EPIS e Fundação Vodafone criam jogo para combater insucesso na Matemática

Público | 11.10.12

Com o intuito de combater o elevado insucesso escolar na Matemática, a Associação Empresários Pela Inclusão Social (EPIS) e a Fundação Vodafone Portugal desenvolveram um jogo didáctico online chamado Math Survivor.

O jogo, que foi apresentado nesta quinta-feira numa fase de projecto-piloto, tem por objectivo avaliar o impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação na recuperação de alunos com insucesso escolar na Matemática.

Destina-se a alunos do 2.º e 3.º ciclos, pelo facto de “a Matemática ser uma das disciplinas com maior taxa de insucesso e percepcionada muitas vezes como difícil e inatingível” nestas fases escolares, explicam a EPIS e Vodafone em comunicado de imprensa.

Math Survivor vai permitir aos alunos de Matemática “testar os seus conhecimentos, dar conta da sua evolução e identificar as áreas a melhorar”, tudo isto sem perder o carácter lúdico, garantem os mentores do projecto.

O objectivo desta ferramenta online é incentivar os alunos a “levar a Matemática para fora da sala de aula”, dizem os produtores. A aplicação possibilitará ainda a partilha de informações entre docentes e encarregados de educação, uma vez que este últimos vão poder acompanhar a evolução e desempenho dos educandos, através de e-mail e SMS.

O jogo didáctico vai ser utilizado, em fase experimental, nas aulas de matemática da Escola Básica dos 2.º e 3.º Ciclos de Cristelo, concelho de Paredes, escola parceira do projecto. Consoante os resultados obtidos, poderá estender-se a outras escolas do país.

Já há um jogo para combater o bullying

Educare | 17.09.12

Três conceitos – educação, jogo e novas tecnologias – juntaram-se num jogo que pretende prevenir o bullying nas escolas. Cátia Vaz consultou crianças e inquiriu professores para criar um instrumento pioneiro no país.

Chama-se “A Brincar e a Rir o Bullying Vamos Prevenir” e é um jogo educativo-pedagógico que nasceu para prevenir o bullying escolar. é um jogo e um auxílio educativo direcionado para alunos do 1.º e 2.º ciclos e que reúne três conceitos: educação, jogo e novas tecnologias. Cátia Vaz, técnica superior de Educação Social, formadora de profissão, explica como funciona o jogo, que nasceu no âmbito da sua tese de mestrado em Educação Social, no Instituto Politécnico de Bragança. Decidiu dar corpo a um projeto porque acredita que criar algo seria muito mais enriquecedor em termos pessoais e profissionais. Não se enganou. “Como parte integrante de uma sociedade, mais do que indignar-nos devemos implicar-nos”, revela ao EDUCARE.PT.

O jogo é composto por um kit que tem um jogo de tabuleiro e outro digital. No manual, o tabuleiro tem 40 casas que as crianças têm de percorrer até chegar ao parque da prevenção do bullying escolar. Até lá, é preciso respeitar as regras descritas em linguagem adequada às faixas etárias. No trajeto há 52 cartões: 30 com questões sobre bullying, oito com mensagens de texto e desenhos e 14 com as pegadas da prevenção. Os cartões estão organizados em três grupos: o colorido, o das mensagens-bilhetinhos e o das pegadas verdes. E há ainda chaves douradas que permitem, no final, a entrada no parque infantil onde reina a prevenção do bullying. “Nas questões criadas tentei utilizar as palavras que as crianças utilizariam e, neste sentido, pedi a colaboração de crianças para este propósito”, explica. Há dados para lançar e o jogo permite a participação de duas até seis crianças.

O jogo digital rege-se pelos mesmos princípios do de tabuleiro e pode ser utilizado em iPad, Android, Mac, Windows e Linux. Depois de instalado no computador, o parque da prevenção é a porta de entrada do jogo. Depois de entrar, há um parque infantil com baloiços e quatro jogos associados ao bullying. “Após a seleção de um destes jogos, começa a diversão associada à aprendizagem. O primeiro jogo (1) é denominado ‘Jogo das Palavras’, o segundo jogo (2) é denominado ‘Jogo de memória’, o terceiro jogo (3) ‘Jogo das Perguntas’ e o quarto ‘Jogo do Desenho'”. A comercialização do jogo é o passo que se segue e Cátia Vaz espera que a sua criação chegue ao maior número de instituições de ensino, tornando-se assim “num guia de ação na prevenção” do bullying.

Este jogo, único do género em Portugal, destina-se a crianças do 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico e permite aos mais novos, quer tenham ou não conhecimentos sobre bullying, a participação e a perceção de matérias relacionadas com o assunto. Cátia Vaz destaca ainda a envolvência direta dos professores na ajuda e orientação durante o jogo. “No entanto, não espero que com este jogo as crianças saibam tudo sobre bullying. é um auxílio na sua educação, por isso é que os professores terão um papel importante, na medida que desde cedo devem educar para esta problemática”, refere.

bullying, na sua opinião, deve ser abordado nas escolas a partir dos primeiros níveis de escolaridade. “Considero que é na base da educação das nossas crianças que se devem incutir/ensinar competências pessoais e sociais onde reine a não violência. Assim a primeira abordagem sobre a problemática deve ser feita pelos professores/educadores, e a partir de agora espero que com o auxílio do jogo que é uma boa maneira de abordar o tema do bullying, associando a brincadeira à aprendizagem”. Para divulgar o seu projeto, e depois de concluída a tese de mestrado, Cátia Vaz criou o blogue http://prevencaobullying.blogs.sapo.pt/.

O tema não surge por acaso. O bullying é um assunto que não sai da ordem do dia e que a comunicação social tem vindo a destacar nas páginas e reportagens dedicadas à educação. Nas duas investigações empíricas efetuadas, Cátia Vaz constatou que a violência física e psicológica surge nos primeiros anos da escola e que a prevenção é escassa e pouco eficaz. E assim nasceu o jogo como um instrumento de prevenção primária. Antes disso, houve trabalho pela frente e que conduziu ao batismo do projeto de “Bullying escolar: Estudo e projeto de prevenção através do jogo”.

Cátia Vaz quis saber o que se passava e conhecer a realidade junto de alunos do 3.º ciclo e de professores do 1.º e 2.º ciclos – na fase de conclusão do mestrado em Educação Social. Os estudos realizados com o público-alvo escolhido eram escassos e assim o ano letivo de 2010/2011 foi dedicado a perceber o que pensavam os docentes sobre o bullying em contexto escolar e se consideravam pertinente a criação de um jogo que abordasse o tema. O sim foi unânime na última questão.

O processo envolveu 33 professores e Cátia Vaz recolheu respostas que sustentaram o caminho que traçou. Constatou que o bullying é, de facto, um problema pertinente, que o recreio é o local onde as agressões ganham maior expressão, e que os professores defendem formação na área, reconhecendo que ainda há muito a fazer no setor da prevenção. Os inquiridos referiram também que as “crianças não procuram ajuda essencialmente por medo, assim como os alunos observadores/testemunhas que normalmente ignoram e ficam indiferentes”.

