando “as pessoas pensarem em livro, pensarem na Byblos”. Areal vendeu a sua empresa ao grupo de Paes do Amaral e investiu quatro milhões de euros neste projeto. Para o ano quer inaugurar uma Byblos no Porto e construir uma cadeia de livrarias no país. “Hoje o livro está disponível em gasolineiras, estações de CTT, hipermercados, tabacarias. Mas quanto mais próximo, menor é a oferta”, explica. “Por isso surge a tendência oposta, a das cadeias de grandes livrarias.” Em França, em 2004, faliram centenas de pequenas livrarias mas a megalivraria cresceu 5,6 por cento.
“Há um vastíssimo público que não encontra resposta para as suas necessidades. Quer dar aos seus filhos o que gostou de ler e não encontra. Em todo o lado há livrarias de fundo editorial. Não seria a altura de aparecer uma em Portugal?”, afirma Areal. Para o livro estrangeiro, têm acordos internacionais e na edição portuguesa andam “à pesca” dos editores mais pequenos e da edição de autor. “Quem tiver um livro venha ter connosco porque o queremos ter disponível quer fisicamente quer na Internet”, pede.
Este foi o ano de “explosão” dos audiolivros
Público | 2007-12-10
Atores, autores e editores dizem que são um retorno à s comunidades orais, a origem da literatura.
As editoras defendem que os audiolivros começam a ganhar o seu espaço no mercado editorial português. Estão nas livrarias, junto aos livros de papel e, em algumas, foram criados postos de escuta.
Em 2007, foram lançados 27 títulos, contra os sete do ano anterior. Existem já duas editoras portuguesas, a Solutions by Heart (desde 2005) e A BOCA (2006) dedicadas exclusivamente aos livros para ouvir e, pelo menos, outras quatro que também os publicam (Assírio&Alvim, Oficina do Livro, MHIJ, 101 Noites). Em fevereiro, o semanário Expresso aventurou-se neste mercado com a publicação de uma coleção de pequenas histórias com as aventuras de Hercule Poirot e Miss Marple, de Agatha Christie. As editoras dizem mesmo que 2007 foi “o ano da explosão dos audiolivros”.
Os livros para ouvir são gravados por atores e locutores famosos, que interpretam as palavras de grandes escritores: Eça e Cesariny ou Sepúlveda e Auster. Atores, autores e editores defendem que são um retorno à s comunidades orais, que se reuniam à volta do contador de histórias (a “origem da literatura”, dizem).
José Eduardo Agualusa, que lançou, em novembro, um audiolivro com os seus contos, Passageiros em Trânsito, imagina-se a ouvi-los durante as suas viagens entre Portugal, Angola e Brasil ou quanto está “debaixo de um céu estrelado e sem luz”. Outros preferem-nos à música nos rádios dos carros enquanto estão nas filas de trânsito. Outros ainda, aproveitam para ouvir uma história ou um livro de autoajuda enquanto arrumam a casa, ou estão na cozinha. E há, ainda, os cegos e os idosos que já não conseguem ler e crianças que se entretêm a ouvir uma história infantil.
As experiências com audiolivros em vinil (nos anos 70 e 80, sobretudo com os contos para crianças) e cassete e CD (com a poesia na década de 90) deixaram de ser pontuais.
Diana e a avó Tina
Diana, 29 anos, sai da Fnac do Chiado com alguns embrulhos. Entre eles, o audiolivro de Civilização, de Eça de Queirós, para oferecer à mãe. Diana não procurou nas outras livrarias da Rua Garrett e da Rua Nova do Almada, mas se o tivesse feito, não tinha encontrado muitos títulos. A Bertrand e a Lello&Irmãos não vendem audiolivros. Na Sá da Costa, os títulos de poesia da Assírio&Alvim estão escondidos numa vitrina à entrada. Já na Livraria Portugal, o expositor, apesar de pequeno, está à vista no rés do chão, ao fundo. Ali estão os seis títulos da coleção Livros para Ouvir, lançados em finais de novembro pela 101 Noites, dois de Sepúlveda e um de Auster, da MHIJ editores, e os poemas para crianças de Jairo Aníbal Niño, lançados pel”A BOCA.
“São uma ideia muito interessante”, diz Diana, apesar de confessar nunca ter ouvido um. Mas a mãe vai gostar: “é professora e assim pode levá-los para as aulas para que também os alunos os possam ouvir.”
Os audiolivros são um produto muito recente em Portugal e apesar de as editoras estarem expectantes, as mais pequenas queixam-se de dificuldades na distribuição. A Solutions by Heart está a abandonar o sistema de consignação nas livrarias e distribuidoras, porque estes “nunca pagam nos prazos contratados”, diz Albertina Dias. Além de que as grandes superfícies têm “margens de comercialização e custos de manutenção elevadíssimos”, que a sua editora não é capaz de comportar.
Os três fundadores de A BOCA desistiram de bater à porta dos livreiros – “quando lá íamos perguntar pelos nossos audiolivros, não sabiam o que eram”, diz Oriana Alves. Resolveram entregá-los a uma distribuidora.
Os preços são competitivos
Mas a sua grande aposta é a disponibilização dos audiolivros em MP3 para download no seu site. E esse é um mercado cheio de potencialidades. “Para os jovens”, considera a avó Tina, “com os computadores só sei fazer o mais básico”. Tina, que nunca ouviu um audiolivro, prefere os de papel: “Com eles imaginamos melhor. E devem ser muito caros, não?”. Os preços dos audiolivros competem diretamente com os dos livros (entre os 12,51 euros na coleção da 101 Noites a 28 euros pelos Poemas de Mário Cesariny, ditos pelo próprio, da Assírio&Alvim). Os downloads em MP3 rondam os cinco euros. Este suporte não físico permite gravar histórias cada vez maiores. Para a New Age Entertainment editar o Códex 632, foram necessários 16 CD, em 19 horas de gravação pelo ator Ricardo Carriço.
Mas muitos continuam avessos aos audiolivros. Marcelo Rebelo de Sousa exemplifica com alguns amigos, que se sentem “ofendidos” com estes produtos. Mas estes não vão roubar leitores aos livros, contrapõe, antes se “complementam”. Esta é, também, a posição da Dom Quixote, que nos finais da década de 80 tentou o lançamento de audiocassetes de clássicos portugueses. “Todos os novos suportes para a divulgação da literatura são bem-vindos”, diz Rui Breda, da editora. “E, depois, se gostarem da obra [que ouviram], até é natural que acabem por comprar o livro.”
Foi por isso que a 101 Noites desenvolveu o seu projeto de contos a pensar nos estudantes.
Quando em janeiro os alunos da mãe de Diana voltarem à s aulas, talvez tenham a Civilização à sua espera.
CD, MP3… O IPHONE trará novos progressos?
Quando começou a cegar, Jorge Luís Borges percebeu que tinha de contratar um jovem para gravar os textos por ele escolhidos. Podia, assim, ouvi-los vezes sem conta. Mas esta ideia não era original.
Muitos anos antes, no início da década de 30, um grupo de veteranos invisuais norte-americanos colocou o seu problema ao Congresso: queriam aceder à literatura, mas não podiam. Conseguiram uma parceria com a Biblioteca do Congresso dos EUA, que começou a gravar os primeiros livros em áudio. A ideia generalizou-se e chegou a outras bibliotecas públicas. Em Portugal, desde 1970 que a Biblioteca Nacional disponibiliza um serviço de audiolivros (lidos por voluntários).
Em 1952, surgiu a primeira editora exclusivamente dedicada aos audiolivros, a Caedmon Records, que tinha como missão gravar poesia dita pelos seus autores. Portugal esperou mais de 30 anos para ter uma editora estritamente dedicada aos audiolivros, a Solutions by Heart, em 2005.
Com as cassetes, nos anos 60, cresceram as vendas de audiolivros: podiam ouvir-se nas filas de trânsito ou enquanto se arrumava a casa. Foi nesta altura que se começaram a gravar as primeiras histórias infantis.
Nos anos 80, a Dom Quixote tentou entrar no mercado dos livros para ouvir – sem sucesso. Entre 1988 e 1989, a editora publicou quatro títulos, de Adolfo Coelho, Mendes Pinto, Cardoso Pires e Castelo Branco. Nos anos 90, foi a vez da Editorial Presença publicar 13 títulos na coleção Poesia Dita.
A introdução dos CD e do mp3 provocaram uma nova revolução. A ficção para adultos conseguiu ultrapassar o sucesso dos livros infantis.
Alguns anteveem novos progressos com o lançamento do IPhone, em 2008. Heike Völker-Sieber, de uma das maiores editoras alemãs de audiolivros, a Hörverlag, é mais cética: “é preciso ter cuidado porque não sabemos o comportamento das novas tecnologias, também pensamos que os CD se vão manter.”
Exemplos de alguns títulos em quatro áreas
De autor best-seller
Codex 632
Autor: José Rodrigues dos Santos
Voz: Ricardo Carriço
Preço: 29,90?
Editor: New Age Entertainment
Ano de Edição: 2005
Especificações Técnicas: 16 CD áudio
Duração: 19 horas
Infantil
Contos Infantis de Hans Christian Andersen, Volume I
Autor: Hans Christian Andersen
Voz: João Chaves
Preço: 15?
Editor: Solutions by Heart
Notas: Contém um livro para ilustrar
Duração: 1h08
Com a voz dos famosos
Sempre Amigos
Autor: Fialho de Almeida
Voz: Eunice Muñoz
Coleção: Livros para Ouvir
Preço: 12,51? (contém livro)
4,50 mp3 para download
Editor: 101 Noites
Duração: 1h51 minutos
Poesia
Poemas de Mário Cesariny
Autor: Mário Cesariny
Voz: Mário Cesariny, agosto 2006
Coleção: Sons
Preço: 28?
Notas: Contém livro
Duração: 58 minutos
Uma aposta para fugir à crise no mercado
A 101 Noites escolheu autores lecionados no ensino secundário para cativar os alunos.
Alguns editores portugueses tentam escapar à crise no mercado editorial, segundo as suas próprias palavras, com o recurso aos audiolivros. Para tal, têm apostado na qualidade e experimentação tecnológica e na edição de autores e intérpretes conhecidos.
“Como distinguir os livros dos CD?”, perguntaram-se os responsáveis da MHIJ quando decidiram entrar neste mercado com a primeira publicação, há um ano. Apostaram, então, na edição de textos de autores reconhecidos como Luís Sepúlveda, Paul Auster e José Eduardo Agualusa.
A 101 Noites associou a escolha dos autores (lecionados no ensino secundário, para apelar ao interesse dos estudantes), Eça de Queirós, Florbela Espanca, Camilo Castelo Branco, Mário Sá-Carneiro… com a dos intérpretes.
Cada um dos seis contos publicados na coleção Livros para Ouvir é interpretado por atores conhecidos, de diferentes gerações, Eunice Muñoz, João Perry, José Wallenstein, São José Lapa, Alexandra Lencastre e Nuno Lopes.
“Foi deixada total liberdade aos atores para que leiam a história como se estivessem a ler para alguém de quem gostam”, explicou Nuno Franco, responsável pela direção destes atores.
Na BOCA, a gravação dos textos é acompanhada por um sonoplasta que lhes introduz música, alguns sons e ritmos. A Solutions by Heart, que publica diversos livros infantis e técnicos, participa no projeto de audiolivros aumentados, com a Associação para o Desenvolvimento das Telecomunicações e Técnicas de Informática (ADETTI) e o Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE). Trata-se da construção de modelos 3D para acompanharem os audiolivros. Outros, à semelhança da Caedmon Records, editam a leitura dos textos pelos próprios poetas. Foi o que fez a Assírio&Alvim, em agosto, com a publicação de Poemas de Cesariny, lidos pelo autor em 2006, pouco antes de morrer.
“Nunca ouvi ninguém dizer poemas como os dizia Cesariny. Fazia do corpo [do texto] o seu corpo. Do gesto os seus gestos”, disse José Manuel Santos, diretor cultural da Fundação EDP, no dia de apresentação de Poemas de Cesariny.
Da Alemanha, que tem um mercado de audiolivros muito forte (são publicados 2000 novos títulos todos os anos) chegam outras ideias. As editoras fazem parcerias com empresas para a divulgação dos produtos: os caminhos de ferro alemães, disponibilizam, por exemplo, num dos seus canais de rádio interna, um audiolivro para os passageiros. Em algumas empresas de aluguer de automóveis, no tablier dos carros é colocado um audiolivro para ouvir durante a viagem.
Microsoft cria serviço de busca de livros on-line
Jornal de Notícias | 2007-12-06
Arquivo digital de obras engloba universidades e editoras.
A Microsoft vai lançar quinta-feira um motor de busca de livros, ainda numa versão de teste, onde incluirá obras em inglês do arquivo digital das coleções da Biblioteca Britânica, Universidade da Califórnia e de Toronto.
– Na fase de teste vão ser incluídos apenas livros em inglês, mas a Microsoft pretende alargar o arquivo digital a obras noutras línguas.
– O motor de busca da Microsoft vai estar disponível a partir do site geral de pesquisa www.live.com/ ou diretamente na página do serviço – books.live.com.
– A Microsoft cria agora um serviço que o Google já tem on-line (http://books.google.com/) para pesquisar livros e os seus conteúdos e através desta base de dados conhecer quais as bibliotecas que têm as obras pretendidas disponíveis.
– A empresa norte-americana vai prosseguir as negociações com várias universidades e editoras para alargar o arquivo digital e conta, em janeiro de 2007, adicionar obras de mais três instituições.
– O serviço da Microsoft só vai incluir livros com a permissão dos autores ou editores, já publicadas em formato digital livre ou através da digitalização autorizada por instituições que detenham os direitos de publicação.
– A empresa está a digitalizar várias obras da Universidade Cornell, da Biblioteca Pública de Nova Iorque e do Museu Americano de Medicina Veterinária, instituições com as quais estabeleceu parcerias.
Aprender geometria com a batalha naval
Jornal Notícias | 2007-12-01
Aprender os eixos cartesianos através da simulação de um jogo de batalha naval ou ver no computador a exemplificação das mudanças físicas do estado da água. Matérias de geometria e química do 7.º ano de escolaridade desde ontem disponíveis num novo portal educativo, promovido pela Intel: http://www.skoool.pt/.
Os alunos podem aceder a atividades interativas, ouvir demonstrações teóricas de conceitos ou fazer testes de matemática, física, química e ciências da natureza. A filosofia do projeto ultrapassa, no entanto, o acesso à Internet: pretende mudar a estratégia de ensino, centralizando no aluno e não no professor a aprendizagem.
A revolução começa pelas aulas. Cada aluno terá à sua frente um computador para poder pesquisar à medida que a matéria for sendo dada.
