Entregues primeiros diplomas de equivalência ao 12.º

Público | 2007-12-11
340 mil é o número de adultos inscritos nos centros Novas Oportunidades para aumentar as suas qualificações. 1 milhão é o número de ativos que o Governo quer qualificar, entre 2005 e 2010, através do reconhecimento de competências e dos cursos de formação de adultos.

Teresa Balsemão, 40 anos, desempregada, sempre sentiu que era um “handicap dizer a alguém que não tinha o 12.º ano”. Não que lhe faltassem capacidades. A diferença, explica, é que agora tem “um papel que diz às pessoas” que possui esses conhecimentos. “Para já melhorou a minha autoestima. E espero poder candidatar-me a empregos que antes não conseguia.”

Paulo Perdigão, também 40 anos, já pensa na hipótese de continuar a estudar, agora no ensino superior.

“Há 21 anos que me faltavam duas disciplinas do 12.º do curso de Manutenção Automóvel. Agora sinto-me com força para atingir outros objetivos. Sinto-me muito feliz por ter concluído o RVCC [processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências]”, confessa num depoimento apresentado ontem, durante a entrega dos primeiros 65 diplomas de equivalência ao ensino secundário, ao abrigo do programa Novas Oportunidades (N0), numa cerimónia que reuniu primeiro-ministro e seis membros do Governo.

Em menos de um ano, estes 65 adultos que só tinham o ensino básico mas que foram adquirindo conhecimentos e competências, fora da escola e portanto sem reconhecimento legal, conseguiram ver as suas habilitações aumentar para o 12.º ano. Como? Inscrevendo-se num dos 268 centros Novas Oportunidades e provando o que sabiam nas áreas de cidadania, língua e comunicação e tecnologias e ciências.

Consoante a avaliação feita pelos técnicos dos centros e as lacunas evidenciadas, os candidatos são encaminhados para ações de formação complementar de curta duração ou para um programa mais longo. No final do processo e se o júri ficar convencido, validam-se as competências e é emitido um certificado.

As regras são semelhantes ao que é feito, desde 2001, com a certificação de nível básico e que já permitiu atribuir o 9.º ano a cerca de 100 mil adultos, metade dos quais nos dois últimos anos.

A meta é ambiciosa e já sofreu um revés nos diplomas de nível secundário: o Governo contava que tivessem sido atribuídos 50 mil certificados entre 2006 e 2007, mas até ao final do ano serão 100.

Ontem, José Sócrates voltou a defender que o défice de qualificações é o “verdadeiro problema” do país, enalteceu o “esforço, exemplo e coragem” dos que decidiram voltar à escola e deixou o apelo a todos os trabalhadores que não concluíram o secundário para que “tirem o 12.º”

Até agora, o Governo assinou mais de 500 protocolos com empresas e institutos de formação no âmbito do NO – na Portugal Telecom, por exemplo, o programa vai permitir que até 2010 todos os trabalhadores passem a ter como qualificação o 12.ºano. Ontem juntaram-se entidades como o sindicato de jogadores de futebol ou a Comunidade Muçulmana Ismaili.

à certificação de nível secundário podem candidatar-se as pessoas com mais de 18 anos e que tenham no mínimo três anos de experiência profissional ou que tenham frequentado o secundário há mais de três anos, sem o concluir.

Cerca de 3,5 milhões dos cinco milhões de ativos não têm o secundário completo, incluindo quase 500 mil jovens entre os 18 e os 24 anos.

Certificados do Básico duplicaram em 2007

Jornal de Notícias | 2007-11-28

Válter Lemos aponta como meta 500 centros novas oportunidades.

Até ao final do ano serão passados 110 mil certificados de validação de competências de equivalência ao Ensino Básico. O número foi referido, ontem, pelo secretário de Estado da Educação, Válter Lemos, no desfecho da conferência “Valorizar a aprendizagem”, organizada no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, que decorreu no Parque das Nações, em Lisboa.

O governante explicou depois ao JN que o número corresponde ao total de diplomas emitidos desde 2001. Como em 2006 foram entregues pouco mais de 50 mil certificados, prevê-se que este ano terá duplicado o número de adultos que entrarão em 2008 com o 9.º ano de escolaridade.

Valter Lemos realça ainda que a meta do Governo é passar dos atuais 270 centros Novas Oportunidades para 500, que estejam a funcionar em meados de 2008.

O segundo e último dia de trabalhos foi marcado pela alocução de Luís Imaginário que dirigiu duras críticas ao ensino nacional. Ao afirmar que “a escola encontra-se em crise permanente desde os anos 60 e nem as sucessivas reformas lhe têm valido” e que “o ensino é desinteressante, não motiva, não garante um emprego nem corresponde ao que o mercado de trabalho necessita”.

Defendendo que a experiência deve contar na formação escolar, o docente considerou que o difícil é valorizar os saberes não adquridos na escola, quando em Portugal “é um estigma não poder exibir um certificado”.

Apontando como exceções os cursos industriais e comerciais do Estado Novo e os cursos noturnos, depois pós-laborais a seguir ao 25 de abril, o orador frisou que os demais programas de escolarização de adultos foram “ineficazes”. Por não terem em conta a experiência profissional ou de vida de cada formando.

Para este estudioso, a solução passa por identificar, avaliar, reconhecer e validar as respetivas competências, num processo de aprendizagem em que o candidato demonstra que sabe fazer através de ações concretas e em que o conhecimento é exposto pelo diálogo com o orientador.

Objetivos da UE para o ensino de línguas estrangeiras vão marcar passo em Portugal

Público | 2007-11-25

Portugal é o país da União Europeia onde menos pessoas dizem ter aprendido um idioma estrangeiro na escola.

Apesar de figurar entre os objetivos da União Europeia, não será tão cedo que, em Portugal, os alunos mais novos terão acesso à aprendizagem de, “pelo menos, duas línguas estrangeiras”, adiantou ao P2 o secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira.

Segundo este responsável, o atraso português na promoção da aprendizagem precoce de línguas e as inúmeras reformas implementadas no ensino básico e secundário jogam, para já, contra uma incursão pela diversidade linguística.

O compromisso de proporcionar “a todos” o ensino de, “pelo menos, duas línguas estrangeiras, a partir de uma idade muito precoce”, foi assumido pelos chefes de Estado e de Governo, numa cimeira realizada em Barcelona em 2002. é uma meta a “longo prazo”, mas que tem já carácter obrigatório na Estónia, Suécia, Islândia, Finlândia e Luxemburgo.

Em conjunto com a promoção de uma aprendizagem das línguas ao longo da vida, o ensino precoce é considerado vital para alargar o carácter multilingue da Europa, uma das novas metas da UE. A ideia de base é que já não chegam as 23 línguas oficiais e muitas pessoas a falarem Inglês para garantir o multilinguismo – que, desde janeiro, é uma pasta autónoma no seio da Comissão Europeia. é também necessário que os cidadãos da UE se transformem em poliglotas com não menos do que três línguas na ponta da língua, a materna e duas estrangeiras.