Informações: 

http://prevencaobullying.blogs.sapo.pt/

Filhos de imigrantes já podem dizer: «Aprender português é tão fácil». Projeto pioneiro do Departamento de Educação da Universidade de Aveiro 

Chama-se «Aprender português é tão fácil», é um CD-Rom multimédia e é uma inovadora ferramenta de apoio à aprendizagem do português como língua estrangeira. O projeto, concebido por uma equipa de investigadores do Departamento de Educação (DE) da Universidade de Aveiro, nasceu especialmente a pensar nos alunos até aos 15 anos de idade que não têm o português como língua materna. O conteúdo do CD-Rom é mesmo a única ferramenta que contraria a ausência de recursos e de programas educativos, no âmbito da didática das línguas em Portugal, para os filhos de imigrantes que, por terem chegado a Portugal já crescidas, e com uma base cultural e linguística distinta, necessitam de estímulo e de apoio na aprendizagem da língua lusa. 

CiênciaPT | 02.10.12

Constituído por tarefas de leitura, oficinas de escrita, exercícios, jogos, informação cultural e curiosidades, o programa está dividido em 15 unidades didáticas. «Em cada uma delas trabalham-se todas as competências, essencialmente dentro da leitura, da escrita, da compreensão oral e da consciência fonológica», aponta Sandra Figueiredo, investigadora do DE. A autora do «Aprender português é tão fácil», um trabalho supervisionado por Carlos Fernandes da Silva, investigador do DE, sublinha que o treino da compreensão oral e da consciência fonologia da língua lusa é mesmo «a grande aposta do projeto, já que o português, por ser uma língua alfabética, é de difícil apreensão para crianças cuja língua materna é, por exemplo, o mandarim.

O CD-Rom, aponta a investigadora, visa sobretudo locutores de 10 línguas, como os exemplos das línguas romena, russa, ucraniana, árabe e chinesa, nas quais estão traduzidos e sonorizados todos os enunciados.

Ferramenta divertida

«Navegar com o CD-Rom é bastante fácil», garante Sandra Figueiredo. «Como o próprio nome indica, aprender português é bastante fácil com dispositivos adequados como os que estão incluídos no projeto e que têm em conta os destinatários. Por isso, todo o material tem uma linguagem bastante acessível», descreve a investigadora.

Perante a certeza de que Portugal é hoje um país de destino para muitos milhares de trabalhadores estrangeiros, a ideia para a conceção do CD-Rom surgiu da constatação de Sandra Figueiredo de que «o país não tem medidas que possam dar apoio às crianças que vêm para cá» com os pais. «Portugal ainda está muito imberbe no que diz respeito a dispositivos educativos a pensar na população imigrante», aponta.

Diz a especialista em Educação que, por exemplo, os apoios nas escolas não estão preparados para alunos filhos de imigrantes. «Nas escolas, o português só é encarado como língua materna e são poucas as que têm programas de apoio para os estudantes que não têm como língua materna o português», aponta Sandra Figueiredo. E normalmente, revela a responsável, «essas crianças são inseridas em programas de apoio juntamente com alunos com dislexia ou com hiperatividade, realidades que nada estão ligadas.

Televisão para as crianças à distância de um Klik. Telecomando infantil concebido com design de escola politécnica da Universidade de Aveiro 
Foi desenhado a pensar nos telespetadores mais pequenos. Chama-se Klik, é um telecomando infantil do serviço Vodafone TV e o design foi concebido pela Escola Superior de Design, Gestão e Tecnologias da Produção Aveiro Norte (ESAN), uma das escolas politécnicas da Universidade de Aveiro.

CienciaPT | 09.10.12

Lançado recentemente para o mercado pela Vodafone Portugal, o Klik tem um sensor que ilumina as teclas do telecomando de cada vez que o utilizador se aproxima, inclui a tecla Kids, que dá acesso direto ao conjunto de canais infantis, e outras teclas de acesso rápido aos conteúdos favoritos dos mais pequenos, como o videoclube, o gravador e o zapping. O Klik foi eleito pela revista Marketeer como Produto do mês de Setembro.

A equipa que concebeu o Klik tem nas suas fileiras António Gomes, Augusto Coelho, Daniel Afonso e Martinho Oliveira, docentes da ESAN que constituíram uma equipa multidisciplinar que combinou várias valências em Engenharia e Design de Produto. O grupo teve a colaboração da empresa Tech4Home.

«A estratégia da ESAN passa pelo desenvolvimento de fortes laços de cooperação com o tecido sócio-económico envolvente», refere Martinho Oliveira, diretor da ESAN e um dos investigadores envolvidos na conceção do design do Klik. Nesse sentido, explica o responsável, «a ESAN tem trabalhado com múltiplas empresas, quer no âmbito da colocação de alunos em contexto real de trabalho quer através de transferência de conhecimento».

Docentes: 20% do absentismo laboral por problemas nas cordas vocais

Correio da Manhã  | 14.04.12

Os professores representam cerca de 20 por cento do absentismo laboral por problemas relacionados com a voz, uma situação que resulta essencialmente da falta de formação sobre a correta utilização das cordas vocais, referiu este sábado um especialista.

Segundo Manuel Mendes Leal, do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital de São João, esta realidade acarreta “custos muito elevados” para o Serviço Nacional de Saúde e para o sistema de Segurança Social, uma vez que obriga a tratamentos “mais ou menos prolongados” e a baixas médicas. “Tudo seria bem mais simples e mais barato se a aposta fosse na prevenção dos problemas, mas isso passaria desde logo pela formação dos professores quanto à correta utilização da voz, já durante o curso”, acrescentou aquela especialista à Lusa. O problema mais recorrente da má utilização da voz é o surgimento de nódulos nas cordas vocais. O tratamento passa por sessões de terapia da fala, sendo normalmente necessárias “entre sete a nove”, durante três ou quatro semanas. “O problema é que os professores e outros profissionais têm uma noção irrealista da voz, pensam que ela aguenta tudo, e depois acontecem casos muito complicados”, alertou. Como conselhos básicos, Mendes Leal “receita” higiene oral, hidratação, aquecimento, atenção às infeções do nariz e cuidado com o tabaco, vincando ainda a importância de uma adequada postura corporal, de forma a que a voz seja projetada o mais longe possível com o mínimo de esforço.

Três perguntas sobre a utilização dos recursos digitais em aula

Magazine da Educação | n.º 11 | maio de 2012

Alunos mais atentos e motivados são as principais vantagens apresentadas pelos três professores entrevistados

1. Que importância atribui à utilização dos recursos digitais em sala de aula?
2. Quais são as principais vantagens de lecionar com recurso aos conteúdos multimédia?
3. Há quanto tempo utiliza os recursos digitais na sua sala?

Dora Gomes – Escola Secundária/3 Mem Martins
1. Considero muito importante, pois os alunos estão muito mais disponíveis para este tipo de abordagem e o seu tempo de concentração melhora consideravelmente. Apercebem-se da utilidade desta ferramenta e, não raro, dirigem-se à mediateca para consolidar as aprendizagens nos períodos anteriores às avaliações.
2. Menor dispersão e maior concentração dos alunos, mais entusiasmo e qualidade e rigor científico sempre disponíveis.
3. Utilizo desde que apareceu o produto inicial e pioneiro da Porto Editora, o Banco de Questões.