A Intel lançou, pela primeiravez, a tecnologia skoool em 2002 na Irlanda. Desde então Reino Unido, Turquia, Suécia, Tailândia, Arábia Saudita, áfrica do Sul e Espanha também já aderiram aos novos métodos. Em Portugal, os conteúdos foram adaptados aos currículos nacionais pela Universidade de Coimbra e pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco.
A iniciativa, apresentada no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, recebeu a “benção” da ministra da Educação. Maria de Lurdes Rodrigues defende que o ensino baseado na retórica deverá ser substituído por uma metodologia que privilegie a participação dos alunos e que a Internet é o meio privilegiado para essa mudança.
Segurança dos brinquedos chineses melhorou
Público | 2007-11-23
A Comissão Europeia recuou ontem na ameaça de proibir a importação de brinquedos fabricados na China, depois de constatar “progressos consideráveis” nos sistemas internos de deteção e correção de produtos perigosos.
Meglena Kuneva, comissária europeia responsável pela proteção dos consumidores, avisou no entanto que “ainda há problemas significativos no seio da indústria, sobretudo no início da cadeia de fabrico”, o que significa que “são necessários esforços adicionais”.
Bruxelas lançou em setembro um programa de revisão das normas de fabrico dos brinquedos e da eficácia dos sistemas de controlo de qualidade, depois de várias empresas terem sido forçadas a recuperar milhões de produtos fabricados na China, devido a problemas como excesso de chumbo na pintura, ou componentes defeituosos. Só o gigante americano Mattel teve de recolher 21 milhões de brinquedos nos últimos quatro meses.
Kuneva ameaçou na altura fechar as fronteiras europeias a algumas importações chinesas, se Pequim não tomasse imediatamente medidas para melhorar as normas de segurança.
Segundo a Comissão, a China reagiu com prontidão aos alertas de segurança lançados pelo sistema de alerta europeu (Rapex). E tem a intenção de criar no início de 2008 o seu próprio sistema interno de alerta, comprometendo-se a enviar regularmente a Bruxelas relatórios sobre as respostas dadas à s queixas da UE.
DECO identifica brinquedos perigosos em Portugal
Público | 2007-11-23
Um estudo realizado pela Deco, que comprou trinta brinquedos em lojas chinesas, hipermercados e lojas da especialidade, identificou 18 produtos potencialmente perigosos para as crianças e que, de acordo com a associação de defesa dos consumidores, deveriam ser retirados do mercado.
Segundo a responsável pelos testes, Teresa Belchior, a ASAE já foi alertada para a existência destes brinquedos, que poderão constituir uma “ameaça” para a saúde das crianças. As falhas mais comuns encontradas nos 18 brinquedos foram a descoberta de “peças pequenas que se soltam e brinquedos que se partem com facilidade, criando pontas aguçadas ou bordos cortantes”.
Para reforçar a qualidade dos brinquedos à venda nos mercados europeus, a Comissão Europeia anunciou ontem a realização de uma auditoria à s medidas de segurança adotadas pelas empresas do setor. A auditoria, que deverá estar concluída no primeiro trimestre de 2008, visa garantir um maior controlo na aplicação das normas de segurança que estão atualmente em vigor na União Europeia (UE).
O executivo europeu pretende ainda desenvolver ações de formação sobre as normas da UE em matéria de segurança dos brinquedos junto de parceiros industriais chineses e de outros mercados.
A iniciativa surge como resposta direta ao incidente que ocorreu no verão passado, quando o fabricante de brinquedos Mattel retirou do mercado milhões de produtos feitos na China, devido aos elevados níveis de chumbo detetados na pintura dos produtos.
Universidade de Aveiro questiona os alunos do 12.º ano sobre como gostariam de ver as suas cidades evoluir
ORE | 2007-11-02
Disciplina de área de Projeto acolhe concurso nacional de ideias intitulado Cidades Criativas.
A Universidade de Aveiro (UA), em parceria com a Associação Portuguesa de Planeadores do Território (Appla), apresentou publicamente, na semana passada, em Aveiro, um concurso nacional de ideias intitulado Cidades Criativas. Esta iniciativa conta já com a adesão de cerca de mil estudantes, num total de 250 equipas que representam mais de 90 cidades e vilas de todo o país. Destinado a alunos do 12.º ano, no contexto da disciplina da área de Projeto, o concurso consiste na realização de um relatório escrito, um poster e um blogue, em que os alunos identifiquem o potencial das cidades e apresentem propostas inovadoras para a sua qualificação.
As inscrições para este concurso prolongam-se até ao dia 16 de novembro e o conhecimento público dos projetos vencedores ocorrerá em junho de 2008.
A apoiar esta iniciativa encontra-se o Ministério da Educação e a Secretaria de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades.
“O Nosso Mundo”, do Agrupamento Júlio-Saúl Dias, de Vila do Conde, eleito o melhor jornal escolar de 2006-2007
Público | 2007-10-31
Concurso promovido pelo Público, que conta com o apoio do Ministério da Educação, da Porto Editora, da Ciência Viva e do Centro Português de Design, atribui 26 distinções.
O …psssst?!, o 100 Letras, o Trigal, o Outra Presença, o Des-alinhado, a Janela Aberta e o Nosso Mundo foram as publicações que obtiveram os primeiros prémios nos vários escalões do Concurso Nacional de Jornais Escolares 2006-07, promovido pelo Projeto PúBLICO na Escola, com o apoio do Ministério da Educação, da Ciência Viva, da Porto Editora e do Centro Português de Design.
Os prémios, num total de 26 distinções, são entregues no dia 28 de novembro, em Lisboa, na Fundação Calouste Gulbenkian, numa sessão presidida pela ministra da Educação. O júri considerou o jornal Nosso Mundo, do Agrupamento Júlio-Saúl Dias, Vila do Conde, como o melhor dos jornais escolares premiados na edição do ano letivo passado.
Os prémios para jornais de agrupamentos de escolas ou das escolas dos primeiros ciclos do ensino básico e dos jardins de infância foram concedidos a: 1.º: …psssst?!, Agrupamento de Airães; 2.º: Janela Aberta, da EB 2,3 de Vila das Aves; e 3.º, ex aequo, para O Celeirinho, do Agrupamento de Celeirós, Braga, e O Barquinho de Papel, da EB 2,3 Domingos Capela, Silvalde. Quanto à s menções honrosas, os eleitos são Pinheirinho, da EBI da Charneca da Caparica; Sande Letras, Agrupamento de Sande; O Teixo, Agrupamento do Teixoso; e PriJornal, do Estabelecimento Prisional de Paços de Ferreira.
Os prémios para jornais de escolas secundárias e profissionais foram para: 1.º, ex aequo, 100 Letras, da ES de Leal da Câmara, Sintra, e Trigal, da ES das Taipas; 2.º: Entre Nós, da ES Alves Martins, Viseu; e, em 3.º, o Terceiro Toque, da ES de Gondomar. Com direito a menções honrosas figuram o Encontro, da ES Francisco de Holanda, Guimarães; Geração CIC, do Colégio dos Carvalhos; e Gazeta Valsassina, do Colégio Valsassina, Lisboa.
O prémio para os jornais eletrónicos foi para Outra Presença, da ES Abade de Baçal, Bragança, recebendo o 10_2@zarco, da ES João Gonçalves Zarco, Matosinhos, uma menção honrosa.
O prémio de design distinguiu, em 1.º, o Des-alinhado, da ES Inês de Castro, Vila Nova de Gaia, e Janela Aberta. As menções honrosas na categoria de grafismo geral foram ex aequo para …psssst?!; Sacola, da ES/3.º Frei Rosa Viterbo, Sátão; e Nosso Mundo; e, na categoria de edição de imagem, para Avenida do Minho, da ES Alcaides de Faria, Barcelos.
Mais 20 bibliotecas públicas vão ser inauguradas até 2008
Público | 2007-10-24
Desde 1987 já foram investidos na rede de bibliotecas públicas 64 milhões de euros. O objetivo do Governo é chegar aos cem milhões, anunciou ontem Mário Vieira de Carvalho, secretário de Estado da Cultura, no último dia do congresso sobre a avaliação do Plano Nacional de Leitura (PNL), na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Até 2008, o Ministério da Cultura prevê que sejam inauguradas mais 20 bibliotecas. O objetivo é que cada sede de concelho tenha um espaço público onde os munícipes possam ter contacto com os livros.
“As bibliotecas públicas são os grandes motores para incentivar a leitura”, avalia Isabel Alçada, comissária do PNL, citada pela Lusa. Também para a investigadora Helena Bomeny, da Fundação Getúlio Vargas, no Brasil, que falou da experiência de leitura na América Latina, o papel das bibliotecas públicas é fundamental para a criação de leitores.
Segundo os dados que apresentou, no Brasil, 90 por cento das pessoas das classes mais altas têm mais de dez livros em casa; do outro lado da tabela estão 42 por cento da população. Daí a aposta do Governo em construir bibliotecas até 2010, justifica. Dos 5064 municípios brasileiros, há ainda 613 sem biblioteca. Contudo, Helena Bomeny lembra que qualquer PNL não deve nunca esquecer o papel da escola não só na alfabetização, mas no estímulo que pode dar à leitura.
Especialista contra calculadora nas escolas
Público | 2007-10-22
Larry Martinek, o norte-americano que criou o conceito dos ginásios de matemática, desaconselhou o Governo português a introduzir o uso de calculadoras desde o 1.º ciclo, como está previsto na proposta de alteração ao programa da disciplina. Em declarações à Lusa, Larry Martinek, fundador da Mathnasium, uma rede de centros especializados no ensino da Matemática frequentada por quase 14 mil crianças e jovens em mais de 70 países, considerou que o uso de calculadoras nos primeiros anos de escolaridade “ameaça a destreza mental e a capacidade de cálculo dos alunos”.
“Ipatimup dos pequeninos” vai começar a receber alunos ainda este mês
Público | 2007-10-22
Câmara do Porto cede as instalações e o programa Ciência Viva apoiou a criação de laboratório dedicado ao ensino experimental da ciência.
é uma espécie de “Ipatimup dos pequeninos” o laboratório que, no final deste mês, será inaugurado no Centro de Recursos Educativos da Câmara do Porto. Como o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) já não conseguia atender todos os pedidos de visitas escolares, surgiu a ideia de criar um local unicamente vocacionado para o ensino experimental das ciências. O sonho tornou-se realidade com o apoio da autarquia e do programa Ciência Viva, que juntos investiram cerca de 120 mil euros no projeto.
O centro de investigação liderado pelo cientista Manuel Sobrinho Simões já dispunha de todo o conhecimento necessário para avançar como o Laboratório Aberto – assim se chama, para já, o novo espaço nas imediações do Ipatimup, em Paranhos -, mas faltava o financiamento e o espaço físico adequado. Uma candidatura bem-sucedida ao programa Ciência Viva garantiu não só a aquisição de equipamento laboratorial, mas também a contratação a tempo inteiro de dois licenciados por 18 meses (Dora Matias, de 25 anos, e Leandro Ribeiro, de 26).
“Recebemos solicitações de escolas de todo país quase diariamente, se acolhêssemos todos os pedidos isto poderia vir a prejudicar o próprio funcionamento do instituto”, explica ao Público Luís Cirnes, investigador do Ipatimup e responsável, juntamente com Rui Mota Cardoso, pela coordenação científica do Laboratório Aberto. A partir de agora, alunos do ensino básico e secundário de todo país poderão contar com um espaço alternativo, dotado de equipamento “a sério” para a realização de experiências.
A lista de atividades abrange os temas mais variados: da descoberta do código da vida – o ADN – em experiências à moda do CSI até à fecundação in vitro de um bebé do ouriço-do-mar, passando pela simulação de sismos e vulcões a expelir lava. As atividades inspiradas na série televisiva Crime Scene Investigation, por exemplo, convidam os alunos a encontrar um “criminoso” recorrendo à comparação de perfis genéticos dos suspeitos com o perfil obtido a partir de uma amostra biológica recolhida no local do crime. Os temas de cada sessão, cuja duração média é de 90 minutos, são escolhidos previamente pelos professores consoante o ano escolar e o programa pedagógico das suas turmas.
Para o efeito, a Câmara do Porto requalificou as duas salas do piso superior do Centro de Recursos Educativos, localizada na Rua do Tâmega, na freguesia de Paranhos. A autarquia acordou ainda com o Ipatimup que, duas vezes por semana, o laboratório se dedicará ao acolhimento faseado dos cerca de 21 mil alunos que frequentam o ensino básico no Porto.
“Queremos ajudar as crianças a desmistificar algumas referências de sucesso, fenómenos de notoriedade fácil. Queremos que percebam que há um caminho de vida que resulta do mérito, do empreendedorismo e do empenho”, explicou ao Público Vladimiro Feliz, vereador da Educação da Câmara do Porto.
Parceiros privados
Uma forma de financiar o funcionamento do Laboratório Aberto poderá passar por parcerias com empresas. Vladimiro Feliz explicou ao Público que estes equipamentos não podem morrer alguns anos após a inauguração por falta de apoio e, por isso, garante o vereador da Câmara do Porto, já estão a ser estudadas parcerias. “A ideia é que as empresas se associem ao laboratório, podendo dar nome a uma das duas salas ou mesmo ao laboratório [como uma contrapartida pelo mecenato educativo]”, explicou o autarca.
Viseu vai instalar três salas de estudo em pontos distintos da cidade
Público | 2007-10-22
200 mil euros é o investimento previsto para a sala do parque do fontelo, a primeira a entrar em funcionamento.
A Câmara de Viseu vai abrir um conjunto de salas de estudo, como alternativa para aqueles que atualmente utilizam as instalações da biblioteca municipal apenas para estudar. A primeira está projetada para o Parque do fontelo e deverá estar pronta em fevereiro do próximo ano.
A ideia das Salas de Estudo foi importada de Oviedo, depois de uma visita do presidente da câmara, Fernando Ruas, à quela cidade do Norte de Espanha.
A segunda estrutura está pensada para o varandim da biblioteca municipal, localizada a poucos metros da Universidade Católica, prevendo-se ainda que uma terceira estrutura possa vir a funcionar no Mercado 2 de maio, dependendo do consentimento do arquiteto Siza Vieira, autor do projeto da requalificada praça da cidade. A autarquia já fez o pedido há cerca de meio ano, mas o arquiteto ainda não respondeu.
Independentemente do acolhimento que estas estruturas poderão ter por parte dos estudantes, Fernando Ruas assegura que poderão servir outras finalidades. “Podemos sempre expor produtos regionais”, afirma o autarca.