A Comissão Europeia resume assim as vantagens: os cidadãos que falam mais línguas têm mais facilidade em circular, maior empregabilidade e integram-se melhor noutros países e culturas. “Uma língua estrangeira é um espaço privilegiado para promover a interculturalidade e para preparar os alunos para o exercício da cidadania”, defende Teresa Pinto de Almeida, a professora de Inglês a quem o Ministério da Educação atribuiu o prémio Carreira.

1.º e 2.º anos estreiam Inglês

Portugal chegou tarde – um atraso de 20 anos, pelo menos, diz o presidente da Associação Portuguesa de Professores de Inglês (APPI), Alberto Gaspar – ao mundo em que, aos mais pequenos, são também ensinadas, na escola, formas diferentes de dizerem as mesmas coisas.

Este é apenas o terceiro ano letivo em que o inglês está a ser ensinado nas escolas oficiais do 1.º ciclo. Nos primeiros dois anos, foi proposto aos alunos dos 3.º e 4.º anos. Em 2007/2008, está a estender-se a aprendizagem aos dois primeiros anos, diz Jorge Pedreira.

O secretário de Estado subscreve os argumentos em prol do multilinguismo e dá de barato que o ensino de Inglês é um “requisito obrigatório” no mundo de hoje. Ficar por aqui é, portanto, ficar nos primórdios da questão, mas ele não tem dúvidas sobre o seguinte: “Sem termos o Inglês consolidado, não vamos avançar com a introdução de outra língua. Se fizéssemos isso, corria-se o risco de não se ficar a saber nem uma língua, nem outra”.

Através de protocolos com autarquias, institutos de línguas, associações de pais e outras entidades, o Inglês está hoje “presente em 98 por cento” das escolas do ensino básico. Confirmado o “sucesso” da cobertura, falta agora avaliar a qualidade da aprendizagem, diz Jorge Pedreira.

Alberto Gaspar adianta que o processo já se iniciou através da observação de aulas por parte de técnicos do Ministério da Educação e da APPI: “A amostra dá para compreender que a situação não é a que desejaríamos para se levar a sério o ensino do Inglês”.

Apesar de se ter congratulado com a medida, que tem ajudado a implementar, a associação está particularmente preocupada com a formação dos professores que estão a dar aulas aos mais novos. E está “frontalmente contra” o carácter extracurricular que foi dado ao ensino de Inglês no primeiro ciclo. Devido a esta característica portuguesa, frisa Alberto Gaspar, as aulas não são de frequência obrigatória e o Inglês sai menorizado por comparação com outras componentes curriculares.

Ao nível curricular, em Portugal a oferta só se inicia no segundo ciclo do ensino básico (5.º e 6.º anos) e apenas com uma língua; no 3.º ciclo (7.º, 8.º e 9.º anos), é obrigatória a aprendizagem de duas línguas; no secundário (10.º, 11.º e 12.º anos), a presença de idiomas estrangeiros encontra-se dependente das opções seguidas, ou seja, não é obrigatória para todos os alunos deste ciclo.

Para seguir as orientações da UE, será não só necessário oferecer mais línguas, como tornar o seu ensino obrigatório, o que implicará uma nova reforma curricular. Como as escolas ainda se estão a adaptar à última leva das muitas reformas de que o ensino em Portugal tem sido alvo, Jorge Pedreira considera que é “prematuro” pensar agora noutra. O responsável defende, contudo, que o novo quadro linguístico deve ser equacionado na próxima reforma curricular.

Irlandeses são os piores

Para o conjunto da União, o balanço feito pela Comissão Europeia é positivo. “Quarenta por cento dos cidadãos da UE entre os 15 e os 24 anos já são capazes de falar pelo menos duas línguas estrangeiras, o que mais do que duplica a percentagem no grupo dos 55 anos”, disse ao P2 o comissário europeu Leonard Orban, responsável pelo Multilinguismo, que, em janeiro, passou a pasta autónoma.

O último Eurobarómetro sobre competências linguísticas – Os europeus e as suas línguas – foi realizado em dezembro de 2005. Nessa altura, entre os cidadãos da UE com idade igual ou superior a 15 anos, eram 28 por cento os que diziam ter conhecimentos suficientes para manter uma conversa em duas línguas estrangeiras.

Mas bastará ter aulas para se aprender uma língua? Num plano de ação para 2004/2006 em prol da diversidade linguística, a CE chamava a atenção para o seguinte: “A aprendizagem precoce das línguas só oferece vantagens significativas se os professores tiverem sido formados especificamente para ensinarem línguas a crianças pequenas, se as turmas forem suficientemente reduzidas, se existirem materiais didáticos adequados e se o tempo letivo for suficiente”.

Para 65 por cento dos cidadãos da UE, a escola foi o território por excelência desta aprendizagem. Portugal é uma das grandes exceções: apenas 31 por cento disseram que aprenderam outras línguas na escola. Este xeque-mate ao ensino em Portugal não é exclusivo das línguas, argumenta Alberto Gaspar: “é o que acontece também com a Matemática ou o Português. Termina-se a escolaridade obrigatória próximo do zero”.

Jorge Pedreira admite que existe um problema de “consolidação” das línguas, o que reforça, segundo ele, a necessidade de uma avaliação frequente da qualidade da aprendizagem. De modo a que o aluno sai da escola com algo mais do que uns “conhecimentos gerais”.

Também no final de 2005, 56 por cento dos cidadãos da UE afirmavam-se capazes de manter uma conversa numa língua estrangeira. Em Portugal, a situação era a inversa: 58 por cento disseram que só conseguiam falar Português.

Só três países nos ultrapassaram nesta “deficiência”: Irlanda (66 por cento), Reino Unido (62 por cento) e Itália. Nos dois primeiros, o ensino de línguas estrangeiras continua a não ter carácter obrigatório. Orban diz que tem sido difícil motivá-los.

“Donos” da que é ainda a língua internacional por excelência, ao contrário dos portugueses, eles não terão dificuldade em comunicar com uma parte importante do mundo, mas perderão de igual modo uma boleia para outras paragens.

Inglês condenado a prazo

No mundo, o Mandarim ditará cartas; na Europa, voltam o Alemão e o Francês.

Um dos resultados do atual boom chinês, segundo várias projeções: em 2050, o Inglês terá perdido, a favor do Mandarim, a sua posição hegemónica enquanto língua internacional. O novo comissário europeu para o multilinguismo, Leonard Orban, chama a atenção para o seguinte: fruto de uma aposta das autoridades de Pequim, são também cada vez mais os chineses que estão a aprender línguas europeias, mas os europeus continuam, na sua grande maioria, a ignorar o Mandarim.

Por enquanto, na UE, o Inglês continua a ser a língua estrangeira mais falada (38 por cento dos cidadãos europeus dizem conseguir fazê-lo), mas, enquanto língua materna, já perdeu terreno para o Alemão. Um estudo do Laboratoire Européen d”Anticipation Politique (LEAP), responsável pelo site Europe 2020, confirma-lhe a decadência a prazo: dentro de uma geração, o Inglês estará reduzido à sua condição de língua veicular (língua internacional), cada vez mais pobre em vocabulário à medida que for diminuindo o número dos que o têm como idioma de origem.