Fátima Veleda – Escola EB 2,3 Almeida Garrett – Amadora
1. é importante para motivar os alunos. Captar a atenção, motivá-los para a disciplina, apresentá-la de uma forma mais lúdica. Acham mais divertido e atrativo e as aulas de Matemática até passam mais rápido. Parece que estão a acabar quando ainda agora começaram, dizem eles.
2. Motivar e prender a atenção dos alunos para os conteúdos lecionados. é bem diferente da utilização sem movimento e estática de um manual. Quando se associa ao quadro interativo ainda se torna mais aliciante dado o movimento visualizado pelos alunos e a interatividade criada.
3. Desde que a Escola Virtual foi adquirida pela escola.

Joaquim Lavrador – Escola Secundária D. Afonso Sanches – Vila do Conde
1. O impacto é muito positivo, na medida em que se revela apelativo e motivador da aprendizagem, e permite uma veiculação do conhecimento e da informação num registo, leia-se linguagem, mais próximo dos interesses dos jovens através da aplicação de um conjunto de diferentes media (texto, imagens fixas e animadas, som, fotografia, vídeo, simulações de contextos laboratoriais e de fenómenos).
2. Refiro como vantagens mais imediatas a facilidade de acesso a informação atualizada e diversificada, dado que a divulgação digital precede temporalmente a publicação em suporte de papel, nomeadamente as de caráter científico e o recurso a simulações computacionais de contextos experimentais não realizáveis em laboratório escolar.
3. Desde há dois anos, sendo que esta utilização se tem vindo a implementar de forma gradual, sustentada pela evolução dos recursos físicos disponibilizados pelas escolas, bem como pelos recursos disponibilizados pela editora e pela diversidade, fiabilidade e qualidade científica crescente dos recursos digitais que foram surgindo.

Filmes que deveriam ser mostrados nas escolas

Público | 23.04.12

Portugal vai ter um Plano Nacional do Cinema. Que filmes deverão fazer parte? Dez personalidades aceitaram sugerir ao PúBLICO um top ten de filmes e realizadores do cinema nacional e mundial.

“Os Verdes Anos”, um filme de 1963 realizado por Paulo Rocha, o documentário Belarmino, que Fernando Lopes fez no ano seguinte, tendo-se tornado ambos bandeiras do Cinema Novo, e também “Recordações da Casa Amarela” (1989), de João César Monteiro, estão no topo da lista do cinema português que deve ser mostrado nas escolas, segundo a opinião de dez personalidades da cultura convidadas pelo PúBLICO a escolher os dez filmes nacionais, e outros tantos do cinema mundial, que devem vir a integrar o Plano Nacional do Cinema (PNC).

No ranking do cinema estrangeiro, os dois filmes que colheram mais nomeações foram o clássico do neorrealismo italiano “Ladrões de Bicicletas” (1948), de Vittorio De Sica, e a comédia que o francês Jacques Tati realizou uma década depois, “O Meu Tio” (1958), na qual satiriza a vida moderna e urbana.

A criação de um PNC foi anunciada no início de março pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, apontando para a sua entrada em vigor no ano letivo 2013/14. O objetivo de fazer entrar a arte e a história do cinema nos currículos escolares é também referido, de passagem, no projeto da nova Lei do Cinema, que a SEC tem atualmente em consulta pública.

Quando Viegas prometeu o novo PNC, numa visita a uma escola de Trás-os-Montes, associou-o ao modelo do já existente Plano Nacional de Leitura. E acrescentou que ele terá por base um catálogo de cem filmes, que, além da componente educativa – “os estudantes devem perceber que o cinema não começou há cinco anos, começou há cem”, disse Viegas, segundo o relato da Lusa -, servirá igualmente para formar novos espectadores.

O gabinete de comunicação da SEC explicitou depois ao PúBLICO que o PNC irá resultar de um trabalho conjunto dos responsáveis da Cultura com o Ministério de Educação, a que se associará a Cinemateca Portuguesa, pois será do seu arquivo que sairão os filmes a disponibilizar às escolas. “O objetivo é criar uma filmoteca digital, com uma maioria de filmes portugueses, que seja acessível às escolas”, disse João Villalobos, assessor de Viegas, explicando que os filmes a selecionar deverão ter conteúdos que “correspondam aos programas letivos e pedagógicos do ensino básico e secundário, entre o 7.º e o 12.º ano”.

Foi com base nesta carta de intenções que o PúBLICO desafiou uma dezena de figuras a propor o catálogo de filmes que consideram dever entrar nas salas de aula – algo que os professores já fazem hoje em dia, mas por iniciativa individual e de forma mais ou menos casuística. Das personalidades contactadas , aceitaram responder o ensaísta Eduardo Lourenço, o poeta e comissário do Plano Nacional de Leitura Fernando Pinto do Amaral, a atriz , realizadora e deputada independente pelo PS Inês de Medeiros, o diretor do Museu de Serralves, João Fernandes, os realizadores João Salaviza e Jorge Silva Melo, o escritor Manuel António Pina, o arquiteto Nuno Portas, o crítico e ex-diretor da Cinemateca Pedro Mexia e a professora de Literatura Rosa Maria Martelo.

Houve várias pessoas que não quiseram responder, por razões diversas. Entre elas, a escritora e ex-ministra da Educação Isabel Alçada, que, contudo, deixou alguns alertas relativamente ao projeto . “Um plano não pode ser só uma lista, para além de que esta é sempre reducionista”, disse a ex-governante da equipa de José Sócrates. E reclamou “condições para que os professores possam escolher” os filmes a mostrar, além de referir que o catálogo deve ser organizado por “especialistas que conheçam os programas pedagógicos e educativos”.

A dificuldade de condensar mais de um século da história do cinema numa lista de apenas 20 títulos foi a objeção mais vezes referida pelos que aceitaram, apesar de tudo, fazer o seu catálogo. Eduardo Lourenço chegou mesmo a dizer que, com este limite, se via obrigado a “fazer uma guerra” contra filmes de que tanto gosta e que lhe parecem fundamentais para a escola. “Cheguei a ponderar escolher dez filmes do Chaplin”, gracejou o autor de Heterodoxia. Outros quiseram acompanhar as suas listas de pequenas notas justificativas (ver na edição online), que assumem o carácter subjetivo da escolha e a prioridade do gosto pessoal, que nalguns casos se terá sobreposto à preocupação pedagógica. Mas voltemos aos filmes, e aos dois rankings apurados.