A sala já projetada para o Parque do fontelo será colocada numa estrutura pré-fabricada em vidro. Uma área com 40 metros quadrados que irá custar cerca de 200 mil euros à Câmara Municipal de Viseu. Vai funcionar entre as 8h30 e as 23h30 e vai servir também como espaço de secretariado para o parque desportivo.
No fontelo não existe quem encaminhe os utentes e atualmente qualquer informação, por exemplo sobre a disponibilidade dos campos, só é possível obtê-la no edifício da autarquia, a cerca de dois quilómetros de distância.
Quadros interativos chegam à s escolas de Matosinhos
Público | 2007-10-22
A sala TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) com quadro interativo foi a grande novidade na inauguração oficial, na passada sexta-feira, das obras de remodelação e ampliação da EB-1, em São Mamede de Infesta. A cerimónia contou com a presença do presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, e do secretário de Estado da Educação, Válter Marques.
Para além da Sala TIC, que disponibiliza também 25 computadores ligados em rede, as novas obras contemplaram uma sala equipada para alunos com necessidades educativas especiais (NEE), com balneários para deficientes.
Guilherme Pinto acredita que estas novidades introduzidas na escola de São Mamede de Infesta são “apenas o início do longo caminho que a educação vai percorrer no concelho de Matosinhos, para combater o insucesso escolar”. O autarca adianta ainda que as próximas três escolas que serão construídas no concelho, bem como aquelas que foram requalificadas anteriormente, serão dotadas dos mesmos equipamentos que a EB-1 em São Mamede de Infesta. Durante a cerimónia inaugural, o secretário de Estado elogiou o trabalho da câmara. “No dia em que tivermos em todas as escolas do país as mesmas instalações e equipamentos que a nova escola, tenho a certeza que atingimos os índices de desenvolvimento da educação em todo o país”.
A EB-1 Padre Manuel Castro dispõe, para além da Sala TIC e da Sala NEE, de oito salas de aula para o 1.º ciclo, biblioteca, refeitório com cozinha, polidesportivo descoberto, horta pedagógica e recreio coberto e descoberto.
Exposição “Knojo!” explora ciência indiscreta do corpo humano
Público | 2007-10-22
Sabia que engole mais de um litro de muco por dia? Sabe o que provoca o mau hálito e o suor? E o que provoca os barulhos estranhos do estômago ou a composição dos “macacos” do nariz? Uma exposição verdadeiramente repugnante mas divertida, intitulada Knojo!, é a proposta do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, para explorar a ciência indiscreta do corpo humano.
Inaugurada sexta-feira, Knojo! promete desmistificar e abordar sem tabus tudo aquilo que é desagradável no nosso corpo. “A ciência e a tecnologia estão em todo o lado à nossa volta mas também dentro de nós e, mesmo as coisas desagradáveis e nojentas, quando explicadas tornam-se interessantes e divertidas”, garantiu o diretor do pavilhão, António Gomes da Costa.
Nesta viagem pelo corpo humano, as boas-vindas são dadas pela boneca Sua Alteza Nojenta, que diz que todos os organismos têm este lado menos agradável, sinal de que não “estão mortos e enterrados”. Nesta exposição tudo é dito de forma direta, pelo que o nariz se chama “penca”, o muco “ranho”, as fezes “cocó ou caca”, a eructação “arroto” e a flatulência “pum”.
O Pavilhão do Conhecimento preparou vários ateliers, especialmente pensados para os alunos de várias escolas que visitaram a exposição durante o fim de semana. Descobrir que a digestão começa com o cuspo, fabricar uma substância muito parecida com o ranho ou provocar um arroto com substâncias químicas são apenas alguns dos exemplos. Os mais corajosos chegaram mesmo a tentar identificar quatro cheiros diferentes não muito recomendáveis – boca, axilas, ânus e pés – e, a julgar pelas caras, a imitação do jogo era bem real.
Knojo! foi criada originalmente nos Estados Unidos e veio agora de França. Contudo, o nome e toda a parte gráfica foram adaptados em Portugal. Agora, ficará em Lisboa até ao dia 24 de agosto do próximo ano e promete “tirar a vergonha aos visitantes” que se ficarão a conhecer melhor e poderão testar o seu Q.I. nojento em mais um jogo.
Projeto inovador para apoiar estudo da matemática
Público | 2007-10-22
Escola da Parede apostou no xadrez para melhorar os resultados. O xadrez é uma disciplina como todas as outras, de frequência obrigatória e com direito a programa e avaliação. Os resultados são positivos.
A aula é de Matemática, só que no quadro branco não estão algarismos, nem contas, mas um enorme tabuleiro de xadrez colado e algumas peças. Perante duas dezenas de alunos do 2.º ano, o professor Vítor Guerra faz a revisão da matéria dada na semana anterior. Como se pode mover o bispo, o cavalo e a torre? Pergunta quem quer ir mostrar e são vinte braços espetados no ar, acompanhados de muitas vozes a pedir: “Eu! Eu! Eu!”
Vítor Guerra, responsável pelo ensino de xadrez na Escola 31 de janeiro num projeto pioneiro no país, este quase centenário colégio na Parede, tenta convencer os alunos a trocar um peão por um bispo ou um cavalo por uma rainha. Fazem-se as contas aos pontos de cada peça e exercita-se o cálculo.
De boca aberta e olhos arregalados, a turma assiste à negociação entre Vítor e Daniela. O professor quer o rei que a aluna tem e oferece um cavalo e uma dama. Duas. Três. A cada proposta sobem de tom os conselhos dos colegas: “Não aceites, não aceites!”, como se tentassem evitar uma tragédia. Entre jogadas e peças comidas, a hora passa rapidamente e os alunos regressam à sua sala habitual.
“Gosto mais destas aulas porque nas outras aprende-se no caderno e aqui aprende-se a jogar. é divertido, tem muitas peças que parecem pessoas”, diz Tomás, sete anos.
Raciocínio e saber perder
Há quatro anos que o xadrez faz parte do currículo do ensino básico (no 1.º ciclo integra a componente da Matemática) e todos os quase 400 alunos da Escola 31 de janeiro, do 2.º ao 9.º, têm obrigatoriamente de frequentar esta disciplina. é aliás uma atividade levada tão a sério que tem programa – da posição inicial das peças à técnica do mate com 2 cavalos aprendida no último ano – e é sujeita a avaliação.
“Há seis, sete anos começámos a sentir que havia alguns problemas com a Matemática. Por outro lado, notávamos que os alunos davam muitas opiniões mas eram incapazes de argumentar. Não conseguiam construir um caminho para chegar a uma conclusão. Sabíamos de experiências do uso do xadrez em escolas lá fora e decidimos avançar”, explica Vítor Rodrigues, diretor da escola.
E ao fim de quatro anos, Vítor Rodrigues não tem dúvidas de que já se notam melhorias, sobretudo entre os alunos que já praticam há mais tempo. “Avançou-se muito ao nível do pensamento lógico, da argumentação. E por causa dos jogos e dos torneios, os miúdos habituam-se a saber ganhar e a saber perder.”
Formado em Matemática, jogador profissional, árbitro e professor de xadrez, Vítor Guerra é o responsável por este projeto – este ano iniciou-se num outro colégio em Sintra – praticamente desde o início. “Há estudos que indicam que, com a prática do xadrez, há um implemento de 12 a 15 por cento na melhoria dos resultados escolares. Sobretudo entre os que praticam com regularidade e se preparam para os torneios.”
Na turma que se segue, do 4.º ano, Vítor Guerra já identificou os dois alunos que gostaria que tivessem uma preparação especial. é que para além da hora semanal frequentada por todos, há cerca de 80 que, por demonstrarem grande interesse ou apetência, têm aulas de apoio à competição, em horário pós-letivo.
Inês, 9 anos, é uma delas. Aprendeu a jogar com o avô, continuou a praticar na escola e agora garante que já lhe ganha. “Gosto de jogar porque se pode fazer truques em que as peças ficam encurraladas e comer”, explica.
De resto, já são visíveis frutos do investimento feito e uma equipa do escalão menores de 10 anos venceu este ano o torneio mundial de escolas, na República Checa. Para muitos, o xadrez tornou-se mais do que uma disciplina e não é raro encontrar alunos a jogar nos intervalos, nos pátios e corredores da escola.
Dentro da sala, a prática também é levada a sério. Frente a frente, 26 alunos do 4.º ano protagonizam 13 jogos em simultâneo, como se de um torneio se tratasse. Há uma folha de registo das jogadas para cada um e na mesa só há lugar para o tabuleiro, o lápis, a borracha e o afia. “Estão prontos? Silêncio. Cumprimentem-se [neste momento todos apertam a mão ao seu “adversário”]. Podem começar”, indica o professor. Ouve-se pouquíssimo barulho na sala, mas Tomás tem dificuldade em concentrar-se e pede a Vítor que faça os colegas falar mais baixo.
“A partir de três, quatro anos de experiência, estes alunos já têm uma grande capacidade de concentração e conseguem ficar três horas a jogar”, explica. E a ideia é começar ainda mais cedo, diz Vítor Rodrigues. “Dentro de dois anos esperamos começar com o xadrez como matéria obrigatória logo a partir do 1.º ano. Mas isto implica mudanças na aprendizagem ao nível do pré-escolar.” E se no início as famílias estranharam, “agora procuram-nos por causa do xadrez”, afirma o diretor.
O jogo e a matemática
Concentração, memória e mais competências
Concentração, memória, capacidade de leitura, mas sobretudo mais competências na área da Matemática. São sobretudo estas as áreas que se pretende ver melhoradas com o ensino do xadrez.
“Tento que as atividades estejam o mais possível interligadas com a Matemática. E isso é sobretudo possível no 1º e 2º ciclos, principalmente a nível da geometria, sistema de eixos, cálculo ou aritmética, diz Vítor Guerra, responsável pelo projeto na Escola 31 de janeiro.
A partir do momento em que assistem à s aulas de xadrez, os professores do 1.º ciclo tentam também levar a mesma linguagem para a sala de aula, fazem associações entre o tabuleiro de xadrez, a geometria, estratégias de resolução de problemas, explica a professora Luísa Pedro.
Dá aulas na 31 de janeiro há 14 anos e, quando compara o desempenho dos alunos antes e após a introdução do xadrez como disciplina curricular, garante que se notam diferenças. “Acho que entendem com mais facilidade a linguagem matemática e o raciocínio torna-se mais fácil”.
Hoje é o Dia Internacional das Bibliotecas Escolares
Público | 2007-10-22
Professores vão poder concorrer a lugares em bibliotecas.
No concurso de colocação de 2009, os professores poderão concorrer exclusivamente ao lugar de coordenador de biblioteca, segundo a responsável pela Rede de Bibliotecas Escolares (RBE), que em 2008 integrará todas as escolas de 2.º e 3.º ciclo.
“Será possível concorrer exclusivamente para coordenador de biblioteca, mas os termos em que esse concurso irá decorrer estão ainda por definir”, explicou a coordenadora do gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares, Teresa Calçada, em declarações à Lusa a propósito do Dia Internacional das Bibliotecas Escolares, que se assinala hoje. Segundo Calçada, existem atualmente 107 professores de 2.º e 3.º ciclo e cerca de 130 do 1.º ciclo que trabalham a tempo inteiro nas bibliotecas dos agrupamentos a que pertencem.
Professores ou formados na área da educação com competências ao nível das tecnologias de informação e das ciências de documentação, com um enorme sentido de organização, entusiasmados, competentes e conscientes do papel que as escolas desempenham ao nível da inclusão social: é este o retrato-tipo dos coordenadores das bibliotecas escolares traçado por Teresa Calçada.
Universidade do Porto fez de outubro o mês da matemática na Casa da Música
Público | 2007-09-30
As ações destinam-se a professores, alunos e público em geral e vão mostrar como se pode usar a matemática e fazer dela uma disciplina atraente.
O exercício era simples: explorar as ligações históricas e íntimas entre a música e a matemática. O resultado estará à vista e à escuta durante o mês de outubro, na Casa da Música (CdM), baseado na proposta que partiu do serviço educativo em colaboração com o Centro de Matemática da Universidade do Porto.
São sete iniciativas dispersas por várias datas do calendário de outubro e dirigidas à s escolas, professores e público geral. Há jogos, workshops e programas informáticos, entre outras ferramentas que aliaram o mundo dos sons aos números para seduzir os mais resistentes à disciplina.
Uma das primeiras ações do programa chama-se “M” de Matemática, decorre no próximo sábado e é aberta a público geral. “é uma conversa exemplificada que faz parte do nosso Breve Dicionário de Ouvir sobre a relação entre a matemática e a música, apresentada pelo compositor João Pedro Oliveira”, explica Paulo Rodrigues, programador do serviço educativo da CdM.
No entanto, o principal alvo da programação deste mês será o público escolar; são eles que, se tiverem mais de quatro anos vão, por exemplo, aprender a Contar a Cantar, e se frequentarem o ensino básico saber mais sobre a Fórmula da Música.
Para o ensino básico (3.º ciclo) e secundário, a CdM reservou Políssonos. “é baseado num programa de computador que foi concebido propositadamente para esta ação por Rui Penha e que mostra como se pode fazer música a partir de paradigmas da geometria”, afirma o responsável da CdM, adiantando que, no futuro, espera-se adaptar estes programas para distribuir gratuitamente pelas escolas.
“Queremos abranger um público alargado. Tornar a matemática atraente para os alunos e mostrar aos professores que são um público especializado como usar a matemática numa aula de Música e como usar a música numa aula de Matemática”, diz Paulo Rodrigues.
O programa inclui ainda uma iniciativa preparada pelo Centro de Matemática da universidade com sessões dirigidas a alunos do secundário e outras a professores intitulada Descobrir Matemática com a Música. Um workshop que mostra como se compõe uma “melodia matemática” ou onde se esconde a “geometria dos acordes”. As inscrições para as escolas estão abertas e algumas, como é o caso do espetáculo Zoo Lógico (ver caixa), já estão quase a ficar com lotação esgotada.
Beja: Primeiro centro dedicado ao livro infantil
Público | 2007-09-23
O espólio particular com cerca de 3000 títulos sobre literatura infantil doado pela escritora Natércia Rocha, já falecida, à Biblioteca Municipal José Saramago, foi o elemento determinante para a materialização do primeiro Centro do Livro Infantil (CLI) de Portugal, que abriu ao público na passada quarta-feira. Logo a seguir à cerimónia de abertura do CLI de Beja, a biblioteca local realizou uma cerimónia de homenagem à escritora com a presença de vários autores e especialistas em livros infantis, com destaque para António Torrado, Matilde Rosa Araújo e Luísa Ducla Soares.