O LEAP frisa que isso já está a acontecer. Nos EUA, devido sobretudo ao crescimento demográfico da comunidade hispânica. No Reino Unido e na Irlanda, por força do ressurgimento das línguas independentistas. Em alta, no futuro próximo, estará o Alemão. Mas também, de novo, o Francês, em grande parte devido a um forte crescimento demográfico. Na UE de hoje, encontram-se em segundo lugar enquanto língua estrangeira mais falada (14 por cento). Com seis por cento de adeptos, o Espanhol e o Russo são os outros idiomas mais conhecidos na União Europeia. Outras projeções: em 2025, o Espanhol será uma das línguas europeias internacionais, enquanto o Russo confirmará o seu lugar enquanto idioma veicular da Europa eslava.

Como ser o professor ideal

Público | 2007-11-21

Artistas, cientistas, escritores, atletas e alunos. Para todos há prémios de excelência. O Ministério da Educação quis juntar mais uma profissão à lista e criou um concurso para professores. Estes são os primeiros vencedores.

Pode ser a primeira e mais óbvia das condições, mas dominar a matéria que se está a dar já não é suficiente para se ser um bom professor na escola de hoje. Dentro de uma sala de aula que passou a receber todo o tipo de alunos, dos que querem lá estar aos que só desejariam sair de lá para fora, exige-se muito mais. Paciência, determinação, capacidade de ensinar alunos diferentes de maneiras diferentes. é preciso respeitar e ganhar a confiança dos alunos, dizem especialistas, docentes e estudantes.

“Há pessoas que vão para a profissão porque gostam de ensinar mas depois não têm jeito”, sublinha Filipe Valeriano, 17 anos, aluno da Escola Secundária de Castro Verde. “Sabem a matéria, mas transmitir a matéria tem muito que se lhe diga.”

Excelente aluno a Matemática – ganhou uma medalha nas quatro olimpíadas em que participou – Valeriano diz que se há coisa que o aborrece é quando, perante uma dúvida de um aluno, o professor não consegue arranjar formas alternativas de explicar e o problema fica por resolver.

Conhecimento científico, persistência e insatisfação permanente com o trabalho é a receita defendida por Isabel Rocha, professora na Escola Superior de Educação de Leiria. Se há alunos que até dizem ao professor para não se preocupar porque já desistiram da disciplina, “ele tem de ter a paciência e a teimosia de querer inverter a atitude negativa do jovem”.

E a exigência tem também de existir para consigo próprio, continua Rocha. “Um professor não se pode acomodar. Tem de investir no seu conhecimento e sentir sempre alguma insatisfação com o seu trabalho. No final do dia, não basta pensar se deu toda a matéria. é preciso ver o que os alunos aprenderam.”

Parece simples mas não é, diz Lucília Salgado, também ligada à formação de professores, na Escola Superior de Educação de Coimbra: “Um bom professor é aquele que em todas as situações, das mais adversas às mais facilitadas, consegue envolver-se na aprendizagem dos alunos.” O problema, diz, é que há toda uma “pedagogia burocrática” que dificulta o que deveria ser uma tarefa basilar. “O professor tem de dar o programa, ninguém lhe diz que tem de ensinar. Há muitos que chegam à escola, sumariam as matérias, cumprem as regras e não se envolvem na aprendizagem. Se há estudantes que têm problemas, continua-se a dar o programa na mesma, como se estivessem todos no mesmo nível. Há um discurso instalado que diz que se os alunos não aprendem é porque a culpa vem de trás. O bom professor é aquele que contraria isto, muitas vezes à revelia dos colegas e da administração da escola.”

“Ter uma esperança desmedida na educabilidade de cada ser humano e tudo fazer, com otimismo e perseverança, para o tornar possível a todos”, é também uma das características apontadas por Joaquim Azevedo, ex-secretário de Estado da Educação e diretor da Universidade Católica do Porto.

A verdade é que a escola mudou e com isso também o professor. “Quem leva 100 por cento de crianças para a sala de aula não pode esquecer que também para lá transporta todos os problemas sociais desses estudantes. Esta dificuldade de vida de muitos alunos é um desafio permanente para os professores”, lembrou Daniel Sampaio, presidente do júri do Prémio Nacional de Professores, durante a cerimónia em que foram anunciados, na semana passada, os vencedores deste primeiro concurso, organizado pelo Ministério da Educação.

Por isso, acredita o psiquiatra, ao professor de hoje exige-se mais do que “instruir”. “Tem de servir de exemplo, fomentar o reconhecimento do outro, lutar contra a discriminação, ajudar a compreender o mundo. Tem de trabalhar com alunos e em equipa com outros professores.”

Há quem acrescente à lista a capacidade de estabelecer uma relação de confiança com os jovens. “No início pensava que se tratava apenas de uma relação profissional. Mas fui-me apercebendo que o lado afetivo é muito importante. é preciso que os miúdos sintam que está ali alguém que gosta deles”, defende Nuno Santos, professor no Agrupamento de Escolas da Vialonga (Vila Franca de Xira).

Numa altura em que muito se fala de crise de autoridade e perda de prestígio do professor, Joaquim Azevedo deixa o apelo. “A sociedade e os governantes não podem desautorizá-los todos os dias e tomar os que não cumprem como a norma da profissão. Quatro professores receberam um prémio especial.” Falta, diz, “apoiar muito mais e melhor” quem faz bem e penalizar “quem não se dedica e brinca com a profissão”.

Subsídio de transporte e alimentação para alunos do ensino profissional em janeiro

Público | 2007-11-17

Ministra garante que a atribuição de computadores a custos reduzidos vai abranger professores contratados e do privado.

Os alunos que estão inscritos em cursos profissionais, tanto do ensino público como privado, vão ter direito a um subsídio de transporte e alimentação já a partir de janeiro. O anúncio foi feito ontem pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, em declarações aos jornalistas, à saída da comissão parlamentar destinada a discutir o orçamento deste setor para 2008. O Governo está ainda a estudar outro tipo de auxílios, designadamente durante os estágios curriculares.

A medida insere-se na política de reforço dos apoios à frequência do ensino secundário, que passa ainda pelo alargamento dos limites a partir dos quais os alunos podem candidatar-se à ação social escolar.

Ao longo de mais de duas horas, ministra, secretários de Estado e deputados da oposição esgrimiram números, apresentando versões radicalmente diferentes dos gastos do Governo. “Aquilo que parecia uma segunda lua de mel do PS com a educação resulta num crescimento do orçamento [de quase seis mil milhões de euros, a segunda maior despesa por ministério] de zero por cento”, criticou Ana Drago, do Bloco de Esquerda.

“Com este orçamento conseguimos fazer todos os investimentos necessários”, contrapõs a ministra da Educação, garantindo que todos os programas já lançados vão continuar e ser aprofundados.