No cinema português, depois de “Os Verdes Anos” (com oito nomeações) e de “Belarmino e Recordações da Casa Amarela” (ambos com seis), surgem, também ex aequo (com quatro), duas longas-metragens de estreia: “Aniki-Bóbó” (1942), de Manoel de Oliveira, e “O Sangue” (1989), de Pedro Costa. Seguem-se (com três) a primeira-obra de Oliveira, o documentário Douro, “Faina Fluvial” (1931), “Uma Abelha na Chuva” (1972), com que Fernando Lopes adapta o romance homónimo de Carlos de Oliveira, “Brandos Costumes” (1975), de Alberto Seixas Santos, um retrato de Portugal nos anos do Estado Novo através das intrigas de uma família, “Conversa Acabada” (1981), de João Botelho, sobre a relação literária de Fernando Pessoa com Mário de Sá-Carneiro, e “Os Mutantes” (1998), de Teresa Villaverde, retrato de uma juventude inadaptada e à deriva.

Há depois mais 49 filmes, com duas e uma citações, que percorrem praticamente toda a história do cinema português, desde “A Canção de Lisboa” (1933), de Cottinelli Telmo, até ao recente “Sangue do Meu Sangue” (2011), de João Canijo. E, entre uma esmagadora maioria de longas-metragens de ficção, surgem também documentários, curtas e até um filme de animação, “Os Salteadores” (1993), de Abi Feijó.

Sem surpresa, o cineasta com mais filmes nomeados é Oliveira (16 citações para nove filmes). Seguem-se Fernando Lopes (10/3), Paulo Rocha (9/2) e João César Monteiro (9/4), João Botelho (7/4) e Pedro Costa (7/3), Teresa Villaverde (4/2) e, a completar os dez primeiros, Alberto Seixas Santos (3/1), José Fonseca e Costa (3/2) e João Canijo (3/3).

Dado curioso, mesmo que não inesperado, é a seleção de filmes portugueses privilegiar as produções dos anos 60, a década do Cinema Novo, e dos anos 80, sendo esta a década do boom e da afirmação internacional da cinematografia nacional, liderada pela dupla Oliveira e Paulo Branco (como produtor).

Mais filmes europeus 
No cinema mundial, são os autores clássicos que dominam, e aqui, ao contrário do que se poderia esperar, com uma maioria de produções europeias: 47, contra 44 americanas e sete do resto do mundo. à cabeça, como vimos, está o filme-ícone do neorrealismo italiano, “Ladrões de Bicicletas”, ex aequo com a que será a obra mais conhecida de Tati, “O Meu Tio”, vencedor do óscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1959 (têm quatro nomeações cada). Seguem-se cinco filmes com três citações: “Tempos Modernos” (1936), de Charles Chaplin, “O Mundo a Seus Pés” (1941), de Orson Welles, “Sentimento” (1953), de Luchino Visconti, “A Sombra do Caçador” (1955), de Charles Laughton, e “A Palavra” (1955), de Carl Th. Dreyer. Ou seja, tudo obras realizadas nas décadas de 30 a 50 (sendo esta última a mais representada, ao inverso do que acontece com o cinema português, que não tem nenhum filme dos anos 50). Na lista dos filmes com duas citações há dez títulos, desde “Aurora” (1927), de F.W. Murnau, ainda no tempo do mudo, até ao incontornável “Apocalypse Now” (1979), de Francis Ford Coppola, sendo o mais recente dos referidos apenas uma vez “Rapsódia em agosto ” (1991), do japonês Akira Kurosawa.

Na lista dos realizadores, Charles Chaplin colhe o maior número de escolhas (seis, para três filmes), seguido, ex aequo, de Dreyer e Visconti (5/3). Quatro outros autores dos anos de ouro do cinema arrecadaram quatro citações: Hitchcock, Welles, De Sica e Tati. E com três há nove realizadores, que vêm do tempo do cinema mudo alemão e chegam até ao realizador iraniano contemporâneo Abbas Kiarostami. Ainda no ranking do cinema mundial – e aqui, ao contrário do português -, não há nenhum filme realizado nas duas últimas décadas, enquanto as anteriores vão subindo em representação conforme se recua no tempo até aos anos 50. A confirmar que alguma distância temporal pode ser determinante na consagração da arte do cinema. com Luís Miguel Queirós.

As escolhas:

Eduardo Lourenço (Filósofo e ensaísta): 

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
Aniki Bóbó (1942), Manoel de Oliveira O Couraçado Potemkine (Bronenosets Potyomkin, URSS, 1925), Sergei M. Eisenstein
O Cerco (1970), António da Cunha Telles Aurora (Sunrise, EUA, 1927), W. F. Murnau
Uma Abelha na Chuva (1972), Fernando Lopes Luzes da Cidade (City Lights, EUA, 1931), Charles Chaplin
Benilde ou a Virgem-Mãe (1975), Manoel de Oliveira A Regra do Jogo (La Règle du Jeu, França, 1939), Jean Renoir
Brandos Costumes (1975), Alberto Seixas Santos O Mundo a Seus Pés (Citizen Kane, EUA, 1941), Orson Welles
Manhã Submersa (1980), Lauro António Dia de Cólera (Vredens Dag, Dinamarca, 1953), Carl Th. Dreyer
Conversa Acabada (1981), João Botelho Morangos Silvestres (Smultronstället, Suécia, 1957), Ingmar Bergman
Sem Sombra de Pecado (1983), José Fonseca e Costa Deus Sabe Quanto Amei (Some Came Running, EUA, 1958), Vincente Minnelli
Recordações da Casa Amarela (1989), João César Monteiro Fellini 8½ (8½, Itália, 1963), Federico Fellini
O Sangue (1989), Pedro Costa Morte em Veneza (Morte a Venezia, Itália, 1971), Luchino Visconti

“Este é um exercício muito difícil de gerir. Aquilo que me pede é uma autêntica guerra, quase um ‘holocausto’ – obriga-me a sacrificar filmes como o Laura [Otto Preminger, 1944], de que gosto tanto. E também gostaria de incluir o Metropolis [1927], do Fritz Lang, O Desprezo [1963], do Godard, ou o Annie Hall [1977], de Woody Allen… Estive quase a optar pela solução mais fácil, que era meter dez filmes do Chaplin.”
Eduardo Lourenço

Fernando Pinto do Amaral (Poeta, ensaísta e comissário do Plano Nacional de Leitura):

 

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
O Leão da Estrela (1947), Arthur Duarte O Anjo Azul (Der Blaue Engel, Alemanha, 1930), Josef von Sternberg
Manhã Submersa (1980), Lauro António A Regra do Jogo (La Règle du Jeu, França, 1939), Jean Renoir
Francisca (1981), Manoel de Oliveira O Mundo a Seus Pés (Citizen Kane, EUA, 1941), Orson Welles
Silvestre (1982), João César Monteiro A Casa Encantada (Spellbound, EUA, 1945), Alfred Hitchcock
Sem Sombra de Pecado (1983), José Fonseca e Costa Sentimento (Senso, Itália, 1953), Luchino Visconti
Aqui d’ El-Rei! (1992), António-PedroVasconcelos Johnny Guitar (Johnny Guitar, EUA, 1954), Nicholas Ray
Três Irmãos (1994), Teresa Villaverde A Palavra (Ordet, 1955), Carl Th. Dreyer
O Delfim (2002), Fernando Lopes Manhattan (Manhattan, EUA, 1979), Woody Allen
Os Mistérios de Lisboa (2009), Raul Ruiz E.T. (E. T. – O Extra-Terrestre, EUA, 1982), Steven Spielberg
Filme do Desassossego (2010), João Botelho As Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin, Alemanha, 1987), Wim Wenders