Rui Marques Veloso, que se apresentou como “o companheiro profissional” da escritora, considerou a sua ação, sobretudo a partir do 25 de abril de 1974, como decisiva para a consolidação da literatura infantil no nosso país, numa altura em que a investigação neste domínio do livro “era zero”. António Torrado recordou, por seu turno, que os anos 60 e 70 do século passado “não foram particularmente felizes” para a literatura dedicada à s crianças. Apenas as bibliotecas itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian faziam um trabalho meritório e quase único, pese embora a “má qualidade das edições de livros”.
António Torrado enalteceu ainda o papel de David Mourão-Ferreira na realização de encontros sobre literatura infantil da Gulbenkian, que tiveram grande impacto nos anos 60 e 70.
é da autoria de Natércia Rocha a primeira Bibliografia Geral de Literatura elaborada em Portugal com referências a edições publicadas até 1986. é este percurso histórico e documental da escritora que passa a estar patente no CLI de Beja.
Natércia Rocha nasceu em Lisboa, onde veio a falecer em 2004, com 79 anos de idade. Formada em Letras na Universidade de Lisboa, diplomou-se ainda em Língua e Cultura Inglesas na Universidade de Cambridge, Inglaterra. Foi locutora de rádio, professora, investigadora e autora de programas de televisão. A sua obra inclui manuais escolares, duas dezenas de livros e 16 títulos da coleção Mistério, que escreveu em parceria com Maria Alberta Menéres e Carlos Correia.
Aulas extraordinárias, mesmo
Público | 2007-09-21
Levar um empurrão, ver um filme, desenhar à s escuras, ouvir música numa aula de História, ter uma aula dentro do Second Life. Estas são algumas das experiências que os alunos podem quando dão o salto e entram no ensino superior.
Coisas “do outro mundo”
Já não são crianças. Na sala de aula o professor já não pede para que abram o manual na página 28, não faz uma exposição da matéria, nem diz o que sai para o teste. Bem-vindos ao ensino superior, onde há professores que dão empurrões, que fazem jogos de palavras, que põem os alunos a desenhar à s escuras, que querem por tudo prender a atenção dos jovens, não para os encher de matéria, mas para que abram horizontes, porque – dizem – é sobretudo para isso que serve o ensino superior.
“O objetivo é conseguir que os alunos sejam autónomos, criativos, curiosos e despertá-los para soluções mais complexas e mais ricas”, diz Carlos Nogueira, escultor e professor de Desenho da licenciatura de Arquitetura da Universidade Autónoma de Lisboa.
As primeiras aulas de Desenho são feitas à s escuras. Linhas verticais, horizontais, oblíquas… todas feitas na sala de aula escurecida e com vários “materiais riscadores”: caneta de acetato grossa, lápis de carvão, pincel. Linhas que, depois de a luz voltar à sala, são anónimas porque os estudantes foram mudando de lugar, à medida que as desenharam.
A exigência do professor causa “estranheza” e “desconforto”, também há risos porque os estudantes “acham aquilo do outro mundo”. Mas, no final, acabam por sair cansados da sala de aula, pois “o que pode parecer um ato ligeiro, não é”. “O que quero é que os alunos não tenham medo de desenhar”, explica Carlos Nogueira, que recusa a ideia de que se tem “jeito para o desenho”. “é a mão que é comandada pela cabeça e não o contrário”, defende.
Há quem não se esqueça da experiência, “os antigos alunos não deixam de falar dessas aulas”, orgulha-se Carlos Nogueira.
Jogos e atividades físicas
“O que é isto?”, pergunta o escultor Jean Campiche aos alunos, na primeira aula. “Isto” é um retângulo vermelho com uma cruz branca no centro. Invariavelmente, os jovens respondem que é a bandeira da Cruz Vermelha. Errado! é a bandeira da Suíça, que serviu de modelo à da Cruz Vermelha, responde o professor. é também a bandeira do país onde ele nasceu. E a aula continua na Escola Superior de Educação de Santarém.
Virados para uma tela branca, os alunos veem várias imagens: “A minha terra natal, Genebra; as minhas viagens, atravessei o continente africano de carro, durante um ano; as coisas de que gosto… pintura, escultura…” Deste modo quebra-se o gelo, “permitindo uma relação mais próxima”, explica o professor de Escultura e de Publicidade e Marketing do curso de Artes Plásticas e Multimédia.
Feita a apresentação, as surpresas continuam. Porque está um relógio desenhado no quadro? “Para dizer que a noção de tempo é cultural e que, na minha terra só se chega com muito atraso quando morre a mãe!”, diz Jean Campiche, queixando-se da falta de pontualidade dos portugueses.
E há ainda tempo para um jogo de palavras. “Por exemplo, eu digo “sueca” e os alunos escrevem três palavras que acham que caracterizam essa nacionalidade. Depois adivinho o que escreveram. Escrevem olhos azuis, branco, frio… Porque o que os jovens põem no papel são os seus preconceitos”, explica. E assim se introduz o tema dos conceitos e preconceitos. As atividades “mais físicas” são usadas pelo professor João Vieira da Cunha, da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa para “explicar melhor os conceitos” em cadeiras como ética e Responsabilidade Social. Na primeira aula, vai vestido de preto dos pés à cabeça – nada de especial – mas também veste uma capa negra. A ideia é criar uma metáfora para realçar o lado negro das organizações. “Há coisas do nosso quotidiano que podemos usar, como simular um encontrão à saída do Metro, para explicar os processos que usamos todos os dias para gerir a nossa identidade”, continua Vieira da Cunha.
A utilização de filmes é outro dos segredos para fazer das suas aulas um espaço diferente. Uma sequência do filme Matrix em que uma personagem compara os seres humanos a um vírus que destrói o planeta, pode ser uma boa maneira de introduzir o tema da reciclagem e da necessidade de mudar comportamentos, conta o professor. “Fazer algo com mais piada não é um ato altruísta, também é para nós que tornamos as aulas mais interessantes”, diz o professor, que também leciona nos cursos de MBA e de formação para executivos. “No final de uma aula mais chata penso: “Grande seca que levei de mim próprio!””, brinca João Vieira da Cunha.
Há uma desvantagem em fazer aulas diferentes: a expectativa que se gera nos alunos, com quem tem uma “relação de amor/ódio”, porque há quem deteste as suas aulas pois considera que o seu “comportamento não é de sala de aula”. Por outro lado, há alunos que não o esquecem e com quem o professor consegue estabelecer uma relação única, como com aquela turma para quem, na última aula do semestre, passou a última cena do filme Clube dos Poetas Mortos e recitou o poema de Walt Whitman, O Captain! My Captain!. “Nunca mais fiz com nenhum outro grupo.”
“Nunca estou quieto”
A amizade pode ser o segredo para cativar os alunos para Química, uma cadeira que, no 1.º ano, na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, não é difícil, admite o professor João Sotomayor. “Desde a primeira aula que ponho os alunos à vontade para que vejam no professor não alguém que passa informação, mas a quem podem recorrer para tirar dúvidas”, conta. Por isso, não tem horário para recebê-los, porque está sempre disponível, na escola ou no endereço de correio eletrónico.
No primeiro encontro, o professor garante-lhes que, se frequentarem as aulas, vão aprender “algo extra”. João Sotomayor pega na atualidade e aplica-a à sua disciplina: qualquer coisa que apareça nos jornais ou a referência a um químico conhecido são os “brindes” com que presenteia os alunos no final da aula.
Nas teóricas, o “truque é a atividade”. “Eu em palco nunca estou quieto”, exclama. O “palco” é o estrado onde se movimenta, enquanto passa um filme ou um power point, o professor vai e vem ao quadro, onde escreve.
Aula quase virtual
Paulo Frias, professor no curso de Ciências da Comunicação, na Universidade do Porto, não usa o quadro para ensinar, mas o Second Life. Na sala de aula, professor e alunos, de computador à frente, entram num mundo virtual e comunicam. O uso desta plataforma “aumenta o grau de concentração” porque os estudantes têm de estar atentos, caso contrário perdem informação; e “é mais desinibidor porque quebra a fronteira professor/aluno”, explica o docente.
No Second Life essa fronteira dilui-se quando, à terça-feira à noite, a turma se encontra para falar de “coisas mais genéricas” ou para visitar sítios que os alunos descobriram. “Teletransportamo-nos”, conta Paulo Frias, e vamos a uma festa”.
Vinte serviços de psicologia nas escolas em risco
Público | 2007-09-13
Cerca de 20 serviços de psicologia e orientação escolar (SPO) na área da Direção Regional de Educação de Lisboa correm o risco de fechar portas caso o Ministério da Educação (ME) continue sem dar informações à s escolas sobre o destino a dar aos professores que há dezenas de anos se encontram destacados nestes departamentos e que foram agora providos na categoria de titular.
é pelo menos esta a convicção de alguns professores conselheiros de orientação, no entanto negada à Lusa pelo diretor regional de Educação, José Leitão. De acordo com a regulamentação do novo estatuto da carreira, os docentes que acederam a titular veem cessados os seus destacamentos. “O ME abriu exceções, mas nada disse sobre os professores conselheiros de orientação”, explica Ana Carita, que há 30 anos exerce as funções de orientadora escolar. Ou seja, pela lei, os cerca de 80 professores nestas condições teriam de abdicar das funções que exercem – e para qual receberam formação – e voltar a dar matérias com as quais não contactam há outros tantos. Ou prescindir da condição de titular com os prejuízos em termos de carreira que tal decisão pode acarretar.
Desde junho que estes professores têm pedido informações à tutela, mas “ora são contraditórias, ora pouco esclarecedoras, ora ambíguas, ora impraticáveis”, dizem. “Se aceitarmos ser titulares e não nos for permitido continuar nos SPO, será um desperdício de gente que dedicou toda a sua vida profissional a esta área e que pode ter como consequência o fecho de cerca de 20 serviços [por apenas contarem com um professor conselheiro] e o empobrecimento de várias equipas”, critica Ana Carita.
à Lusa, José Leitão disse que estes professores terão de optar por subir à categoria de titulares ou manter as funções de orientação profissional. Sobre o funcionamento dos SPO garantiu que outros docentes os irão substituir.
Crianças invadem lojas à procura de novas modas
Jornal de Notícias | 2007-09-12
“Está na hora de irmos embora. Chega de compras”, exclamava uma mãe impaciente. No corredor de material escolar, do hipermercado Carrefour de Vila Nova de Gaia, os filhos Vítor e Pedro Félix, de 6 e 10 anos, estavam de joelhos, deslumbrados com uma das modas do regresso à s aulas deste ano. Pastas, cadernos e estojos da coleção “Wrestling”, com a particularidade de serem a três dimensões, têm encantado muitos alunos do ensino básico que se preparam para o começo de mais um ano letivo. Também as coleções “Morangos com açúcar”, “Agatha Ruiz De La Prada”, “Floribella”, “Noddy” e “Pucca” despertam a curiosidade, apelando ao consumo infantil. Afinal, são eles que “mandam” – pelo menos, sempre que possível.
“Este ano também temos vendido muitos artigos do desenho animado Ratatouille. Apenas as mochilas é que não têm tido muita saída. Mas compreende-se, porque andar o ano inteiro com um rato à s costas torna-se cansativo”, brincava a chefe da secção do Carrefour, Sónia Ribeiro.
Já na Staples Office Center, em Matosinhos, o destaque dado à coleção “Wrestling” alicia não apenas os rapazes, mas também as raparigas. De olhos colados à estante, Mafalda Lemos pegava instintivamente no calendário escolar 3D. “é este que eu quero”, exigia ao pai. “Eu sou uma fã do Wrestling, adoro”, explicaria a rapariga ao JN, prestes a entrar no 9º de escolaridade. Mas a coleção da série “Morangos com Açúcar” continua a satisfazer os gostos de todos. “Gosto muito dos artigos Morangos com açúcar. Quero muito comprar a mala a tiracolo, mas tem estado sempre esgotada”, lamentava Mafalda.
A euforia nas compras escolares, típica nesta altura do ano, assiste-se, também, na Papelaria Fernandes do Norteshopping, em Matosinhos. As filas de espera, os corredores apinhados e uma menina a choramingar pela mochila da Agatha Ruiz De La Prada espelhavam ontem o ambiente de correria dos últimos dias. “Esta é a melhor altura de vendas, tal como o Natal”, explicou a responsável, Ana Duarte.
Além dos artigos de marca, foram muitos os que optaram por um estilo mais sóbrio. Cadernos de capa preta, dossiers lisos e canetas azuis, pretas e verdes são as escolhas preferidas. “Preferi comprar cadernos pretos para personalizá-los com fotografias do verão”, segundo Inês Fernandes, que vai agora para o 9.º ano.
“Gosto muito da Betty Boop por causa de uma amiga”
Beatriz Carvalheira, 10 anos, 5.º ano
“Olha aquele caderno mãe e este, eu quero este!”, exclamava repetidamente Beatriz Carvalheira, em frente à secção de papelaria do Carrefour de V. N. Gaia. A menina de 10 anos percorria os corredores numa correria desenfreada, na esperança de encontrar as suas personagens preferidas num qualquer caderno ou mochila. “Uma amiga influenciou-me a gostar da Betty, agora gosto muito dela”. A procura não surtiu resultados – não existem artigos com a mítica Betty Boop estampada. A mãe já tinha avisado que os cadernos seriam os da prateleira em frente. “Tenho algumas coisas de marca mas outras não”, diz, conformada, ao JN.
“Não há material com o símbolo do F.C. Porto”
José Eduardo Branco, 12 anos, 7.º ano
Carregado de canetas e lápis coloridos, José Eduardo passeava calmamente pelos corredores da Staples Office Centre. A seleção dos cadernos parecia difícil devido à grande variedade. “Eu gosto muito do F.C. Porto, mas não há material com esse símbolo”, admite desgostoso José Eduardo. A escolha recai finalmente sobre o material escolar mais simples “Eu prefiro os cadernos lisos. Apesar de gostar do Wrestling e dos Morangos com Açúcar, acho que os desenhos são mais para as meninas, elas é que gostam disso!”, afirma, seguro da sua decisão. A opção do rapaz não é influenciada pela mãe, que o acompanha nas últimas compras escolares.
S. João da Madeira apoia alunos carenciados
Público | 2007-09-11
A Câmara Municipal de São João da Madeira decidiu estender o apoio aos alunos carenciados do 2.º e 3.º ciclos – mesmo reconhecendo tratar-se de uma competência do Poder Central -, atribuindo um subsídio máximo de 100 euros e mínimo de 50 por criança.
Esta quantia disponibilizada pelo município destina-se à aquisição de manuais e de materiais escolares de desgaste.
O novo programa, designado Escola Solidária São João da Madeira, integra ainda a ajuda já disponibilizada aos estudantes do 1.º ciclo, mas este ano com um valor superior.