A atribuição do acompanhamento de alunos com necessidades educativas especiais a professores de Eletrotecnia ou de Português que não têm horário letivo foi umas das questões a levantar mais polémica. O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, lembrou que foi o Governo que criou um grupo específico de quase cinco mil docentes especializados e explicou que, na falta de mais recursos, houve necessidade de colocar outros professores. “Tal como sempre aconteceu no passado”, frisou, afirmando não ter recebido uma única queixa de qualquer pessoa nesta situação. Da parte do Governo ficou ainda a garantia de que o programa eEscolas, que prevê a atribuição de computadores e Internet de banda larga a custos reduzidos aos alunos do 10.º e a todos os docentes, abrangerá professores contratados e do sistema privado.

Dez anos depois, a leitura de livros só aumentou sete por cento

Público | 2007-10-23

José Sócrates anunciou investimento de cinco milhões de euros para que todas as escolas tenham biblioteca escolar até ao final do ano letivo.

Os portugueses estão a ler mais do que há dez anos atrás. Leem mais jornais, revistas e livros, mas ainda assim não leem o suficiente quando se compara com outros países europeus. Em dez anos, o número de leitores de livros aumentou sete por cento e o de jornais quase 20 por cento, diz o estudo A Leitura em Portugal que será hoje divulgado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, no âmbito do congresso de avaliação do Plano Nacional de Leitura (PNL).

Este ligeiro aumento do número de leitores ainda fica “aquém” do espectável, considera a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues. Por isso, o Governo vai continuar a investir quer no PNL, quer na rede de bibliotecas escolares.

O investimento foi anunciado pelo primeiro-ministro José Sócrates: até ao final do ano letivo, todas as escolas do ensino básico estarão integradas na rede de bibliotecas escolares, o que implica um investimento de cinco milhões de euros, noticia a Lusa.

O Ministério da Educação vai investir 1,5 milhões de euros no apetrechamento de bibliotecas com livros, e as autarquias investirão outros 1,5 milhões de euros com o mesmo fim. A rede de bibliotecas nas escolas básicas vai ser concluída com a construção de 130 novos espaços e em 17 secundárias serão renovadas as bibliotecas. Nos últimos dez anos, foram criadas 1880 bibliotecas, 847 no 1.º ciclo e 1033 nos restantes, tendo sido investidos 33,5 milhões em recurso técnicos e docentes.

Maria de Lurdes Rodrigues elogiou o trabalho do Gabinete de Bibliotecas Escolares, com poucos recursos humanos e sob a “liderança segura” de Teresa Calçada, desde que foi criado, há dez anos. “Dou os parabéns à coordenadora, mas também ao ministro da Educação de então [Marçal Grilo] e aos seguintes, que foram respondendo pela política educativa”.

Para José Sócrates, as bibliotecas “favorecem o acesso de todos aos livros e à leitura, a escola fica mais completa e serve melhor os alunos e, se forem organizadas segundo um padrão nacional, reduzem as desigualdades e as assimetrias”.

Bibliotecas em meio rural

Fazendo referência a um dos estudos que serão hoje apresentados, Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, diz que as bibliotecas escolares têm maior importância nos meios rurais, provavelmente porque nos urbanos há mais recursos. Contudo, segundo o inquérito aos Hábitos de Leitura da População Escolar, a importância da biblioteca escolar vai diminuindo à medida que os alunos vão crescendo em idade e exigências de leitura.

Os estudantes vão à biblioteca para procurar livros, mas o seu número diminui drasticamente do 2.º ciclo para o secundário, onde apenas 12 por cento dizem recorrer àquele espaço para esse efeito. A biblioteca serve também para preparar trabalhos escolares. Para isso, é procurada por 35 por cento dos alunos do 2.º ciclo, 23 por cento do 3.º e 21 por cento do secundário. Em sentido contrário sobe o uso da Internet, que é mais procurada pelos do secundário (22 por cento).

Também o estudo A Leitura em Portugal, coordenado por Maria de Lourdes Lima dos Santos, do Observatório das Atividades Culturais, sobre os hábitos de leitura dos portugueses, se debruça sobre o uso da biblioteca. No universo de 2552 inquiridos, foi criada uma subamostra de 737 pais e encarregados de educação que dizem que, em 36,5 por cento dos casos, os seus filhos nunca frequentaram a biblioteca escolar e 50,6 nunca foram à biblioteca municipal. Porque não o fazem? Porque têm outras maneiras de aceder aos livros, respondem.

No entanto, os que frequentam consideram que a biblioteca pode estimular a leitura dos filhos de várias formas porque tem uma seleção adequada de livros para as suas idades, oferece condições para desenvolver trabalhos escolares e tem um ambiente atrativo.

No entender de Isabel Alçada, ainda há muito trabalho a fazer, porque “a leitura não é só para a escola, mas é essencial para a vida”, conclui a coordenadora do PNL.

Estudantes crescem e tornam-se leitores menos entusiasmados

Gostam de ler. Não o fazem só por obrigação escolar, mas porque gostam de livros de aventuras, banda desenhada… E romances, dizem os mais velhos. As raparigas parecem gostar mais do que os rapazes, para quem a leitura é um aborrecimento.

Ao contrário do que diz o senso comum, os estudantes não são tão maus leitores quanto isso. Leem, gostam de ler e não leem pouco, diz o estudo sobre os Hábitos de Leitura da População Escolar, coordenado por Mário Lages, da Universidade Católica Portuguesa, que é hoje apresentado na Fundação Gulbenkian, em Lisboa.

é no 2.º ciclo, quando os estudantes estão no 5.º e no 6.º anos, que aparentam ser leitores mais entusiasmados. Leem livros juvenis, de aventuras, banda desenhada, mas gostam menos de romances. São os mais velhos, os alunos do secundário, quem dedica mais tempo a este género literário.

Se, no 2.º ciclo, nove em cada dez alunos dizem que gostam de ler, no secundário apenas três em cada dez confessam “gostar muito”, revela o inquérito do Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa da Católica. A análise foi feita com base em cinco inquéritos realizados a cerca de 24 mil alunos do 1.º ao 12.º anos, em Portugal continental, no final de 2006 e princípio de 2007.

“é nos primeiros anos que se formam atitudes e comportamentos face à leitura, os quais irão condicionar em grande medida o futuro gosto de ler”, escreve-se no capítulo das conclusões. E embora, nos primeiros anos, além da leitura, as crianças tenham outras atividades muito diversificadas que combinam o físico e o intelectual, o que se observa é que, 61 por cento dos meninos dos 3.º e 4.º anos confessam que “gostam muito” de ler. é no 2.º ciclo, quando já sabem ler bem e compreender o que está escrito, que os alunos se entusiasmam com a leitura: 90 por cento diz “gostar muito ou assim-assim de ler” – é a percentagem mais elevada dos quatro níveis de ensino. Apenas quatro por cento não dedicam nenhum tempo diário à leitura de livros não escolares, jornais ou revistas. Os pré-adolescentes manifestam uma atitude positiva e associam à leitura conceitos como “imaginação, aprendizagem, diversão, prazer e utilidade”.