“Esta é uma escolha naturalmente subjetiva , sem quaisquer preocupações canónicas , alinhando 10 filmes estrangeiros e 10 portugueses que por diversos motivos (às vezes muito pessoais) gosto de recordar. Muitos outros poderiam integrar a lista.”
Fernando Pinto do Amaral

Inês de Medeiros (realizadora, atriz e deputada independente pelo PS): 

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
Douro Faina Fluvial (documentário, 1930), Manoel de Oliveira O último dos Homens (Der Letzte Mann, Alemanha, 1924), F.W. Murnau
Dom Roberto (1962), José Ernesto de Sousa A Terra Treme (La Terra Trema, Itália, 1948), Luchino Visconti
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha A Palavra (Ordet, Dinamarca, 1955), Carl Th. Dreyer
A Caça (1964), Manoel de Oliveira A Sombra do Caçador (The Night of the Hunter, EUA, 1955), Charles Laughton
Belarmino (1964), Fernando Lopes A Sede do Mal (Touch of Evil, EUA, 1958), Orson Wells
Recordações da Casa Amarela (1989), João César Monteiro A Doce Vida (La Dolce Vita, Itália, 1960), Federico Fellini
O Sangue (1989), Pedro Costa Viver a sua Vida (Vivre sa Vie, França, 1962), Jean-Luc Godard
Os Salteadores (animação, 1993), Abi Feijó O Anjo Exterminador (El ángel Exterminador, México, 1962), Luis Buñuel
Os Mutantes (1998), Teresa Villaverde O Padrinho (The Godfather, EUA, 1972), de Francis Ford Coppola
Lisboetas (documentário, 2004), Sergio Tréfaut Noite de Estreia (Opening Night, EUA, 1977), John Cassavetes

“Escolher é excluir. Quando me pediram para apresentar uma lista de dez filmes estrangeiros e dez nacionais como proposta para um Plano Nacional do Cinema, para cada filme que escolhia logo surgiam três ou quatro do mesmo autor ou da mesma altura que me pareciam incontornáveis. Tentei resolver o dilema definindo critérios. Por épocas, por autores, por atores, pelo impacto ou sucesso que tiveram, pela importância em termos de evolução tecnológica… Em vão. O resultado era sempre uma listagem informe. Acabei por optar pelo critério mais subjetivo : é uma lista dos filmes (de alguns dos filmes) que me fizeram gostar de cinema, querer ver outros filmes e que me ensinaram a ler e a ver o mundo. Não sei avaliar da sua eficácia em termos pedagógicos, sei que será sempre incompleta e por vezes incompreensível em relação a outros filmes do mesmo realizador que são mais conhecidos. Falta o Pasolini, o Rossellini e o Antonioni, para já não falar no John Huston, no Chaplin, no Minnelli, do Tati ou o meu querido Cukor. Como explicar a ausência de 1900, de O Caçador, ou d’O Couraçado Potemkin? E se é para ensinar cinema, como excluir o Méliès? Esta lista incompleta corresponde à minha interpretação da ideia defendida por Truffaut: um bom filme é aquele que nos ensina qualquer coisa que ‘nunca mais esqueceremos’. Com Baisers Volés [Beijos Proibidos, 1968], aprendi a barrar tostas sem as partir. O tê-lo revelado agora talvez me desculpe de não o ter posto nesta lista, mas na longa lista dos excluídos de que tanto gosto.”
Inês de Medeiros

João Fernandes ( Diretor artístico do Museu de Serralves):

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
Douro Faina Fluvial (documentário, 1930), Manoel de Oliveira Zero em Comportamento (Zéro de Conduite, França, 1933), Jean Vigo
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha
Belarmino (1964), Fernando Lopes
Tempos Modernos (Modern Times, EUA, 1936), Charles Chaplin
A Caça (1964), Manoel de Oliveira O Rio Sagrado (The River, EUA, 1951), Jean Renoir
Ana (1982), António Reis e Margarida Cordeiro A Palavra (Ordet, Dinamarca, 1955), Carl Th. Dreyer
Tempos Difíceis (1988), João Botelho A Sombra do Caçador (The Night of the Hunter, EUA, 1955), Charles Laughton
Recordações da Casa Amarela (1989), João César Monteiro O Meu Tio (Mon Oncle, França, 1958), Jacques Tati
Os Mutantes (1998), Teresa Villaverde Os Quatrocentos Golpes (Les Quatre Cents Coups, França, 1959), François Truffaut
No Quarto da Vanda (2000), Pedro Costa Bom Dia (Ohayô, Japão, 1959), Yasujiro Ozu
Aquele Querido Mês de agosto (2008), Miguel Gomes Peregrinação Exemplar (Au Hasard Balthazar, França, 1966), Robert Bresson
Onde é a Casa do Meu Amigo? (Khane-ye doust kodjast?, Irão, 1987), Abbas Kiarostami

João Salaviza (realizador): 

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha Nanook, o Esquimó (Nanook of The North, documentário, EUA, 1922), Robert Flaherty
Belarmino (1964), Fernando Lopes A Paixão de Joana d’Arc (La Passion de Jeanne d’Arc, França, 1928), Carl Th. Dreyer
Mudar de Vida (1966), Paulo Rocha Luzes da Cidade (City Lights, EUA, 1931), Charles Chaplin
Domingo à Tarde (1966), António de Macedo Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette, Itália, 1948), Vittorio De Sica
Uma Abelha na Chuva (1972), Fernando Lopes Viagem a Tóquio (Tôkyô Monogatari, Japão, 1953), Yasujiro Ozu
Torre Bela (documentário, 1975), Thomas Harlan O Balão Vermelho (Le Ballon Rouge, c-m, França, 1956), Albert Lamorisse
O Guardador de Rebanhos (documentário, 1999), José Edgar Feldman Quando o Rio se Enfurece (Wild River, EUA, 1960), Elia Kazan
No Quarto da Vanda (2000), Pedro Costa Apocalypse Now (Apocalypse Now, EUA, 1979), Francis Ford Coppola
Fantasia Lusitana (documentário, 2010), João Canijo Shoah (Shoah, França, 1985), Claude Lanzmann
Aniki Bóbó (1942), Manoel de Oliveira Close-Up (Nema-ye Nazdik, Irão, 1990), Abbas Kiarostami

Jorge Silva Melo (Realizador e encenador):