O montante máximo de 32 euros sobe para 75. Outra novidade é a atribuição das comparticipações a alunos que não residam no município, mas que tenham um dos progenitores a trabalhar no concelho são-joanense.
Os subsídios da câmara municipal abrangem cerca de 700 alunos, comprovadamente carenciados, do 1.º, 2.º e 3.º ciclos.
Os superpais preparam o regresso às aulas
Público | 2007-09-09
setembro há de ser sempre setembro, o mês em que milhares de alunos voltam a estudar.
A partir desta semana acabam-se as férias para mais de 1,6 milhões de estudantes.
Eles dizem que não, que nada disso, que não são superpais. Mas pôr de pé uma operação para levar de volta à escola “oito índios” – as palavras do sorridente superpai Carlos Soares – não é para todos.
Mesmo que eles sejam apenas três, como no caso de Ana Cristina Miguel, separada do pai de Marta (10 anos), Dinis (oito) e Rita (seis), a tarefa não é propriamente fácil.
Para ambos, a chegada de setembro é sinónimo do despertar de algumas dores de cabeça que foram adormecendo durante as férias. “é um bulício completo”, classifica Carlos, enquanto Ana Cristina fala de “pressão”. Setembro, à s vezes agosto, exige que se comprem os manuais e os materiais escolares, que se preparem as roupas, que se assegurem as vagas nos centros de atividades de tempos livres (ATL) e também as atividades extracurriculares.
Para não falar, claro, da conjugação do verbo gastar quando se fala em regresso à s aulas.
Mas não há volta a dar – setembro há de ser sempre setembro, o mês em que milhares de alunos se sentam outra vez nos bancos de escola.
Este ano, os estabelecimentos de ensino têm de abrir portas entre os dias 12, a próxima quarta-feira, e 17. O Ministério da Educação ainda não sabe com quantos estudantes se fará o ano 2007-08, mas as previsões apontam para que haja um aumento em relação ao período letivo passado, em que estiveram inscritos nas escolas do continente 1 669 470 crianças.
No ensino particular e cooperativo, estão matriculados para este ano 322 mil alunos, dispersos por 1400 estabelecimentos de ensino.
A confirmarem-se estas expectativas da tutela, o aumento da fasquia deverá ficar a dever-se sobretudo ao cada vez maior número de alunos do ensino público que procuram os cursos profissionalizantes do básico e do secundário.
O ME estima que estas formações sejam 4946 em 2007-2008, contra as 3344 que as escolas ofereceram no ano letivo anterior.
Disciplina e muita canseira
Nenhum destes cursos, um dos trunfos do ministério para o ano letivo que se avizinha, vai, para já, beneficiar qualquer um dos filhos de Ana Cristina.
Marta vai frequentar o 5.° ano, na Escola Básica (EB) dos 2.° e 3.° ciclos de Valongo, Rita vai estrear-se no 1.° ciclo, na EB 1 da Ilha, também em Valongo, onde se vai juntar a Dinis, matriculado no 3.° ano.
Os três irmãos também não vão usufruir da anunciada expansão do número de escolas com horário a tempo inteiro – das 9h00 à s 17h30. No início da semana passada, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues explicou que serão 90 por cento os estabelecimentos de ensino do 1.° ciclo (por falar nisso, neste nível de ensino fecham as portas 900 escolas de todo o país) com regime normal de funcionamento, o que permitirá “um apoio mais efetivo à s famílias nas interrupções letivas e nos períodos de início e de fim de dia”. Mas ainda não foi desta que Ana Cristina sentiu este apoio.
“Escolhi o ensino oficial para os meus filhos porque acredito que tem qualidade e porque acho que os prepara melhor para a vida fora da escola, uma vez que não estão tão protegidos. Só lamento é que, mesmo assim, tenha que procurar respostas noutros setores porque os horários da escola não se coadunam com os meus”, explica.
Ana Cristina é técnica superior, vive em Valongo e trabalha no Porto. Este ano letivo, os filhos terão “horários completamente diferentes”. Rita vai entrar à s 9h00, almoçar ao meio-dia, regressar à s aulas à s 13h00 e terminar a jornada à s 15h00; Dinis estará na escola das 13h20 à s 18h20.
O horário de Marta “concentra o grosso das aulas durante a manhã”, embora contemple também duas tardes ocupadas.
A solução para esta disparidade de horários foi a mais óbvia: procurar um centro de ATL para os miúdos. Nos próximos meses, a rotina de Ana será esta: “De manhã, antes das 8h30, deixar a Marta na escola e levar os outros dois ao ATL.”
à hora prevista, os responsáveis do ATL deixarão Rita e Dinis na escola. Será lá também, no mesmo ATL, que Marta ficara quando acabarem as suas aulas. “à s 18h30,19h00, vou buscá-los a todos.”
E depois há as atividades extracurriculares – “basquetebol, natação…” Ana Cristina é uma supermãe? Ela ri-se. “Consegue-se tempo para isto tudo com alguma disciplina, muito dinamismo e muita canseira.”
26 mil euros para o colégio
Andemos um nadinha mais para sul, até Miramar, Gaia. A casa onde Carlos Soares mora com a mulher, uma empregada interna e os oito filhos está hoje rodeada de miúdos por todos os lados.
Literalmente: aos oito da casa juntaram-se mais “dois filhos de uns amigos de Lisboa” e mais cinco rapazes e raparigas. Carlos e Gabriela, os dois médicos, já estão habituados a ter a casa cheia, quase não notam. “O que é preciso é organização”, explica o pai.
é essa mesma filosofia que vigora lá em casa em tempo de aulas. “Claro que é complicado, mas tudo se arranja”, explica Carlos Soares. Regra geral, o despertar dos pais é à s 6h45.
“Depois chamam-se os rapazes e a seguir as pequenas”, conta. Os rapazes são Hugo (15 anos), Filipe (14) e Ricardo (11): elas são Bárbara (10 anos), Patrícia (nove), Sara (sete), Joana (seis) e Raquel (cinco).
As mochilas ficam arranjadas de véspera e alinhadas à porta. Quando esta tudo a postos, é só entrar no jipe azul que a mãe há de conduzir até um colégio em Gaia. Os rapazes frequentam o Cedros, uma escola privada masculina; as meninas estudam no Horizonte, escola feminina da mesma cooperativa.
Carlos e Gabriela sempre quiseram para os filhos escolas que lhes davam “garantias de continuidade” do ambiente familiar. “Não encontrávamos o que pretendíamos numa escola pública”, adianta o pai.
Para além disso, nenhum dos dois teria tempo para deixar “cada um dos miúdos em escolas diferentes, tipo distribuidor de pizzas”.
O preço a pagar é alto: em julho, Carlos desembolsou 26 mil euros pela anuidade de todos os filhos. “é pesado, temos que trabalhar muito para conseguir fazer face a todas as despesas”, lamenta. Enquanto membro da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas, o médico tem vindo a lutar para que cada pai possa escolher a escola dos seus filhos, tendo para isso apoio do Estado.
“Nunca mais aprovam o cheque-escola…” Mas nem tudo são más notícias: pela primeira vez, Carlos conseguiu um apoio no âmbito da ação social escolar. O reforço das ajudas aos pais é, aliás, uma das novidades para este ano letivo: a tutela destinou para a ação social mais 6,5 milhões de euros.
Apagar exercícios dos livros
Todos os apoios são bem-vindos, porque a torneira dos gastos parece estar permanentemente aberta. Só para livros, Ana Cristina desembolsou 160 euros. “E só os mais básicos, que sei que ainda vou ter de comprar mais”, conta. Optou por encomendálos “pela Internet, para ter desconto de 10 por cento”.
Em casa de Carlos Soares, a fatura foi mais elevada: 1100 euros apenas para os manuais, adquiridos numa grande superfície que também oferecia descontos. O resto do material ainda não está pronto, mas muito será reutilizado de anos anteriores.
“A minha mulher tem uma capacidade notável de se lembrar do que ainda está bom para usar”, garante Carlos.
A família Soares tem uma vantagem: há material que passa de uns filhos para outros. E alguns manuais também. “Já apagámos exercícios de alguns livros”,conta o pai. A partir de agora, talvez isso deixe de ser preciso: os manuais vigorarão por seis anos e serão poucos os que terão espaços para a resolução de exercícios.
Desta forma, entende a tutela, os livros escolares poderão mais facilmente transitar entre irmãos. Há outra novidade: este ano, os manuais do secundário passaram também a ter preços controlados, à semelhança do que já acontecia com os do ensino básico.
De resto, serão ténues as alterações introduzidas na vida das escolas relativamente ao ano letivo anterior. Melhor dizendo: serão ténues as alterações com repercussões imediatas na vida das famílias.
é certo que haverá, pela primeira vez, professores titulares nas escolas (33 500) e que pela primeira vez serão renovadas as colocações plurianuais (os docentes foram afetos a uma escola por três anos letivos em 2006-2007), mas, assim de repente, isto ainda não diz nada a Ana Cristina Miguel e muito menos a Carlos Soares, que joga noutro campeonato.
Para já, estes superpais ainda pensam numa coisa bem mais prosaica: há que plastificar “quilos de livros” antes que as aulas arranquem de facto…
Todos os anos há uma lista nova de material e todos os anos há itens desse inventário que se repetem. Porque é que se há de comprar tudo de novo? Os lápis de cor, de cera, canetas de feltro e os guaches podem ser, muitas vezes, reutilizados.
As tesouras, compassos, réguas e afias, também. Já para não falar em capas plásticas e dossiers.
Mesmo os cadernos, as folhas já utilizadas podem ser retiradas, com todo o cuidado, guardadas num dossier (para mais tarde recordar ou para que os alunos possam recorrer aos conhecimentos que adquiriram em anos anteriores) e o bloco de notas fica como novo.
E quando todo este material deixar de ser necessário, se estiver em boas condições, pode ser guardado a pensar nos filhos mais novos ou então entregue numa instituição que possa fazer bom uso do mesmo.
Um pouco mais de 50 euros (51,47 euros) é quanto pode custar um cabaz básico de material escolar. A escolha teve como base a gama disponível nos sites das principais cadeias de distribuição. Foram selecionados produtos com preços médios, não havendo a preocupação de escolher apenas os produtos mais baratos que estão à venda e fugindo também aos artigos mais caros.
Cadernos e companhia. Negócio que vale milhões
Correio da Manhã | 2007-09-03
Com pouco mais de 50 euros já consegue ‘equipar’ minimamente o seu filho com o material escolar necessário para o início das aulas. Excetuando os valores dos manuais escolares, o material para o início das aulas é o maior gasto para quem tem filhos em idade escolar (isto se não for estudar para o setor privado, pois aí o gasto só no mês de setembro facilmente atinge o milhar de euros).
Há quem prefira mochilas com produtos de marca ou quem seja económico e não se importe de levar para a sala de aula produtos de ‘marca branca’. Mas não se iluda. Na televisão, na rádio, na imprensa, nos outdoors e, principalmente, nos grandes espaços comerciais, o apelo ao consumo e à compra de lápis, afias, canetas, cadernos, mochilas e afins consegue chamar a atenção dos mais novos, que ‘puxam’ os pais para comprarem tudo e mais alguma coisa. E há, ainda, os produtos associados a séries de animação, heróis de banda desenhada ou programas juvenis de televisão. Por norma são produtos mais caros, mas são aqueles que os mais novos mais pedem e que gostam de ‘mostrar’ na escola aos colegas.
Afinal, este é um mercado de milhões para as marcas e para as lojas – atrás do material escolar vem o computador, a estante, o cesto de papéis e até a roupa de cama a combinar com a mochila e os cadernos… isto sem contar com os produtos multimédia, os livros de apoio, as obras de leitura obrigatória, etc. E é fácil fazer as contas: o sistema de ensino tem mais de 1,6 milhões de alunos. Se cada pai gastar, só em material escolar 50 euros por filho, o negócio rondará os 80 milhões de euros. Sem contar com os manuais escolares.
No entanto, não se esqueça que o cabaz ‘poupado’ que apresentamos indica os preços de cada unidade. Apesar de um caderno de linhas A4 custar apenas 49 cêntimos, terá sempre de comprar meia dúzia, pelo menos.
Mas há várias formas de poupar: quem tem mais de um filho na escola, em anos de escolaridade próximos, pode aproveitar algum do material de um ano para o outro: régua, compasso, tesoura, máquina de calcular, canetas, lápis ou dicionários, por exemplo. Outra dica: ir comprando o material ao longo do ano, guardando-o para o início das aulas. Custa menos no orçamento mensal e pode aproveitar as várias promoções que algumas lojas têm fora da época alta da educação.
Também pode aproveitar descontos, nomeadamente em lojas de rua, tradicionais, que tentam fidelizar os clientes na compra do material escolar. No fundo, o segredo está em não entrar em desespero – afinal, a educação é essencial para os seus filhos.
Família portuense, dois filhos lamenta falta de apoio da SASE
Jorge Carvalho, 45 anos, e Manuela, 40, moram num bairro social do Porto e têm dois filhos a estudar. O Jorge Ricardo, 17 anos, vai fazer o 12.º ano na fontes Pereira de Melo que tem cursos técnicoprofissionais, e o João Pedro, 11, vai para o 6.º ano na Francisco Torrinha. Os encargos são muitos. “O ano passado, como o meu marido esteve de baixa e foi operado, ainda tivemos apoio do Serviço de Ação Social Escolar (SASE). Este ano já não temos, porque ganhamos um pouquinho mais do que o salário mínimo”, diz Manuela, operadora de caixa na BP. “Se ganharmos mais um euro já não temos direito a apoio”, diz Jorge, jardineiro da Santa Casa de Misericórdia colocado no antigo Parque de Campismo da Prelada. O mais velho interessa-se por computadores e depois de um ano mais distraído, no ano passado voltou a passar com boas notas. “Se depender de nós, vai para a faculdade, passa a ser a nossa prioridade. Mas ele pode optar por ir trabalhar”, dizem os pais. O mais novo, que é guarda-redes de hóquei em patins, tinha escola mais perto, mas preferiu mudar. “é mais longe mas tem melhor ambiente”, diz.
Direitos dos alunos (Por Sofia de Almeida Ribeiro/Loja Jurídica)
Um aluno é obrigado a frequentar todas as aulas?
O Estatuto do Aluno do Ensino não Superior – Lei n.º 30/2002 de 20/12 – estabelece para os alunos um dever geral de frequência e assiduidade. Tal implica que o aluno tenha de estar presente na sala de aula e demais locais onde se desenvolva o trabalho escolar referente à s áreas curriculares consideradas de frequência obrigatória.
é obrigatória a frequência de aulas de inglês no Ensino Básico?