Contudo, estes dados são vistos com alguma precaução pela equipa de Mário Lages, que considera as respostas dos alunos um pouco inflacionadas. “Estes alunos já entendem qual o papel do inquirido e o que dele é esperado”, justifica. No entanto, cabe à família, à escola e ao grupo de pares não deixar esmorecer o entusiasmo que sentem por um “novo mundo”, recomenda o estudo.

Chegados ao 3.º ciclo, os valores caem: há 29 por cento dos inquiridos que dizem “gostar pouco ou nada de ler”. Quase 3/4 não leram outros livros que não os escolares, mais de metade não tinha lido sequer os escolares e cerca de um terço não leu jornais ou revistas, no último ano. E o desinteresse vai crescendo à medida que passam de ano, ou seja, é maior no 9.º do que no 7.º ano.

No caso do ensino secundário, verifica-se um movimento inverso: o gosto cresce quase exponencialmente dos que desejam ficar pelo 12.º ano até aos que pretendem chegar ao doutoramento, revela o inquérito. Portanto, são estes últimos que mais gostam de ler. No secundário, 29 por cento dizem que “gostam muito” de ler e, entre estes, há cinco por cento que se confessam viciados na leitura.

Em todos os ciclos, as raparigas revelam-se mais interessadas na leitura do que os rapazes e despendem mais tempo com esta atividade. Para elas, ler está a associado ao desejo de conhecer coisas novas, de aprender e de se divertir; para eles, é um aborrecimento, fazem-no com esforço, por dever e consideram que é uma inutilidade.

As crianças e jovens gostam de falar sobre o que leem com a mãe (46 por cento), um amigo (41 por cento), os irmãos (26 por cento), o pai (25 por cento), o professor (oito por cento) e o bibliotecário (2 por cento). A intervenção da família revela-se importante. O estudo mostra que são os pais com maior escolaridade que inculcam o gosto e o hábito de leitura aos mais novos.

Dois em cada três estudantes diz ter entre 20 a 100 títulos e apenas nove por cento referem ter mais de 500 livros. O estudo aponta que o não gostar de ler resulta de uma ausência de livros em casa, mas também de incentivo, de utilização de espaços de leitura e troca de livros.

Os professores têm um papel importante, sobretudo junto dos alunos de famílias com menos recursos e nos meios rurais, “possivelmente” onde há menor oferta cultural.

Plano Nacional de Leitura “globalmente positivo”

A maioria das escolas inquiridas (77 por cento) considera escasso o tempo e os recursos disponíveis para aplicar o PNL.

O balanço do Plano Nacional de Leitura (PNL) é “globalmente positivo”, sobretudo no que diz respeito à adesão das escolas e autarquias. Todos os atores envolvidos são da opinião que o projeto deve continuar, apontam os resultados da Avaliação Externa do PNL, feita pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (CIES/ISCTE), coordenado por António Firmino da Costa. O estudo é hoje apresentado na Gulbenkian, em Lisboa.

A adesão das escolas ao PNL é positiva: 7500 (incluindo jardins de infância e escolas de 1.º e 2.º ciclos), o que corresponde a um milhão de crianças envolvidas. Também as bibliotecas públicas estão a trabalha projetos de promoção da leitura. Do ponto de vista financeiro, 676 escolas receberam reforço de orçamento para comprar livros para ler na sala de aula, num valor de cerca de um milhão e meio de euros. Cerca de 150 autarquias estabeleceram protocolos para apoio das escolas dos seus concelhos.

O CIES/ISCTE fez um inquérito a que responderam mais de 35 por cento das escolas. Para 83 por cento das inquiridas, o PNL é positivo para reforçar a promoção da leitura, nomeadamente na sala de aula.

A adesão dos alunos às atividades é avaliada como “forte ou muito forte” nos vários níveis de ensino. No inquérito, as escolas respondem que as atividades foram “muito favoráveis” ao incremento de práticas de leitura dos alunos, do seu interesse e das suas competências. Em cerca de 70 por cento, os professores terão notado progressos “parciais” dos alunos no domínio da leitura.

Mas os inquiridos também enunciam dificuldades. A saber: o tempo e os recursos disponíveis, que são considerados por 77 por cento das escolas como escassos. O CIES/ISCTE fez ainda estudos de caso em 17 escolas, 14 bibliotecas escolares, sete públicas e oito câmaras municipais. Nestes, os aspetos menos positivos que apontam são os atrasos na comunicação de iniciativas, críticas às listas de livros e a não inclusão de algumas escolas nos apoios financeiros.

E como é que o público em geral acompanha o PNL? Mais de metade dos inquiridos com ensino superior já ouviu falar (53 por cento), mas, à medida que a escolaridade diminui, decresce o número dos sabem o que é. Apesar disso, a opinião é unânime: um plano destes é “importante, ou mesmo muito importante, para desenvolver os hábitos e as capacidades de leitura dos portugueses”.

Plano Nacional de Leitura com balanço positivo

Público | 2007-10-22

Falta comunicação entre o projeto e as escolas. A comissária Isabel Alçada quer voluntários a trabalhar com crianças.

O balanço do primeiro ano de Plano Nacional de Leitura (PNL) foi feito no final de maio e “foi positivo”. Mais crianças do pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos envolvidas em atividades de leitura, mais projetos de promoção da leitura em bibliotecas públicas e escolares, protocolos com fundações e associações… Agora é tempo de falar de avaliação e perceber o que está a mudar nos hábitos de leitura dos portugueses em geral e dos alunos em particular. é também tempo de avaliar o próprio projeto. Hoje e amanhã, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, vai discutir-se a Leitura em Portugal: desenvolvimento e avaliação.

Os ecos da avaliação externa do PNL são “positivos”, declara Isabel Alçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, um programa tutelado pelos ministérios da Educação, da Cultura e dos Assuntos Parlamentares. “A avaliação é francamente positiva, mas temos de melhorar a comunicação com as escolas e bibliotecas. Temos de trabalhar mais em conjunto e numa comunicação em tempo real”, admite.

Desde o início do PNL, que se tem procurado trabalhar com base numa “rede sólida de análise dos projetos”, ou seja, a comissão partiu da premissa que os portugueses leem pouco e procurou “identificar o que já tinha sido estudado e avaliado e aplicar projetos que já tivessem dado resultados seguros”, conta Isabel Alçada, professora do ensino superior e autora de livros para um público infantil e juvenil.

Os resultados mais visíveis do PNL foram o “envolvimento” de professores e famílias, mas também de outros parceiros como as autarquias e as fundações. “Há um ambiente social muito recetivo à ideia da leitura”, analisa.

O público-alvo do PNL “são todos os cidadãos portugueses”, mas o plano tem privilegiado os estudantes, sobretudo os mais novos. “Quanto mais cedo adquirirem competências de leitura, maior é a eficácia nas suas vidas, porque ler não é só para a escola, mas para toda a vida”, diz Isabel Alçada.

Uma das faces mais visíveis do PNL são as listas de livros para cada idade e os selos com o logótipo “Ler +” colados nas capas dos livros. A escolha das obras, que estão nas listas, disponíveis na Internet, é feita por uma comissão que analisa se os livros contêm erros e indicam títulos que possam ter interesse para cada ano de escolaridade e com diferentes graus de dificuldade.