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha Roma, Cidade Aberta (Roma Città Aperta, Itália, 1945), Roberto Rossellini
Belarmino (1964), Fernando Lopes Los Olvidados (Los Olvidados, México, 1950), Luis Buñuel
Brandos Costumes (1975), Alberto Seixas Santos Serenata à Chuva (Singin’ in the Rain, EUA, 1952), Stanley Donen e Gene Kelly
Dina e Django (1982), Solveig Nordlund Sentimento (Senso, Itália, 1953), Luchino Visconti
O Sangue (1989), Pedro Costa O Meu Tio (Mon Oncle, França, 1958), Jacques Tati
Xavier (1992), Manuel Mozos Rio Bravo (Rio Bravo, EUA, 1959), Howard Hawks
Cinco Dias, Cinco Noites (1996), José Fonseca e Costa Os Pássaros (The Birds, EUA, 1963), Alfred Hichcock
Os Mutantes (1998), Teresa Villaverde O Emprego (Il Posto, Itália, 1961), Ermanno Olmi
Vai-e-Vem (2003), João César Monteiro Infância Nua (L’Enfance Nue, França, 1968), Maurice Pialat
Singularidades de uma Rapariga Loira (2009), Manoel de Oliveira O Viajante (Mossafer, Irão, 1974), Abbas Kiarostami

Manuel António Pina (Escritor e jornalista):

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
O Pai Tirano (1941), António Lopes Ribeiro Pamplinas Maquinista (The General, EUA, 1926), Clyde Bruckman e Buster Keaton
Aniki Bóbó (1942), Manoel de Oliveira Zero em Comportamento (Zéro de Conduite, França,1933), Jean Vigo
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha Cavalgada Heroica (Stagecoach, EUA, 1939), John Ford
Conversa Acabada (1981), João Botelho O Feiticeiro de Oz (The Wizard of Oz, EUA, 1939), Victor Fleming
O Bobo (1987), José álvaro Morais O Grande Ditador (The Great Dictator, EUA, 1940), Charles Chaplin
Recordações da Casa Amarela (1989), João César Monteiro Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette, Itália, 1948), Vittorio De Sica
Vale Abraão (1993), Manoel de Oliveira Às Portas do Inferno (Rashômon, Japão, 1950), Akira Kurosawa
Zona J (1998), Leonel Vieira A Sombra do Caçador (The Night of the Hunter, EUA, 1955), Charles Laughton
O Milagre Segundo Salomé (2004), Mário Barroso O Meu Tio (Mon Oncle, França, 1958), Jacques Tati
Sangue do Meu Sangue (2011), João Canijo A Terra Vista da Lua (La Terra Vista dalla Luna, segm. Le Streghe, Itália, 1967), Pier Paolo Pasolini)

“é em circunstâncias práticas como esta que a minha firmíssima convicção de que tudo é para todos vacila. As afinidades da escolha proposta com o Plano Nacional de Leitura fazem-me crer que o público em vista seja o mesmo, isto é, abranja níveis etários dos 4 ou 5 anos aos 17. Gostaria de poder incluir filmes como, por exemplo, A Palavra, de Dreyer, numa tal seleção, mas contive-me; como, se me fosse proposto selecionar uns livros para o Plano Nacional de Leitura, talvez gostasse de poder incluir o Ulisses, de James Joyce, e talvez igualmente me contivesse.” Manuel António Pina

Nuno Portas ( Arquiteto e urbanista): 

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
A Canção de Lisboa (1933), José Cottinelli Telmo Tempos Modernos (Modern Times, EUA, 1936), Charles Chaplin
Aniki Bóbó (1942), Manoel de Oliveira Alexandre Nevsky (Aleksandr Nevskiy, URSS, 1938), Sergei M. Eisenstein
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha O Mundo a Seus Pés (Citizen Kane, EUA, 1941), Orson Welles
Belarmino (1964), Fernando Lopes Roma, Cidade Aberta (Roma Città Aperta, Itália, 1945), Roberto Rossellini
Brandos Costumes (1975), Alberto Seixas Santos Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette, Itália, 1948), Vittorio De Sica
Recordações da Casa Amarela (1989), João César Monteiro Sentimento (Senso, Itália, 1954), Luchino Visconti
O Processo do Rei (1990), João Mário Grilo Johny Guitar (Johny Guitar, EUA, 1954), Nicholas Ray
Capitães de abril (2000), Maria de Medeiros A Desaparecida (The Searchers, EUA, 1956), John Ford
Noite Escura (2004), João Canijo O Meu Tio (Mon Oncle, França, 1958), Jacques Tati
A Corte do Norte (2008), João Botelho Apocalypse Now (Apocalypse Now, EUA, 1979), Francis Ford Coppola

Pedro Mexia (Poeta, crítico e ex-diretor da Cinemateca): 

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
Douro, Faina Fluvial (documentário, 1931), Manoel de Oliveira Aurora (Sunrise, EUA, 1927), W. F. Murnau
O Pai Tirano (1941), António Lopes Ribeiro Matou (M, Alemanha, 1931), Fritz Lang
A Janela Indiscreta (Rear Window, EUA, 1954), Alfred Hitchcock
Ato da primavera (1962), Manoel de Oliveira Fúria de Viver (Rebel Without a Cause, EUA, 1955), Nicholas Ray
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha A Desaparecida (The Searchers, EUA, 1956), John Ford
Belarmino (1964), Fernando Lopes Quanto Mais Quente Melhor (Some Like It Hot, EUA, 1959), Billy Wilder
Trás-os-Montes (1976), António Reis e Margarida Cordeiro O Acossado (à Bout de Souffle, França, 1960), Jean-Luc Godard
Conversa Acabada (1981), João Botelho O Charme Discreto da Burguesia (Le Charme Discret de la Bourgeoisie, França, 1972), Luis Buñuel
O Sangue (1989), Pedro Costa Amarcord (Amarcord, Itália, 1973), Federico Fellini
O Processo do Rei (1990), João Mário Grilo O Touro Enraivecido (Raging Bull, EUA, 1980), Martin Scorsese
A Comédia de Deus (1995), João César Monteiro

“A lista estrangeira é propositadamente ‘clássica’, mas podiam perfeitamente ser outros dez ; para ter um critério, evitei (com duas exceções ) filmes demasiado ‘antigos’, bem como demasiado ‘modernos’, por motivos diferentes; e não incluí coisas um bocado inclementes para miúdos, os Bressons, os Tarkovskis, enfim, os cineastas de quem eu gosto. A lista portuguesa é mais defensável, em geral bastante óbvia, mas também não escolhi nada dos últimos quase vinte anos.” Pedro Mexia

Rosa Maria Martelo (Professora de Literatura e ensaísta): 

PORTUGUESES ESTRANGEIROS
Os Verdes Anos (1963), Paulo Rocha Tempos Modernos (Modern Times, EUA, 1936), Charles Chaplin
Momentos na Vida de Um Poeta (documentário, 1964), Carlos Calvet Ladrões de Bicicletas (Ladri di Biciclette, Itália, 1948), Vittorio De Sica
Uma Abelha na Chuva (1972), Fernando Lopes O Rapaz de Cabelo Verde (The Boy With Green Hair, EUA, 1948), Joseph Losey
Amor de Perdição (1979), Manoel de Oliveira A Janela Indiscreta (Rear Window, EUA, 1954), Alfred Hitchcock
Cerromaior (1981), Luís Filipe Rocha Noite e Nevoeiro (Nuit et Brouillard, França, 1955), Alain Resnais
Recordações da Casa Amarela (1989), João César Monteiro Os Quatrocentos Golpes (Les Quatre Cents Coups, França, 1959), François Truffaut
Vale Abraão (1993), Manoel de Oliveira A Rosa Púrpura do Cairo (The Purple Rose of Cairo, EUA, 1985), Woody Allen
Ossos (1997), Pedro Costa Um Anjo à Minha Mesa (An Angel at My Table, Nova Zelândia, 1990), Jane Campion
Autografia (documentário, 2004), Miguel Gonçalves Mendes Eduardo Mãos de Tesoura (Edward Scissorhands, EUA, 1990), Tim Burton
Filme do Desassossego (2010), João Botelho Rapsódia em agosto (Hachi-gatsu no kiôshikyoku, Japão, 1991), Akira Kurosawa