Desde 2006 que os planos de atividades do 1.º Ciclo do Ensino Básico incluem obrigatoriamente para os alunos do 3.º e 4.º anos o ensino da língua inglesa. A aprendizagem de uma língua estrangeira é obrigatória durante os 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico – neste caso, o aluno deve escolher de entre as opções apresentadas pelo estabelecimento de ensino a cuja frequência se candidata.
é obrigatória a frequência de aulas de Educação Física no Ensino Básico?
Os planos de atividades do 1.º Ciclo do Ensino Básico podem incluir a atividade física e desportiva, sendo nesse caso a frequência das aulas a ela referentes obrigatória para os alunos. Nos 2.º e 3.º Ciclos a frequência das aulas de Educação Física é obrigatória.
é obrigatória a frequência de aulas de Educação Sexual no Ensino Básico?
A Lei 120/99 de 11 de agosto obrigou à implementação de um programa para a promoção da saúde e da sexualidade humana nos estabelecimentos de Ensino Básico e Secundário. No seguimento do diploma referido, o Decreto-Lei n.º 259/2000 de 17 de outubro estabelece a obrigatoriedade dessas matérias na organização curricular do Ensinos Básico e Secundário, pelo que a frequência de tais aulas é obrigatória.
Os mais ricos
Agrafador 9.25€
Caderno desenho A3 6.30€
Caderno linhas A4 3.99€
Caderno quadriculado A4 3.59€
Canetas de feltro (12) 7.02€
Cola 1.74€
Dicionário bilingue 25.64€
Dicionário português 34.64€
Esferográficas 4.79€
Estojo 12.99€
Furador 4.99€
Lápis 3.04€
Lápis de cor (12) 4.99€
Marcadores (6) 7.99€
Máquina de calcular 129€
Mochila 34.99€
Régua 40 cm 1.65€
Tesoura 4.29€
Trolley 34.90€
Borracha 2.00€
Compasso 6.99€
Dossier 4.25€
Recargas a4 1.37€
Separadores a4 2.10€
Papel para forrar manuais 4.30€
TOTAL 356.80€
Os mais pobres
Agrafador 0.74€
Caderno desenho A3 1.39€
Caderno linhas A4 0.49€
Caderno quadriculado A4 0.49€
Canetas de feltro (12) 0.62€
Cola 0.74€
Dicionário bilingue 6.39€
Dicionário português 4.95€
Esferográficas 0.59€
Estojo 1.54€
Furador 1.49€
Lápis 0.39€
Lápis de cor (12) 1.80€
Marcadores (6) 3.42€
Máquina de calcular 5.99€
Mochila 4.10€
Régua 40 cm 0.90€
Tesoura 0.41€
Trolley 9.99€
Borracha 0.65€
Compasso 1.75€
Dossier 0.84€
Recargas a4 0.99€
Separadores a4 0.49€
Papel para forrar manuais 0.65€
TOTAL 51.80€
CABAZ DO MATERIAL ESCOLAR
Dicionários
Há para todos os gostos, de Língua Portuguesa e bilingues. Os de bolso pesam menos na carteira e na mochila. Compre um que dê para dois ou três anos.
Cabaz pré-definido
As caixas de correio têm sido inundadas de folhetos de várias lojas e hipermercados. Uma das lojas, de material de escritório, sugere três cabazes predefinidos.
Para pintar
Os materiais para desenhar e pintar são dos mais apelativos, devido à diversidade de cores. Não são dos mais caros, mas são dos que mais se gastam.
Estantes
Com o indispensável, vêm os complementos. As lojas tentam atrair os pais a comprar estantes para guardar os dossiers da escola. Uma estante pode custar 25 euros.
Para desenhar
O material de Desenho vai encarecendo à medida que os anos escolares avançam. Compassos, réguas, esquadros e companhia podem ser comprados em kit.
Informática
é a despesa mais cara, mas que pode ser a mais duradoura: um computador. São várias as opções, mas deve-se ter em conta que desatualizam rapidamente.
NOTAS
O que a família Carvalho gasta
Jorge e João vão para a escola de autocarro (30 e 15 euros para o passe). Almoçam na escola (1.75 euros cada dia, cada um) e em manuais a mãe calcula 250 euros, mais cem para material.
Cabaz
Equipar um filho com o mínimo indispensável para o início das aulas custa uma pequena fortuna. Os preços aqui indicados respeitam a dois hipermercados de Lisboa, tendo sido recolhidos no dia 27 de agosto.
Marcas
As marcas e séries de televisão que estão na moda pesam muitas vezes na escolha das crianças e nos bolsos dos pais, quando se trata de escolher o material escolar. Mochilas e trolleys do Noddy ou dos Morangos com Açúcar, podem chegar aos 34.90 euros, mas a oferta destas marcas estende-se também a estojos, dossiers e outros materiais.
Teatro Viriato põe alunos de escolas de Viseu a estudar através das artes do palco
Lusa | 2007-08-31
Duas turmas do 6.º e do 12.º ano vão desenvolver um projeto na área do teatro e da dança, a partir de um tema dos respetivos currículos escolares.
O Teatro Viriato vai no próximo ano letivo trabalhar com duas turmas de escolas da cidade de Viseu, num projeto que pretende envolver professores e alunos e promover a transdisciplinaridade. O diretor geral e de programação do Teatro Viriato, Paulo Ribeiro, anunciou que uma turma do 6.º ano da Escola Infante D. Henrique e outra do 12º ano da Secundária Emídio Navarro foram as escolhidas para desenvolver este projeto, nas áreas do teatro e da dança, pegando num tema curricular ainda a escolher.
O projeto, desenvolvido no âmbito do Sentido Criativo (serviço do Teatro Viriato responsável pela vertente educativa), ainda não tem nome. “Agora vamos ter que nos encontrar com os professores e, em conjunto, decidir que tema é que se deverá trabalhar”, explicou Paulo Ribeiro, frisando que todos deverão ser envolvidos, até porque, por exemplo, ao tratar-se de uma coreografia “a Matemática é importantíssima para a ocupação do espaço”.
O projeto arrancará já no início do ano letivo e contará com a participação da atriz e encenadora Rafaela Santos e do bailarino e coreógrafo Romulus Neagu. “Eles vão trabalhar com as turmas ao longo do ano, tendo como base algo que faça parte do programa curricular e a ideia é projetar este tema, ficcioná-lo no futuro”, afirmou Paulo Ribeiro. Os trabalhos a desenvolver serão depois cruzados numa apresentação final, que tem estreia prevista para o dia 01 de maio, no Teatro Viriato.
Desta forma, é retomado um projeto idealizado por Paulo Ribeiro, que teve a sua primeira edição em 1990 e a segunda em 1992. “Tem a ver com uma forma de sensibilizar e de chegar aos mais novos, não só a partir de experiências pontuais como ateliers musicais, teatrais, ou de dança. Aqui deve haver um trabalho de fundo mais consequente”, justificou. Paulo Ribeiro contou que, das outras duas vezes, trabalhou “com turmas um pouco difíceis”, mas foi “muitíssimo interessante perceber que os alunos que tinham um rendimento escolar sofrível ou medíocre, como lhes foi dada esta confiança, esta forma de abordarem o currículo escolar de forma um pouco mais lúdica”, conseguiram melhorar o aproveitamento escolar.
“Aqui o pressuposto não foi trabalhar com turmas difíceis, mas com escolas normais, misturando as idades”, acrescentou. O Sentido Criativo vai também ter uma nova visita guiada ao espaço do Teatro Viriato, intitulada “O Arco-íris no Teatro” e destinada ao público pré-escolar (dos três aos seis anos).
Todos os livros do mundo num computador perto de si
Público | 2007-08-08
Depois da Wikipédia, surge agora uma espécie de Wikiteca, com a ambição de ter todos os livros publicados em todas as línguas. De graça.
Pense num livro. Esse livro estará lá, porque todos os livros publicados, em qualquer lugar, em qualquer língua estarão lá, dos manuscritos do Mar Morto à lenda dos dragões do Butão (ou das Antas), no ecrã do seu computador, e de graça. Se esse livro ainda estiver sujeito a copyright, poderá lê-lo on-line. Se estiver no domínio público, poderá descarregá-lo, enviá-lo a amigos ou imprimi-lo.
Eis o objetivo absoluto da Open Library – Biblioteca Aberta -, que já tem um site em fase experimental na Internet (http://www.openlibrary.org/).
Uma espécie de Wikiteca global, acessível a todos, acrescentada por todos, armazenando o que nenhuma biblioteca não-virtual poderia conter. Basicamente, todos os livros do mundo.
é um “projeto muito ambicioso, utilizando uma página Wiki por obra, a fim de integrar os catálogos dos editores e das bibliotecas, resenhas e opiniões dos leitores, links para retalhistas e conteúdo relevante acessível na Web e um menu de edições em diversos formatos, digitais e impressos”, resume José Afonso Furtado, diretor da Biblioteca de Arte da Gulbenkian, um perito na relação entre o livro e a era digital. “Se excluirmos a habitual retórica sobre as bibliotecas “universais”, este projeto parece ser, à partida, uma alternativa muito interessante à visão da Google [Book Search], mais comercial, mais proprietária, cheia de digitalizações de baixa qualidade e com uma perspetiva que não favorece o trabalho fora do seu ambiente de leitura.”
Da Califórnia
A Open Library é uma ideia do Internet Archive, fundado em 1996 pelo americano Brewster Kahle. Com sede em São Francisco, o Internet Archive é formalmente reconhecido como biblioteca pelo Estado da Califórnia, indica Afonso Furtado. E passou a integrar uma “aliança de conteúdos abertos” na Net, a Open Content Alliance – onde estão por exemplo o Yahoo, o Adobe, o MSN ou arquivos americanos e britânicos – quando apareceu o projeto de biblioteca da Google, em 2005.
“O que a separava da Google”, distingue o perito português, “era um escrupuloso respeito do copyright e dos direitos dos autores, uma filosofia de software aberto, acesso universal, livre e gratuito, e disponibilização dos itens em qualquer motor de pesquisa”. A Open Library, diz Furtado é o resultado do “trabalho deste projeto amplamente participado”.
A versão experimental do site dá uma amostra de “leitura mais amigável e facilmente navegável”, avalia. “A solução gráfica aproxima-se da utilizada pela British Library no seu programa de preservação de manuscritos e que permite “folhear” virtualmente a obra digitalizada, e pesquisas e ampliações por zonas da página.”
A Open Library “utiliza não só os modelos das bibliotecas, mas também do mundo editorial, oferecendo uma série de aspetos aliciantes de ambos os mundos”, salienta ainda este especialista, como imprimir e digitalizar livros a pedido.
Harry Potter pode esperar
O site experimental da Open Library está já acessível “de modo a envolver tanta gente quanto possível”, explica por e-mail Alexis Rossi, líder de projeto. “Recebemos contributos muito encorajadores de bibliotecários e outras pessoas a quem mostrámos o projeto” onde trabalham em exclusivo 10 pessoas.
Uma das desconfianças que um site destes vai enfrentar é de prejudicar direitos de autores e fazer de forma amadora o trabalho de bibliotecários. Responde Rossi: “A Open Content Alliance, que está a digitalizar a maior parte dos livros de que neste momento se pode fazer “download” na Open Library, tem pegado em coleções escolhidas por bibliotecários.”
Dá o exemplo de coleções de bibliotecas públicas americanas, e materiais do Metropolitan Museum e do Getty Research Institut. Para que não restem dúvidas: “A Open Library não está a digitalizar livros recentes como Harry Potter – concentra-se em digitalizar trabalhos que estejam no domínio público.”
Quanto aos bibliotecários, “têm estado envolvidos neste projeto desde a primeira reunião para discutir a ideia, e temos consultado bibliotecários profissionais” ao longo do desenvolvimento da Open Library. “Temos uma “mailing list” para discussão de metadata [informação sobre os livros] e outros tópicos relacionados com bibliotecas, e queremos encorajar tantos profissionais quanto possível a envolverem-se.”
Rossi cita o exemplo inspirador: “O sucesso da Wikipédia provou que uma alargada comunidade de gente, não profissional da informação – pode criar um recurso fenomenalmente útil.”
Quadros interativos em metade das salas de aula até 2008
Público | 2007-07-24
Mais de 12 mil câmaras de videovigilância nas escolas e cartão eletrónico para 800 mil alunos são outras das medidas a concretizar.
Passar de um rácio atual de 12,8 computadores com ligação à Internet por aluno para 2 terminais em 2010. Ter metade das 27 mil salas de aula equipadas com um quadro interativo e videoprojetor já em abril de 2008. Data em que também todas as escolas de 2.º e 3.º ciclos do básico e secundário terão em funcionamento o sistema de cartão eletrónico do aluno (que permite eliminar a utilização de dinheiro), alarmes e câmaras de vigilância no exterior.
Estas são algumas das metas integradas no Plano Tecnológico da Educação, ontem apresentado por José Sócrates, no Centro Cultural de Belém, Lisboa, e que deverá colocar Portugal “entre os cinco países europeus mais avançados na modernização tecnológica do ensino em 2010.” Ao todo são 400 milhões de euros de fundos comunitários que permitirão construir a “escola do futuro.”
“Vamos dar à s escolas as condições para assumir um papel de vanguarda. Este programa vai modificar muito a nossa escola”, afirmou o primeiro-ministro.
Num contexto em que dois em cada três alunos do básico e secundário “não têm acesso em casa a estes meios [computadores e Internet], que são hoje indispensáveis para o estudo e o trabalho escolar”, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, realçou ainda o papel que o programa pode ter na diminuição da desigualdade entre escolas. E, em particular, “para mitigar os efeitos destas desigualdades nos resultados escolares dos estudantes”.
Para além de mudar as práticas de ensino, o Plano Tecnológico para a Educação pretende levar a cabo a modernização dos procedimentos administrativos e de gestão, alargando o conceito Simplex à s escolas. Através da criação de redes internas e portais, pretende-se que o contacto e a troca de informações entre professores, alunos e famílias sejam cada vez mais feitos através da via eletrónica, o que implica grandes mudanças face à s práticas atuais. De acordo com um inquérito da tutela à s escolas, apenas 29 por cento disponibilizam serviços de e-mail ao corpo docente (o que contrasta com os 70 por cento a nível europeu), menos de metade comunica regularmente por e-mail com os seus professores e apenas 11 por cento o faz com alunos e encarregados de educação.
Os estabelecimentos de ensino deverão garantir ainda que os exercícios, sebentas e outros conteúdos estejam disponíveis on-line. Da mesma forma que os professores devem promover a utilização de meios informáticos na avaliação escolar.