O PNL apoia financeiramente as escolas na compra dos livros, mas não indica quais os que devem ser comprados. “O professor trabalha melhor com os livros que o encantam. Somos contra cânones ou imposições, mas damos os instrumentos de apoio”, afirma a comissária.

Até agora, o PNL tem-se revelado um programa “económico”, pois tem tido diversos apoios, congratula-se Isabel Alçada. A próxima aposta é no firmar acordos com organizações da sociedade civil que promovam o voluntariado. “Gostaríamos que na área da leitura surgissem projetos, por exemplo, de tutoria de leitura ou de acompanhamento de grupos de crianças nas bibliotecas por voluntários, como acontece noutros países”, sugere.

Através da avaliação já feita é possível afirmar que “houve uma evolução”, mas ainda há muito caminho a percorrer. “Nos próximos dez anos temos de continuar a avançar o mais rápido que nos for possível”, conclui.

Livros nos consultórios

O médico que prescreve leitura a partir dos seis meses

Os livros de cartão, de pano e de espuma estão no mesmo armário onde se guardam as espátulas, o termómetro e outros objetos médicos necessários à consulta. é que os livros também são “instrumentos de trabalho”, explica o médico de família Rizério Salgado. E são prescritos desde os seis meses.

Brevemente, a Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral (APMCG) vai assinar um protocolo com o Plano Nacional de Leitura (PNL) para que mais profissionais de saúde possam recomendar a leitura aos seus pacientes, antes mesmo de chegarem ao pré-escolar. Para Rizério Salgado, do núcleo de saúde infantil da APMCG, os médicos de família são os profissionais “mais bem posicionados para promover a saúde e o livro é um instrumento que lhes permite fazer bem o que de melhor sabem fazer, que é prevenir a doença”, defende.

Com o acordo com o PNL, a associação chega a um público que não está ainda coberto, o dos seis meses aos três anos de idade. O projeto da APMCG consiste em fazer formação para médicos, dar informação aos pais e põr livros nos centros de saúde.

No seu trabalho, Rizério Salgado tem tido a preocupação de promover o livro junto dos pais. O médico não quer põr as crianças a ler aos seis meses, mas defende que estas devem saber pegar num livro e usá-lo como o boneco ou o brinquedo de que mais gostam. “O livro como objeto de afeto, que faz parte do quotidiano e que se aprende a utilizar como se aprende a vestir ou a usar os talheres”, explica.

O médico de família olha para o livro como um “cuidado antecipatório” que vai ajudar na adesão à escolaridade e no reforço da aprendizagem, mas também na relação entre a criança e o adulto. Por exemplo, quando está perante uma família com “pais mais esquecidos das crianças” prescreve 15 minutos de leitura por dia.

Além disso, o livro permite falar de temas traumáticos como a doença, o divórcio, a discriminação ou a morte e podem ser usados como “terapia de prevenção de uma crise”.

A investigação médica, sobretudo norte-americana e inglesa, prova que a leitura faz bem à saúde. Aliás, que a educação faz bem, pois quanto maior a escolaridade, maior a probabilidade de sobrevivência. “Na promoção da leitura precoce estamos a estimular a saúde futura de toda a gente”, conclui Rizério Salgado.

Prémio de Matemática para professora de Coimbra

Público | 2007-09-08

A Sociedade Portuguesa de Matemática atribuiu ontem, em Coimbra, à professora Isabel Martins o Prémio Pitágoras, que se destina a distinguir, a nível nacional, docentes que apostem na “originalidade” e na “eficácia” dos seus métodos de ensino. A galardoada com o primeiro prémio ensina Matemática há 34 anos, na EB 2/3 Dr.ª Maria Alice Gouveia em Coimbra.

“Uso várias metodologias, porque os alunos são todos diferentes. Mas utilizo muito as novas tecnologias. Uso o programa de geometria dinâmica e o quadro interativo, que faz com todos queiram ir ao quadro”, declarou a professora de 56 anos.

O presidente do júri, Sampaio Martins, explicou ao Público que as candidaturas não foram propostas pelos próprios docentes, mas sim por colegas ou alunos, e só depois é que o júri percorreu o país, fez entrevistas, assistiu a aulas e analisou currículos. “Todos os escolhidos são professores competentes que, independentemente do processo inovador, conduzem os alunos ao maior sucesso possível”, afirmou.

Para além do prémio atribuído a Isabel Martins, no valor de 10 mil euros, cinco dos quais a usar em formação, foram também atribuídas três menções honrosas, no valor de mil euros, aos professores Rosa Canelas (Coimbra), Nuno Fernandes (Monte Redondo) e Sandra Campelos (Vila Nova de Gaia).

Governo reforçou ação social escolar no ensino secundário

Público | 2007-08-30

A comparticipação do Estado destinada à compra de manuais escolares para as famílias mais carenciadas com filhos no 10.º, 11.º ou 12.º anos subiu 27,7 por cento. Bolsas para evitar abandono é que não avançam este ano.

Ontem, dia em que as associações de pais reagiram violentamente contra a subida de preços dos livros escolares, o secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, garantiu ao PúBLICO que os apoios às famílias com menos recursos vão continuar a ser reforçados. Já este ano foi estabelecida “uma definição mais generosa de família carenciada”. E mais alunos vão ser apoiados a partir de setembro. Os estudantes mais pobres do ensino secundário, por exemplo, veem o montante das comparticipações para compra de manuais aumentar 27,7 por cento. Para além disso, nos 6.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade quem está no escalão mais baixo de rendimentos já tem direito a um apoio que cobre a totalidade dos custos dos livros, explica o governante.

O despacho que define as capitações que dão acesso aos apoios do Estado foi publicado em Diário da República na sexta-feira. E trouxe inovações. “No ano passado, os alunos do secundário tinham que ter um rendimento inferior para beneficiar de apoio”, explica Pedreira.

Este ano, as capitações são, pela primeira vez, iguais para o básico e secundário. Assim, no escalão A, aquele que dá direito a apoios maiores, estão as famílias com rendimentos per capita mensais de até 172,60 euros. No escalão B encontram-se as que auferem rendimentos per capita entre os 172,61 e 214 euros.

Pedreira lembra que no ano passado, os alunos do secundário só podiam ter acesso aos apoios previstos para o 1.º escalão se integrassem agregados com rendimentos que não superassem os 130 euros. Ou seja, “houve um aumento de 33 por cento na capitação [para os alunos do secundário]”. E “muito mais famílias vão ser abrangidas”.

O objetivo é aumentar a frequência do ensino secundário porque “o Governo entende que este deve ser o nível de qualificação de referência para a população portuguesa”. Face às elevadas taxas de insucesso e abandono registadas, o Executivo já tinha admitido há meses que poderia vir a reforçar os apoios a estes alunos, o que aconteceu.

Mas ainda não será este ano, como chegou também a ser admitido, que avançam as bolsas de estudo para travar o abandono precoce da sala de aula para o mercado de trabalho.