“Tendo em conta o contexto pedagógico e a faixa etária a que se destina esta seleção , tentei dar relevo ao valor da memória, por muito que essa memória nos confronte com a barbárie. Não a esquecermos (à barbárie) é a melhor forma de impedirmos que ela regresse. Obviamente, o filme de Kurosawa pode ser visto pelos mais novos, enquanto Noite e Nevoeiro foi escolhido a pensar nos mais velhos. Escolhi também vários filmes que acentuam não só respeito pela diferença, mas também a criatividade que tantas vezes lhe está associada. No caso do cinema português, pareceu-me importante explorar a relação entre o cinema e a literatura, embora esse não seja o único critério. Finalmente, também pensei na necessidade de promover a reflexão sobre o cinema enquanto arte: a janela de Hitchcock ou a porosidade da tela no filme de Woody Allen poderiam ser bons pretextos para isso. Mas há outras possibilidades.” Rosa Maria Martelo

“O teatro é uma ferramenta poderosa no ensino”

EDUCARE.PT | 16.04.12

Companhia profissional Educa concentra-se no público escolar para apresentar peças que estimulem a interação e funcionem como um complemento nas salas de aula. Teatro que percorre o país e que junta professores e alunos no mesmo palco.

Olharam em volta e perceberam que havia uma lacuna na programação teatral do país. Sentiram a ausência de espetáculos pedagógicos que permitissem às crianças e jovens aprenderem História ou Português através de uma peça apresentada em cima do palco. Constatação feita, era hora de mudar o panorama. E assim, no ano letivo de 2009/2010, a Companhia Profissional de Teatro Educa abria o pano cheia de ideias para crianças do pré-escolar e ensino básico e para jovens do secundário. A primeira peça centrou-se na liberdade, na história da revolução do 25 de Abril. Um espetáculo pedagógico e divertido para servir de complemento às aulas de História e Geografia de Portugal.

Nada é por acaso. “As nossas peças e textos são pensados ao pormenor. Os textos são escritos por pessoas internas à companhia que têm bastante experiência e sabem conjugar o teatro com o que os professores pretendem para complementar as aulas”, revela Pedro Gomes, diretor executivo da companhia. Os textos são revistos por um painel de professores, encenadores e atores que, em conjunto, transformam o guião numa peça divertida e pedagógica, à medida das exigências do público escolar.

A República tem um peso significativo no programa curricular deste ano letivo e a companhia, sempre atenta, não deixou o tema de fora. Três atores interpretam personagens que vão surgindo na História, desde o início do século XIX ao aparecimento do Estado Novo de Salazar, numa abordagem cativante e divertida que pretende servir de complemento às aulas de História e Geografia de Portugal. Na peça “A Poesia Não é Tão Rara como Parece”, um velho e o seu criado recordam a história de um amor não correspondido. é um espetáculo poético e cómico que relembra grandes nomes da história literária e é também uma nova forma de aprender poesia, num momento que permite a interação entre professores e alunos do 5.º ao 12.º anos de escolaridade. A peça sobre o 25 de Abril, a história da “Revolução dos Cravos” que derrubou a ditadura herdada por Salazar sem derramar uma gota de sangue, continua na agenda da Educa.

Junta-se o útil ao agradável, ensinam-se de uma forma lúdica e divertida alguns dos temas que fazem parte da estrutura curricular. “Acreditamos que as escolas sabem que o teatro é uma ferramenta poderosa no ensino, pois ele quebra com o tradicional conceito do ensino em sala de aula”, refere Pedro Gomes. Há professores que confidenciam que os alunos assimilam mais informação sobre uma determinada matéria quando assistem a uma peça teatral apresentada pela Educa. “E isso sucede porque, aliado ao conhecimento e aos conceitos que transmitimos nos nossos espetáculos, também o fazemos de uma forma divertida e adaptada aos alunos que estão a assistir.”

Os temas são cuidadosamente escolhidos. “As temáticas são selecionadas no sentido de serem oportunas para o complemento das aulas de História e de Língua Portuguesa, no caso dos espetáculos direcionados para o 2.º ciclo, 3.º ciclo e secundário, e para a transmissão de valores universais no caso do espetáculo direcionado para o 1.º ciclo e pré-básico”, refere o responsável. “A forma que utilizamos para passar a mensagem passa por, essencialmente, diversão e interação dos alunos, professores e atores, em fases distintas dos nossos espetáculos”, explica Pedro Gomes.

A partir de 25 de abril, a companhia tem mais um espetáculo para levar às escolas, uma peça aconselhável para crianças dos 4 aos 7 anos, com texto da escritora Rita Vilela – que tem oito livros inscritos no Plano Nacional de Leitura – e representação de Marta Gil. “Curso de Coragem para Meninos com Medo” conta a história da pequena Maria e de como ganhou coragem para enfrentar o mais terrível dos animais, ou seja, o gato da sua avó.

A recetividade das escolas tem sido boa. Regra geral, os professores que assistem aos espetáculos repetem no ano letivo seguinte com outros alunos. A companhia tem uma equipa habituada a lidar com o público escolar e um produto final que garante ser de qualidade. E tem descentralizado a cultura ao levar o teatro a escolas de norte a sul, do interior ao litoral, do país. Já atuou em todas as capitais de distrito e pisou palcos em Portel, Penalva do Castelo, Tondela, Vila Meã, Valpaços, Idanha-a-Nova, Santo Tirso, entre muitos outros concelhos.

“O público escolar é um público muito exigente e genuíno, e isso distingue-o do público considerado ‘mais adulto'”. Não há críticas ou dúvidas que ficam por dizer. “Felizmente, somos extremamente profissionais e direcionamo-nos a 100 por cento para a satisfação do nosso público. Os professores são uma mais-valia nesta nossa cadeia de valor acrescentado”, refere o responsável. “Sem eles, a companhia nunca atingiria o patamar que está a atingir, num tempo em que a palavra crise é uma das mais usadas pelos portugueses”, acrescenta. “Ser os melhores e com maior reconhecimento de qualidade por parte de toda a comunidade educativa: docentes e discentes.” é este o lema que guia os dias da companhia teatral Educa. E quais os maiores elogios que tem recebido dos sítios por onde passa? “O maior elogio que podemos receber da comunidade é o de, ano para ano, as mesmas escolas, professores e alunos continuarem a assistir aos nossos espetáculos. Esse é um sinal inequívoco de que estamos a conseguir passar a nossa mensagem, que esta é ajustada e complementar às aulas, e que os alunos e professores reconhecem qualidade às nossas produções”, responde Pedro Gomes.