Essencial para a concretização do plano é a formação dos professores, que vai ser intensificada a partir de janeiro, até atingir a certificação de 90 por cento do corpo docente. A falta de qualificação foi aliás identificada como a barreira mais importante à utilização das TIC nas escolas, logo a seguir aos constrangimentos ao nível das infraestruturas, de acordo com o mesmo inquérito.
Por falta de à vontade ou por insuficiência de equipamentos, em 2006, pouco mais de metade (58 por cento) dos professores utilizaram o computador na sala de aula para fazer uma apresentação. No que respeita aos alunos, a percentagem de utilização foi de 49 por cento.
Alunos recrutados
A ideia era mostrar as potencialidades da utilização dos quadros interativos numa sala de aula. Sentadas em carteiras, cerca de uma dezena de crianças respondiam ao “professor” e faziam os exercícios descritos no quadro, com ajuda do rato ou de uma caneta especial que faz as vezes de giz. Só que para além da sala improvisada no Centro Cultural de Belém havia algo mais encenado. Os “alunos” eram crianças que tinham sido recrutadas por uma agência de casting: a NBP, num trabalho que rendeu 30 euros a cada um, de acordo com o relato feito por um dos miúdos à RTP. “A empresa propôs fazer a apresentação aqui no local para que pudéssemos todos perceber como funcionam [os quadros interativos]”, explicou a ministra da Educação, sublinhando que esse era um pormenor muito pouco relevante perante o investimento ontem anunciado.
Banda larga muito lenta
O estado atual e as metas do plano
Um computador com Net por cada dois alunos até 2010: apesar da evolução recente, o rácio de alunos por computador ligado à Internet em 2006 estava ainda aquém da média da União Europeia a 15: 15,7 contra 9,4. Um computador para cada dois alunos é a meta para os próximos três anos. Um dos constrangimentos atuais prende-se com a elevada percentagem (56) de computadores com mais de três anos.
Kit tecnológico para as escolas básicas 2,3 e secundárias: os primeiros kits, contendo um quadro interativo, computador com ligação à Internet, um videoprojetor e uma impressora, chegarão à s escolas de 2.º e 3.º ciclos do básico e secundário no início do próximo ano letivo (2007/2008) e serão progressivamente distribuídos em todos estes estabelecimentos. Em abril de 2008, o Governo espera ter entregue nove mil quadros interativos e 20 mil videoprojetores e impressoras, o que, juntando ao equipamento já existente, fará que então metade das 27 mil salas de aula existentes tenha estes equipamentos.
Internet com maior velocidade e em toda a escola: o objetivo é aumentar a velocidade de acesso das escolas básicas e secundárias à Internet para, pelo menos, 48 Mbps até 2010. O Governo garante que todas as escolas têm Internet de banda larga mas é a própria tutela a admitir, num diagnóstico ontem divulgado, que “grande parte regista velocidades de acesso limitadas” – algumas “entre 512 kbps e 1 Mbps”. Quer-se, até ao final de 2007/2008, a ligação à Net em todos os espaços escolares.
Videovigilância e cartão eletrónico até abril de 2008: com o aumento do número e valor dos equipamentos, entende-se fundamental reforçar a segurança dos estabelecimentos de ensino. Até abril de 2008 todas as escolas básicas 2,3 e secundárias terão sistemas de vigilância e alarme, o que implica a instalação de mais de 12 mil câmaras apontadas para o exterior – neste momento existem em 13 por cento das escolas. O cartão eletrónico do aluno permitirá controlar os acessos, a assiduidade e eliminar a circulação de dinheiro.
Para mais informações consultar Discurso da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, na apresentação do Plano Tecnológico da Educação.
A programação ensinada à s criancinhas
Público | 2007-06-02
Equipa do MIT cria linguagem visual para ensinar os mais novos a fazer os seus próprios jogos, animações e música.
Há vinte anos, o programador informático encaixava naquela seleta categoria de profissões onde se colocavam cientistas aeroespaciais, físicos nucleares ou neurocirurgiões. Com o aproximar do século XXI, a programação foi-se tornando cada vez mais acessível. E este ano pode mesmo vir a ser o momento em que a linguagem computacional se vai generalizar.
Um grupo de professores e investigadores do Massachusetts Institute of Technology (MIT) criou este ano uma aplicação on-line e gratuita (scratch.mit.edu) para ensinar os mais novos a fazer e partilhar os seus próprios jogos de computador, músicas ou animações. O programa tem já mais de 11 mil membros e 6 mil projetos apresentados. Os projetos de maior sucesso somam perto de 15 mil visualizações.
A primeira versão foi disponibilizada na Internet a 13 de maio, tendo a primeira atualização surgido duas semanas depois, com tutoriais em checo, holandês e húngaro.
O Scratch foi pensado como uma linguagem visual, no espírito dos blocos Lego, misturando som, vídeo e imagens. “Com o Scratch queremos que as crianças sejam os criadores. Queremos que elas criem coisas interessantes e dinâmicas no computador”, explicou um dos criadores do Scratch, Mitchell Resnik, num vídeo para difundir o projeto. O vídeo já foi colocado no YouTube, com o nome “Scratch, Media Lab Vídeo”.
A aplicação funciona de modo extremamente intuitivo. A partir de uma galeria com sons e imagens, o utilizador pode criar o que quiser com o simples arrastar do rato do computador. O programa permite até que um utilizador vá buscar as criações de outros para fazer a sua própria animação ou jogo.
A equipa por trás do desenvolvimento do projeto é o Lifelong Kindergarten Group at the MIT Media Lab. Mitchell Resnik, o diretor do Grupo, é o “pai” do Scratch, tendo já estado na criação de ferramentas educacionais como o software Mindstorms, da Lego. Está também envolvido no projeto do computador de 100 dólares para crianças de países pobres.
Microsoft prepara Popfly
A Microsoft está a preparar uma aplicação on-line semelhante ao Scratch, a que decidiu dar o nome de Popfly. De acordo com a empresa, a aplicação (que ainda está em fase de testes) servirá para criar páginas eletrónicas, jogos ou vídeos. Terá três ferramentas básicas. O Mashup Creator facilita a mistura de aplicações para a criação de novas ferramentas ou serviços na Net. O Web Creator permite a construção de páginas de Internet, a partir da galeria de temas, estilos e esquemas de cores disponibilizados. Todas as criações poderão depois ser disponibilizados no “Popfly Space”, que cede 25Mb de espaço por utilizador.
Computadores escolares também são uma espécie de microscópio?
Público | 2007-06-02
Sim, garante a equipa multimédia do Ipatimup. Até ao verão, um novo software promete simular um laboratório nas aulas de biologia.
Fazer experiências em microscópios é algo que, a partir deste verão, poderá passar a ser uma atividade mais banal nas escolas portuguesas. O Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup) está a ultimar um software pedagógico que permite visualizar num ecrã detalhes da biologia celular impossíveis de observar a olho nu – os minúsculos pelos da asa de uma mosca, por exemplo, ou as células que compõem uma fina fatia de cebola.
O “Magia da Ciência” – assim se chama o projeto financiado pela Fundação Ciência e Tecnologia e pelo Ciência Viva – consiste num interface digital que permitirá aos jovens, diante de um computador comum, elaborar experiências num microscópio virtual com diferentes graus de dificuldade.
Mesmo as escolas que não dispõem de um laboratório bem guarnecido (ou nem sequer contam com este espaço e aulas práticas) poderão fazer download dos ficheiros na Internet e utilizar estas experiências virtuais nas aulas.
E até para os estabelecimentos de ensino que dispõem de um ou mais microscópios o “Magia da Ciência” continua a ser uma mais-valia, considera Filipe Santos Silva, coordenador e editor científico do projeto do Ipatimup. “Com o passar do tempo, o equipamento existente acaba por degradar-se”, afirma. Além disso, numa turma de vinte alunos, por exemplo, é pouco provável que todos tenham a mesma oportunidade de espreitar a natureza íntima dos tecidos vivos.
Aprender, experimentar, explorar
O software está dividido em três grandes blocos: “aprender”, “experimentar” e “explorar”. Cada um foi delineado com conteúdos e aspetos gráficos diferentes. A equipa acredita que, desta forma, conseguirá tornar o software cativante para os alunos desde o ensino básico até ao secundário.
O primeiro é o mais simples, permitindo aos utilizadores espreitar as pecinhas microscópicas que compõem uma pena de ave, uma linha de algodão ou mesmo a mucosa oral (removida da nossa boca de forma indolor, com a ajuda de uma espátula de madeira, a exemplo das recolhas para teste de ADN). é o próprio utilizador que, com a ajuda do rato, liga o aparelho, vai buscar a amostra que pretende analisar e, por fim, visualiza no ecrã aquilo que espreitaria se estivesse a manipular um microscópio real.
O terceiro bloco, denominado “explorar”, é o mais complexo. Funciona como uma biblioteca digital na qual se pode identificar as imagens obtidas em laboratório as diferentes morfologias celulares, assim como relacioná-las com as suas funções no organismo. Sim, porque a forma das células do osso, por exemplo, não é igual à das células que revestem o interior da boca.
“Tivemos problemas com as imagens, que são por vezes muito pesadas”, explica Santos Silva. é neste terceiro bloco que a equipa ainda está a trabalhar (nomeadamente com a inserção de representações histológicas reais obtidas em microscopia eletrónica), de forma a permitir que o programa corra nos computadores de todas as escolas do país.
A ideia do Ipatimup é, no futuro, criar um pacote de DVD com fins educativos, sendo este software dedicado à microscopia e à biologia celular a primeira aposta: “A microscopia foi, afinal, a nossa primeira forma de avaliar o mundo real numa escala que os nossos olhos não podem ver”, observa Filipe Santos Silva, referindo-se ao aparelho que terá sido inventado pelo holandês Zacharias Jansen em XVI.
Daqui para a frente, esta equipa do instituto portuense (composta ainda por Nuno Ribeiro, responsável pela programação e edição pedagógica, o técnico de comunicação audiovisual Rafael Oliveira, o designer gráfico Rui Oliveira e o coordenador de arte José Rui Fernandes) pretende converter outros conteúdos científicos em estruturas multimédia – até porque, quando avaliamos o percurso feito pelos investigadores nas ciências da vida, constatamos que muitos capítulos separam a biologia celular da atual genética molecular. Ainda há muitas histórias da natureza que podem ser contadas com a ajuda da informática.
Filhos podem ver amanhã filme de educação sexual que os pais avaliam hoje na RTP2
Público | 2007-05-31
Iniciativa mostra filme para miúdos dos oito aos 12 anos que já passou em escolas portuguesas.
A RTP2 lança hoje uma experiência “inédita”, que é simultaneamente um repto e um aviso aos pais. No programa Sociedade Civil, transmitido à s 23h30, será exibido um filme de animação sobre educação sexual para crianças. é uma antestreia do programa que o segundo canal da estação pública exibe à s 20h30 de amanhã, Dia Mundial da Criança. A ideia é permitir aos pais avaliar e escolher se os seus filhos devem ver a curta-metragem.
Então é assim é um filme de animação com 17 minutos, destinado a crianças dos oito aos 12 anos e que já tinha sido escolhido pela Associação de Planeamento Familiar (APF) como material didático no âmbito da educação sexual nas escolas em 1991. Fátima Forreta, mestre em Sociologia e formadora de professores em Educação Sexual no Meio Escolar, além de colaboradora da APF, explicou ao Público que o filme, “divertidíssimo”, aborda as questões da vida sexual “ao nível das crianças”, com um vocabulário adequado e, como adjetiva Teresa Paixão, responsável pela programação infantil da estação pública, com uma narrativa “suave”.
“é um filme que não faz juízos de valor, tudo o que está no filme é verdade”, explica Teresa Paixão. Então é assim foi comprado pela RTP na feira Mipcom com o objetivo de contribuir para a abordagem em família desta temática, que “precisa de um tratamento individual”, algo complexo em televisão. Daí a exibição em género de antestreia, para dar a escolha aos pais.
O filme tem, na opinião de Fátima Forreta, três grandes vantagens. “Trata de uma forma transversal as questões da sexualidade, abordando não só a reprodução mas a questão dos abusos e os papéis de género”, explica. O filme também “enquadra a reprodução num ambiente absolutamente afetivo, do casal – há a figura do pai e da mãe que estão presentes desde o início”. E “aborda as questões relacionadas com o desejo e a relação sexual, mais difíceis de explicar à criança”, ao não começar a falar sobre a conceção com o óvulo e o esperma mas sim antes da fase uterina, no real começo de uma ligação reprodutiva.
A ideia da RTP2 permite, crê a professora, “não apanhar os pais desprevenidos”. Eles são os mediadores e podem decidir, hoje à noite, se querem os miúdos frente à televisão à s 20h30 de amanhã.
é “impossível” saber quantas vezes este filme foi mostrado nas escolas portuguesas, porque “na educação sexual não há normas”, argumenta Fátima Forreta. “Há uma lei regulamentada por um decreto-lei” que diz que a educação sexual é parte integrante do direito à educação, mas ela não é aplicada de maneira uniforme, comenta. O filme, uma coprodução canadiana e dinamarquesa, foi inserido num conjunto de materiais destinado aos professores de Formação Pessoal e Social aquando do surgimento da disciplina e hoje faz parte de ações de formação e pós-graduações para estes docentes.
Quais são os “benefícios sociais de aprender”?
ORE | 2007-05-28
Tom Schuller, tomando por referência a educação dos primeiros anos de vida, procurará responder a esta pergunta, no dia 12 de junho em Serralves, através do esclarecimento da relação entre o desenvolvimento da cidadania e o sucesso escolar.
Diretor do Centre for Educational Research and Innovation (CERI), organismo da OCDE em Paris, Tom Schuller traz a Serralves um conjunto de questões que há muito inquietam a investigação educacional e obrigam à interpelação de disciplinas como a Psicologia e a Sociologia.
O atual contexto educativo é marcado por dois fenómenos que decorrem um do outro: o aumento do abandono/insucesso escolar e a procura de novos públicos para a educação. Tomando como ponto de partida esta situação, urge efetuar as seguintes questões: Serão melhores adultos aqueles que foram bons alunos na escola? Quais são os benefícios sociais do aprender? Qual é o papel do adulto enquanto educador? Terá o desenvolvimento nos primeiros anos uma importância decisiva para o rendimento escolar e para a vida adulta? Terá a educação algum impacto nas atitudes e comportamentos da mãe enquanto educadora?
Para mais informações: www.serralves.pt
Os 160 livros que os jovens devem ler
Público | 2007-05-25
O secretário inglês da Educação, Alan Johnson, publicou uma lista de livros para incentivar os rapazes ingleses a ler mais.