150 milhões de euros

De acordo com o despacho – que já era do conhecimento das escolas, que têm estado a analisar os processos das famílias que já concorreram aos apoios -, têm acesso a auxílio económico os alunos do ensino básico, secundário e recorrente noturno que pertencem aos escalões A e B. Estão também previstas isenções de propinas e outro tipo de taxas, bem como comparticipações nas refeições e nas atividades curriculares (que são de cem por cento no escalão A).

No caso de um aluno do secundário que esteja no escalão A, a comparticipação do Estado para compra de livros escolares vai até aos 115 euros – um montante que cobre entre “dois terços e três quartos das despesas”, diz o secretário de Estado. A este bolo acrescem 11,50 euros para material escolar, ou seja, o auxílio económico previsto para manuais e material escolar é de 126,50 euros, mais 26,5 por cento do que no ano passado.

Já no ensino básico os aumentos nos auxílios são mais modestos: no 2.º ciclo, por exemplo, um aluno do Escalão A recebe 94 euros para livros e mais 10 para material, mais 4,5 por cento apenas do que no ano passado porque, diz Pedreira, o valor médio do cabaz dos manuais para o 5.º e 6.º ano já é idêntico ao da comparticipação. “Aliás, no 6.º ano, onde o cabaz médio custa 77 euros, a comparticipação, de 94 euros, já excede o custo dos manuais”.

No 3.º ciclo o aumento das comparticipações para livros oscila entre os 17,5 por cento (no Escalão A) e os 21,8 por cento (para o escalão B).

Estima-se que quase 214 mil alunos sejam abrangidos por apoios destinados a comprar livros. Aliás, “os custos com a ação social escolar no seu todo deverão sofrer este ano letivo um acréscimo de 6,5 milhões de euros”, perfazendo um total de 150 milhões de euros, já incluindo os custos com as refeições dos alunos do 1.º ciclo – nos primeiros quatro anos de escolaridade o apoio às famílias mais carenciadas é da competência das autarquias, mas as refeições são comparticipadas pelo ministério.

O objetivo é continuar a reforçar os apoios. E em 2009/2010 comparticipar a totalidade dos custos dos manuais do básico para as famílias carenciadas.

Novas regras para os livros escolares

Manuais livres de páginas para exercícios e a vigorar durante seis anos já a partir de 2008/2009

Os manuais escolares do 9.º ano que no próximo ano letivo chegarão às mãos dos alunos terão uma duração de pelo menos seis anos – com a exceção dos de Português e de Matemática, disciplinas que em 2010/11 verão os seus currículos alterados.

Também deixará de haver espaços para exercícios, o que permitirá que o mesmo manual seja usado de um ano para o outro. Tal só não acontecerá nos livros para o 1.º e 2.º anos do básico e nas línguas estrangeiras.

As duas medidas fazem parte da aplicação da nova lei dos manuais escolares, publicada em agosto do ano passado. Editores e Ministério da Educação já chegaram a acordo sobre uma série de questões relacionadas com o que falta ainda regulamentar. Uma delas tem a ver precisamente com o calendário em que os livros dos diferentes anos de escolaridade, obedecendo às novas regras, serão adotados. “Acordámos um calendário até 2019/20 para as adoções. A ideia é que haja um horizonte para que os editores saibam já com o que podem contar”, até porque há alterações curriculares previstas para os próximos anos, diz o secretário de Estado adjunto e da Educação, Jorge Pedreira.

Com a aplicação da lei, e o fim dos exercícios nas folhas dos livros, Pedreira, acredita que as famílias vão poupar dinheiro. A vigência dos manuais durante seis anos – em vez de três – também permitirá poupança. Mas os editores continuam a não estar convencidos com esta medida. Vasco Teixeira, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, considera que ela “representará muito pouco em termos económicos para as famílias”. E receia que, em várias disciplinas, “os manuais se tornem desatualizados”.

Os critérios de certificação dos manuais que decorrem da nova lei também têm sido negociados com os editores. A legislação prevê que comissões de peritos ou entidades especialmente acreditas para o efeito passem a avaliar os livros. Mas também este processo continua a suscitar reservas a Vasco Teixeira, que acredita que o novo regime de certificação “é demasiado centralizado e controlador, sem paralelo noutros países da Europa, que confiam mais nos professores e nas escolas para a escolha dos manuais”.

Pais contra aumento dos livros

“é um verdadeiro disparate que vai penalizar as famílias com filhos”

A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) considera “lamentável e preocupante” que nos anos letivos 2008/09 e 2009/10 os manuais do ensino básico sofram um aumento superior ao da taxa de inflação. E a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) acusa mesmo o sistema educativo de “estar ao serviço da indústria educativa”.

Tal como foi ontem noticiado pelo PúBLICO, os editores e o Governo acordaram uma nova convenção de preços para os manuais. Este ano, os livros já estão a ser vendidos a um preço que, em média, subiu 3,1 por cento em relação a 2006. E nos próximos dois anos, os manuais do 1.º ciclo sofrerão um agravamento que será equivalente à taxa de inflação mais três por cento. Os dos 2.º e 3.º ciclos serão alvo de um aumento 1,5 por cento superior à inflação.

“Os próximos dois anos vão ser mais dois anos de aumento de custos na educação que as famílias têm de suportar, principalmente as famílias de classe média, porque as famílias com baixos rendimentos já têm apoios”, disse à Lusa o dirigente da Confap, Fernando Gomes.

Apesar de o Ministério da Educação minimizar o problema – “no máximo, o aumento será de 1,60 euros, ou seja, menos de três cafés por ano”, disse o secretário de Estado Jorge Pedreira -, Fernando Ribeiro e Castro, presidente da APFN, diz que a medida “é um verdadeiro disparate que vai penalizar as famílias com filhos”.

O sistema educativo, acrescenta, “não está ao serviço das famílias e dos filhos mas sim da indústria educativa”. Ribeiro e Castro fala em “truques” para que todos os anos as famílias tenham de comprar mais livros. As consecutivas alterações curriculares dos programas são um exemplo, declarou à Lusa.

“Os livros são caríssimos, não duram nada. Têm uma qualidade péssima, ao fim de um ano as lombadas começam a romper-se…” Por isso, promete, os mais de seis mil sócios da APFN “vão estar atentos” à aplicação da lei que impõe novas regras.

Já a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) frisa que o aumento previsto não compensa sequer as perdas desde 2002. Vasco Teixeira, coordenador da Comissão do Livro Escolar da APEL nota que os preços dos manuais estavam “praticamente congelados” desde essa altura, o que significou “15 por cento de perda em valor” para este setor da edição.

O aumento acordado ficou por isso “aquém do que os editores pretendiam”. Mas os editores compreendem que “não era fácil o Governo aceitar essa pretensão”. Vasco Teixeira diz que o aumento previsto não compensa sequer as perdas que o setor tem desde 2002.

Plano Tecnológico da Educação aprovado em Conselho de Ministros

Lusa | 2007-08-16

“Queremos criar condições de igualdade entre todas as escolas”, afirmou a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, na conferência de imprensa realizada no final da reunião semanal do Conselho de Ministros.