As peças são feitas a pensar num público escolar, mas o grupo tem sido abordado por vários municípios e instituições no sentido de apresentar os espetáculos à comunidade em geral. Dessa forma, a Educa já participou em comemorações da República, 25 de Abril, Dia Mundial da Poesia, Dia Mundial do Teatro, bem como em festivais juvenis.

Informações: http://www.teatroeduca.com/

Projeto OUTclass: e-comunidade para a aprendizagem

CiênciaPT | 13.02.12

Potenciar, desde cedo, o contacto com novas e diferentes culturas é essencial para que os alunos possam ter um diferente entendimento do mundo

A Universidade de Aveiro e a Câmara Municipal de águeda, em parceria com o Ministério da Educação e com o Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento vão dar início, no próximo dia 24 de fevereiro, sexta-feira, pelas 9h, na Escola Básica do 1.º Ciclo de São Sebastião, na Trofa, em águeda, à 5.ª edição do projeto OUTclass: e-comunidade para a aprendizagem. Esta cerimónia contará com a presença de Elsa Corga, vereadora da Educação da Câmara Municipal de águeda, e de Amaral Carvalho, gestor de projetos do PmatE, aos quais se juntará, via Skype, e diretamente de Moçambique, António José Batel Anjo, coordenador geral dos projetos PmatE/Pensas da Universidade de Aveiro.

Com o projeto OUTclass, alunos portugueses e moçambicanos realizam, em ambiente de sala de aula e monitorizados por um professor, atividades semanais que lhes permitem não só melhorar a escrita, como também os dotam de novas formas de expressão, desenvolvendo em simultâneo o gosto pela língua portuguesa e pelas Ciências, objeto central do projeto.

Usar novas abordagens, que criem oportunidades, para os mais novos, de instrução de um saber científico cada vez mais sólido, representa hoje, uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos e aptidões, que fomentem o desenvolvimento do seu espírito crítico e empreendedor. O contacto em e-grupo, um aluno português e um aluno moçambicano, é feito via Internet, e nesse espaço de tempo, ambos os elementos têm a oportunidade de adquirir novos saberes e competências através da exploração de exercícios que lhes permitem trocar experiências interculturais.

Conjugando um programa de conversação da Internet com a realização de atividades, este projeto permite que os alunos comuniquem, se conheçam e se dêem a conhecer, com outros alunos da mesma faixa etária, residentes noutro país.

Nestes quatro anos de atividade do projeto, ao qual estão associadas a Escola Básica de à-dos-Ferreiros e a EB1 de São Sebastião, em águeda, Portugal e o Colégio Académico da Beira, em Moçambique, os alunos tiveram oportunidade de trocar experiências e conhecimentos em diversas áreas do saber que contribuíram para o seu enriquecimento cultural, para o aumento do respeito pelo outro e para o interesse pelas diversas culturas.

Deste modo, o projeto OUTclass pretende afirmar uma forma de cooperar que permita o desenvolvimento sustentado e o envolvimento da sociedade em projetos de Educação, que qualifiquem alunos e professores a nível tecnológico, estimulando-os a partilhar novas formas de aprendizagens mais dinâmicas e interativas.

“Geminar pela Educação” passou, então, a ser o lema do projeto OUTclass ao fazer com que a comunidade sinta a sua escola e perceba que esta pode pertencer a um mundo global sem sair da sua aldeia. Aprender coisas novas, contactar com outras realidades, com outras culturas, com outras maneiras de ver o mundo e encarar os problemas é o desafio da geminação pela Educação.

A mais-valia deste projeto prende-se com o facto deste tipo de geminação ser duradouro, uma vez que assenta num trabalho de base com crianças, fazendo, ao mesmo tempo, com que pequenas aldeias, localidades ou regiões possam projetar-se no Mundo Global.

ISEP apresenta jogo de computador para ser adotado no ensino

CiênciaPT | 25.01.12

Durante o Workshop “Serious Games Network”, sexta-feira, dia 27 de janeiro, pelas 14h30, no Centro de Congressos (auditório E) do Instituto

TIMEMESH foi criado por investigadores do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), para alunos dos 11 aos 15 anos. A ideia é que este jogo de aventuras, baseado em acontecimentos históricos reais, possa ser incluído nos planos curriculares de ensino, como nova ferramenta de aprendizagem. O TIMEMESH será apresentado sexta-feira, dia 27 de janeiro, pelas 15h30, no Centro de Congressos do ISEP (auditório E), no âmbito do workshop europeu Segan – Network Serious Games.

As Descobertas Marítimas, a Revolução Industrial e a Segunda Guerra Mundial. São três os cenários escolhidos para este jogo de aventura desenvolvido pelos investigadores do GILT (Graphics, Interaction and Learning Thecnologies) do ISEP. Basta imaginar, por exemplo, que Júlio César não foi assassinado e governou o Império Romano por um longo período, garantindo a sua estabilidade; ou que os muçulmanos foram capazes de repelir os ataques cristãos na Península Ibérica! No TIMEMESH os jogadores assumem o papel de um personagem que é enviado de volta no tempo, de forma a repor alguns dos acontecimentos que marcaram a nossa história. A tarefa é regressar ao passado e corrigir os eventos para que o nosso mundo volte ao caminho “normal”. Mas, para isso, é necessário colocar os conhecimentos à prova.

“Os Serious Games, como o que desenvolvemos no ISEP, têm por objetivo motivar os jovens e adolescentes a aprenderem de uma forma altamente intuitiva e competitiva”, explica Paula Escudeiro, subdirectora do Departamento de Informática do ISEP. Assim, acrescenta, “a ideia é que este tipo de jogos, dirigido às faixas etárias dos 11 aos 15 anos, possa ser incluído nos planos curriculares de ensino, motivando novos mecanismos de aprendizagem”.

Investigações nesta área demonstram que este tipo de jogos desenvolve capacidades mentais como a estratégia, o cálculo mental e a tomada de decisão, tendo uma ampla aceitação entre os alunos mais jovens, não só pela sua natureza desafiante, mas também pelas interações sociais que geram. Neste contexto, um dos projetos dos investigadores do ISEP passa, atualmente, por adaptar o TIMEMESH a qualquer plataforma móvel, desde os telemóveis aos tablets.

O TIMEMESH é um dos primeiros Serious Games a ser desenvolvido em Portugal. No ISEP, o projeto é liderado pelo grupo GILT que está, também, envolvido no desenvolvimento de outros jogos, para a aprendizagem de ciências, através de ambientes de realidade virtual e aumentada.

O TIMEMESH será apresentado na sexta-feira, pelas 15h30, durante o Workshop Segan – Network Serious Games. Esta rede europeia, com um orçamento superior a 600 mil euros, é liderada pelo ISEP e visa, entre outros objetivos, criar uma associação europeia de jogos sérios que reúna empresas e académicos. O encontro conta, ainda, com a participação de outras instituições europeias envolvidas no desenvolvimento de Serious Games.