A lista é bastante eclética e livros como “Robinson Crusoe”, de Daniel Defoe e “The Hobbit”, de Tolkien, figuram ao lado de “Tom Sawyer”, de Mark Twain e de “Northern Lights”, de Philip Pullman. A lista completa dos livros pode ser vista no “site” do jornal “Times”. “Os rapazes tendem a ler menos do que as raparigas, e alguns deixam completamente de ler depois dos 11 anos. Esta lista ajudará os rapazes a readquirir o hábito da leitura e a poder experimentar uma variedade muito maior de livros”, disse Alan Johnson citado pelo “Times”.
Estudos da OCDE (organização para a cooperação e o desenvolvimento económico) concluíram que as raparigas têm uma tendência muito maior do que os rapazes para ler apenas por prazer, refere ainda o jornal: 78 por cento das raparigas ganham aos 65 por cento dos rapazes nesta estatística. O mesmo estudo sugere que o prazer da leitura tem um impacto maior no sucesso educacional das crianças do que o “status” económico da família em que estão inseridos.
160 books on must-read list for boys – full of blood, guts and class heroes
The Times | 16.05.07
The full list of the top books for boys
The Times | 15.05.07
Diciopédia X e Escola Virtual premiadas
Educare.pt | 2007-05-24
A Diciopédia X foi galardoada com o prémio Melhor Software Educativo, atribuído pelos leitores da PC Guia. A Escola Virtual também foi distinguida com uma menção honrosa.
A enciclopédia multimédia portuguesa Diciopédia X foi distinguida com o prémio Melhor Software Educativo pelos leitores da revista PC Guia. Na mesma categoria, a plataforma de ensino personalizada Escola Virtual também registou uma votação significativa, entrando diretamente para o quadro das menções honrosas.
Os prémios, que se dividem em várias categorias, são decididos com base na votação expressa pelos leitores da revista PC Guia, que decorre nos primeiros meses de cada ano.
A Diciopédia X é a edição comemorativa do 10.º aniversário da enciclopédia multimédia, que constitui um caso de sucesso em Portugal. Para além de uma enciclopédia, 8 dicionários e um Atlas do Mundo, integra recursos multimédia que cobrem as principais áreas do saber. Todos os documentos são pesquisáveis por temas e tipos de documentos estruturados em mais de 190 temas e subtemas. A Diciopédia X inclui ainda um auxiliar de estudo, organizado em guias curriculares para os 10.º, 11.º e 12.º anos, bem como mais de duas dezenas de obras completas de grandes autores portugueses.
A Menção Honrosa atribuída pelos leitores da PC Guia à Escola Virtual é o primeiro prémio concedido a este projeto, inaugurado em 2005. A Escola Virtual é uma plataforma de ensino personalizada, que apresenta todos os conteúdos programáticos das disciplinas nucleares, do 2.º ao 12.º ano de escolaridade, estruturados sob a forma de aulas dinâmicas. Cada aula integra recursos multimédia que explicam e ilustram os conceitos abordados, bem como exercícios que permitem avaliar o desempenho do aluno.
Constituirão os alunos um bom recurso educativo?
ORE | 2007-05-14
Eric Mazur discutirá, esta terça-feira em Serralves, os efeitos da colocação dos “alunos no papel de professores”.
Professor da Universidade de Harvard, Eric Mazur desenvolveu um método de trabalho intitulado “Peer Instruction” – ensino/aprendizagem aos pares – com aplicação de novas tecnologias, na área de conhecimento em que desenvolve a sua investigação: a Física. A aplicação deste método e os resultados que resultam da sua utilização são mais um passo na resposta a algumas das questões que há muito inquietam a investigação educacional: terão os alunos um potencial por explorar enquanto professores uns dos outros? A existir, qual é a amplitude desse potencial? Que efeitos decorrerão para o seu empenho a sua colocação no papel de professores?
Para mais informações: http://www.serralves.pt/.
Quais são os “benefícios sociais de aprender”?
ORE | 2007-05-02
Tom Schuller, tomando por referência a educação dos primeiros anos de vida, procurará responder a esta pergunta, no dia 12 de junho em Serralves, através do esclarecimento da relação entre o desenvolvimento da cidadania e o sucesso escolar.
Diretor do Centre for Educational Research and Innovation (CERI), organismo da OCDE em Paris, Tom Schuller traz a Serralves um conjunto de questões que há muito inquietam a investigação educacional e obrigam à interpelação de disciplinas como a Psicologia e a Sociologia.
O atual contexto educativo é marcado por dois fenómenos que decorrem um do outro: o aumento do abandono/insucesso escolar e a procura de novos públicos para a educação. Tomando como ponto de partida esta situação, urge efetuar as seguintes questões: Serão melhores adultos aqueles que foram bons alunos na escola? Quais são os benefícios sociais do aprender? Qual é o papel do adulto enquanto educador? Terá o desenvolvimento nos primeiros anos uma importância decisiva para o rendimento escolar e para a vida adulta? Terá a educação algum impacto nas atitudes e comportamentos da mãe enquanto educadora?
Para mais informações: www.serralves.pt
Quadros interativos substituem tradicionais lousa e giz
JN | 2007-04-18
Novas tecnologias instaladas em 24 salas podem contribuir para o sucesso escolar.
Os tradicionais quadros de lousa preta e os paus de giz já não existem em 24 salas de aula de jardins de infância e escolas do Ensino Básico e Secundário dos concelhos de Mangualde e Penalva do Castelo. Foram substituídos por quadros interativos multimédia. é neles que os professores “despejam” a matéria e dão as aulas desde o início do ano letivo.
São novas práticas de ensino, apresentadas ontem no âmbito do “Inovar”, um projeto nacional que está a nascer naqueles dois concelhos e que pretende estender-se a mais quatro centenas de escolas de todo o país.
“Queremos também implementá-lo em escolas vocacionadas para alunos com necessidades educativas especiais”, sublinha José Miguel Rodrigues Sousa, diretor do Centro de Formação de Penalva e Azurara e mentor do “Inovar”.
O dirigente diz que um dos objetivos do projeto é “alterar a forma de lecionar em Portugal, através das novas tecnologias”. Sublinha ainda que se pretende “fomentar a motivação dos alunos, promover a inclusão social e aumentar o sucesso escolar”. O projeto tem a duração de três anos. No fim será feito um estudo para determinar os resultados da utilização dos quadros interativos em ambiente letivo.
Textos, som e imagem
Nos quadros interativos, toda a tecnologia é utilizada. Os professores manipulam os textos e imagens que aparecem projetados. Há ainda o som. Tudo com recurso a uma “caneta” com as mesmas funcionalidades do “rato” de um computador. A aula, preparada em casa ou na escola, está toda numa “pen”. A matéria vai sendo eliminada do quadro à medida que é assimilada pelos alunos. Se for necessário repetir ou sublinhar uma ideia que foi apagada, um simples toque busca-a num ápice e reaparece no monitor gigante fixado na parede.
“Os alunos dizem que aprendem melhor”
Ana Maria Amaral, Professora
“Ainda estamos a aprender a utilizar estas novas tecnologias. Mas as potencialidades são imensas, quase inesgotáveis. Os alunos andam empolgados e garantem que compreendem melhor a matéria.”
“Sentimo-nos muito mais motivados”
José Figueiredo, Aluno do 11º ano
“Sentimo-nos muito mais motivados e interessados nas aulas. A professora já não precisa de tirar fotocópias para fazermos as fichas. Mete a matéria no computador e depois aparece tudo no quadro interativo.”
Recursos On-line relativos ao ensino do Inglês
| 2007-02-28
No momento em que se assiste à extensão do Inglês a todos os níveis de ensino, o ORE dá-lhe a conhecer dez dos mais importantes recursos on-line particularmente vocacionados para a lecionação desta língua.
Não tendo a pretensão de se apresentar como uma lista de referência, os sites apresentados foram recolhidos a partir da análise de algumas das principais associações científicas especializadas na didática das línguas.
As páginas apresentadas são todas internacionais, mas esse foi também um dos requisitos a que se pretendeu obedecer aquando da sua elaboração. A aprendizagem do Inglês atualmente em curso nas escolas, alargada que está a todos os ciclos, tem também um propósito utilitário: dotar os alunos de uma ferramenta essencial à sua proficiente internacionalização num mundo cujos limites são progressivamente estreitados.
O ORE espera que estas ligações possam ser úteis a todos os interessados no ensino e na aprendizagem desta língua, particularmente à queles que a ela dedicam a sua vida profissional: os professores de Inglês.
O Clarity é uma entidade especializada no desenvolvimento de software para o ensino do Inglês.
Site: https://www.clarityenglish.com/
Na página da BBC Learning English poderá encontrar um vastíssimo número de materiais para a aprendizagem do Inglês. Este site contém também um item dedicado aos professores de Inglês que contém não apenas materiais aptos a serem utilizados nas aulas, mas também uma vasta documentação que procura refletir as mais recentes inovações no ensino desta língua.
Site: http://www.bbc.co.uk/learningenglish/
No Onestopenglish existe um vastíssimo número de recursos destinados ao ensino do Inglês. Se tivermos presente que este serviço conta com aproximadamente 420.000 utilizadores…
Site: http://www.onestopenglish.com/
O English-to-go é uma página dedicada a todos aqueles que querem iniciar-se na aprendizagem do Inglês. Aos professores desta língua faz-se nela este convite: “English-To-Go® teaching resources are used by thousands of teachers around the world. A subscription will allow you to use the resources as often as you like. You can choose from hundreds of lessons from our searchable library. You can save hours of preparation time and empower your students to think independently and form opinions. Resources are updated regularly.
English-To-Go teaching resources are current, topical and international. They include Instant Lessons, Instant Workbook, Anna Grammar, Weekly Warmers and Max Vocab.”
Site: http://www.english-to-go.com/index.cfm?CFID=763892&CFTOKEN=97627192
O English Language Learning Centre tem on-line mais de 300 lições, com múltiplos exercícios que integram diferentes métodos: audição, leitura, escrita e atividades de gramática. Os exercícios disponibilizados abrangem ainda diferentes níveis de dificuldade.
Site: http://www.selfaccess.com/
The Teacher Trainer Journal: uma publicação on-line para todos os que se dedicam ao ensino do Inglês.
Site: https://www.tttjournal.co.uk/
The English Club é um site para o ajudar a aprender e a ensinar Inglês. Tem também uma área especialmente destinada a professores, com vários recursos disponíveis.
Site:https://www.englishclub.com/
Notícias ORE
| 2007-02-06
O ORE ajuda-o a entrar nas redes das novas tecnologias educativas: consulte as notícias ORE!
Pelo seu interesse transcrevemos uma beve síntese de um estudo divulgado pelo Ministério da Educação de França sobre as representações que os professores do ensino básico daquele país fazem sobre as dificuldades escolares dos seus alunos.
Les représentations de la grande difficulté scolaire par les enseignants – Les notes d’information – D.E.P.P. – N°07.16 – Mai 2007Les enseignants du premier et second degrés ont des représentations semblables de la grande difficulté scolaire dont ils attribuent principalement l’origine à l’environnement de l’élève. Ils la distinguent par son ancrage dans la durée et s’accordent sur la précocité de son risque. C’est donc par le retard accumulé et le manque de bases solides, mais aussi par les difficultés de compréhension qu’ils repèrent le plus souvent les élèves en détresse, à propos desquels ils pensent qu’en dehors d’une prise en charge scolaire, le plus grand besoin est de retrouver l’estime de soi. Pour les faire progresser, ils pensent qu’il est prioritaire de leur faire acquérir des méthodes de travail. Leurs avis se rejoignent sur la nécessité d’un traitement avant même l’entrée au collège et, notamment, à l’étape de la grande section de maternelle. S’ils jugent le redoublement inefficace, ils plébiscitent le soutien individualisé et l’aide au travail personnel et sont demandeurs d’outils, d’aide s et de formations concrètes pour être en mesure d’élaborer eux-mêmes des réponses adaptées à des besoins perçus comme multiples et qui peuvent les amener à modifier, au quotidien, leurs pratiques ainsi que leur relation à l’élève.
Les représentations de la grande difficulté scolaire par les enseignants télécharger (106.91 Ko, pdf)
O Georg-Eckert-Institut apoiou o desenvolvimento de um importante conjunto de textos virtuais de geografia relativos à Alemanha e ao Canadá que se encontram disponíveis em alemão, inglês e francês no site http://www.v-g-t.de.
No seguinte site poderá encontrar bastante informação sobre o sistema educativo finlandês, bem como sobre publicações, projetos de investigação, grupos de trabalho, ligações, etc., importantes para acompanhar o que, em termos de educação, se passa na Finlândia.
Site: http://www.edu.fi/english
O Google Book proporciona-lhe o acesso gratuito a milhares de livros e revistas das bibliotecas de algumas das mais prestigiadas universidades norte-americanas, bem como da Universidade Complutense de Madrid.
Site: http://books.google.com/
Reputados centros de investigação internacionais na área dos recursos educativos:
– Vestfold College, Centre for Pedagogical Textes & Learning Processes, Noruega: http://www-lu.hive.no
– Georg Eckert Institut, Alemanha: http://www.gei.de
– Japan Textbook Research Centre: http://www.textbook-rc.or.jp/
– The International Association for Research of Textbooks & Educational Media: http://www.iartem.no
– The Materials Development Association: http://www.matsda.org.uk
Claroline é uma plataforma Open Source de aprendizagem e trabalho colaborativo pela Internet de utilização simples e gratuita. Está traduzida em mais de 30 línguas, permitindo criar e administrar formações e espaços de colaboração em linha. A responsabilidade desta plataforma é da Universidade de Lovaina.
Site: www.claroline.net. E-mail: mailto:info@claroline.net .
Scideralle é o nome de uma associação cooperativa francesa com fins não lucrativos que tem como missão o apoio a projetos que visem disponibilizar programas e outros recursos informáticos para a educação.
Site: www.scideralle.org. E-mail: info@scideralle.org.
O Canal Numérique des Savoirs (CNS)foi criado, em 2003, sob a égide dos Ministérios da Educação e do Ensino Superior de França, agrupando 30 editores daquele país. Proporciona o acesso, pago, a animações, dicionários, recursos audio-visuais, etc., para os ensinos básico e secundário.
Site: www.cns-edu.net.
O Institut National de l’Audiovisuel (INA)dos Ministérios da Educação e do Ensino Superior de França permite o acesso dos professores de História, Geografia, Educação Cívica, Francês, Artes Plásticas e Ciências a um vasto conjunto de documentos audiovisuais através de motores de pesquisa simples e avançada. Para além do visionamento, há a possibilidade de acesso a notícias descritivas bem como de impressão e de teledescarga.
Site: www.ina.fr/jalons
Ensino experimental das ciências no 1º ciclo: Externato Champagnat
Site: http://www.externatochampagnat.pt/
Mais informações sobre este projeto.