Segundo a ministra da Educação, além da modernização tecnológica das escolas do 2.º e 3.º ciclo dos ensinos Básico e Secundário, o plano também dará às escolas a possibilidade de “desburocratizarem” alguns atos, como as matrículas, as compras para as cantinas e papelarias, além de “facilitar o contacto entre as escolas e as famílias” e dar melhores condições de segurança.

Já em setembro, na abertura do ano letivo, todas as escolas vão receber quadros interativos, um computador de suporte e videoprojetores, adiantou Maria de Lurdes Rodrigues. “O reforço de computadores portáteis também vai continuar”, acrescentou. Por outro lado, arrancará também a instalação de redes locais que permitam o acesso à Internet em todos os pontos das escolas. “A partir do final do primeiro trimestre esperamos já ter resultados do programa de redes locais. é o programa mais urgente”, sublinhou a ministra da Educação, recordando que “mais de 65% dos alunos não tem acesso a um computador e à Internet em casa”.

O Programa Tecnológico da Educação, que deverá estar concluído em 2010, tem como principais objetivos atingir o rácio de dois alunos por computador com ligação à Internet, garantir em todas as escolas o acesso à Internet em banda larga, a criação do cartão eletrónico para todos os alunos e a disponibilização de endereços eletrónicos a todos os alunos e docentes.

Conforme adiantou ainda Maria de Lurdes Rodrigues, o Plano Tecnológico da Educação estrutura-se em três eixos de atuação principais: tecnologia, conteúdos e formação. No “eixo tecnologia”, um dos projetos-chave a implementar é o “kit tecnológico escola”, que visa dotar todas as escolas de um número adequado de computadores, impressoras, videoprojetores e de quadros interativos. Ainda no “eixo tecnologia” está prevista a ligação de todos os computadores das escolas através de banda larga de alta velocidade, a criação de “redes locais” e a dotação da totalidade das escolas com sistemas de alarme e videovigilância.

No “eixo dos conteúdos”, um dos projetos-chave é o “Mais-Escola.pt”, que visa promover “a produção, distribuição e a utilização de conteúdos informáticos nos métodos de ensino”, como, por exemplo, a criação da sebenta eletrónica.

Outros dos projetos deste eixo é a “Escola Simplex”, que tem como objetivo a aumentar a eficiência da gestão e comunicação entre os agentes da comunidade educativa, bem como generalizar a utilização de sistemas eletrónicos de gestão de processos e de documentação.

Relativamente ao “eixo formação”, os projetos-chave são a formação e certificação de competências em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), que visa promover a formação dos agentes da comunidade educativa.

De acordo com o comunicado do Conselho de Ministros, a coordenação do Plano Tecnológico da Educação, que custará cerca de 400 milhões de euros e será financiado entre 70% a 85% por fundos comunitários, será feita por um conselho de gestão que irá integrar os dirigentes máximos dos organismos centrais e regionais do Ministério da Educação e outras estruturas ministeriais relevantes para a sua execução.

Comunicado do Conselho de Ministros de 16 de agosto de 2007

I. O Conselho de Ministros, reunido hoje na Presidência do Conselho de Ministros, o seguinte conjunto de diplomas tendente à aprovação e concretização do Plano Tecnológico da Educação:

1. Resolução do Conselho de Ministros que aprova o Plano Tecnológico da Educação e estabelece a respetiva estrutura de coordenação.

Esta Resolução aprova o Plano Tecnológico da Educação, instrumento estratégico para a modernização tecnológica das escolas, tendo em vista (i) reforçar e atualizar o parque informático na maioria das escolas portuguesas, aumentar a velocidade de ligação à Internet e construir redes de área local estruturadas e eficientes; (ii) desenvolver uma estratégia coerente para a disponibilização de conteúdos educativos digitais e para a oferta de formação e de certificação de competências em tecnologias da informação e da comunicação (TIC) dos professores; e (iii) adotar um modelo adequado de digitalização de processos que garanta a eficiência da gestão escolar.

Para orientar a execução e o acompanhamento das medidas de política do Plano Tecnológico da Educação, com a ambição manifesta de colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados ao nível da modernização tecnológica do ensino, foram definidos os seguintes objetivos para o período 2007/2010:

– Atingir o rácio de 2 alunos por computador com ligação à Internet;

– Garantir em todas as escolas o acesso à Internet em banda larga de alta velocidade de, pelo menos, 48Mbps;

– Cartão eletrónico para todos os alunos;

– Massificar a utilização de meios de comunicação eletrónicos, disponibilizando endereços de correio eletrónico a 100% de alunos e docentes;

– Assegurar que 90% dos docentes veem as suas competências TIC certificadas;

– Certificar 50% dos alunos em TIC.

O Plano Tecnológico da Educação estrutura-se em três eixos de atuação principais – Tecnologia, Conteúdos e Formação -, no quadro dos quais é desenvolvido um conjunto de projetos-chave que visam dar resposta aos fatores inibidores da utilização de tecnologia no ensino em Portugal que foram identificados no relatório de diagnóstico. Transversalmente a estes eixos, são desenvolvidas iniciativas no sentido de ultrapassar os constrangimentos observados ao nível do investimento e do financiamento.

São projetos-chave a implementar:

No Eixo Tecnologia

– Kit Tecnológico Escola: visa dotar todas as escolas de um número adequado de computadores, de impressoras, de videoprojetores e de quadros interativos, com o objetivo, nomeadamente, de atingir o rácio de 2 alunos por computador em 2010, bem como assegurar um videoprojetor em todas as salas de aula e um quadro interativo em cada 3 salas de aula;

– Internet em Banda Larga de Alta Velocidade: visa assegurar que todos os computadores nas escolas têm ligação à Internet de banda larga com velocidade, progressivamente, de 4Mbps em 2007 e 48Mbps em 2010, e que o rácio de alunos com ligação à Internet de banda larga seja 2:1 em 2010;

– Internet nas Salas de Aula – Redes de área Local: visa promover a utilização de tecnologia nos processos de ensino e de aprendizagem, assim como na gestão de processos administrativos, dotando as escolas de uma infraestrutura de redes de comunicação que suporte a utilização de tecnologia e de Internet de forma segura e ubíqua;

– Cartão Eletrónico do Aluno: visa dotar todas as escolas de plataformas de cartão de aluno até ao segundo trimestre de 2008, bem como aumentar a segurança nas escolas, assegurando a disponibilização de funcionalidades de controlo de acessos e de porta-moedas eletrónico, e a eficiência dos processos de gestão, assegurando a implementação generalizada de plataformas compatíveis entre si e que permitam o acompanhamento do registo do alunos ao longo do seu ciclo de vida na escola;

– Videovigilância: visa aumentar a segurança de pessoas e de bens, dotando todas as escolas de sistemas de alarme e de videovigilância e assegurando a implementação de um modelo de monitorização e de intervenção eficiente que salvaguarde a integridade dos equipamentos.

No Eixo Conteúdos

– Mais-Escola.pt: visa promover a produção, a distribuição e a utilização de conteúdos informáticos nos métodos de ensino e aprendizagem (ex: exercícios, manuais escolares, sebenta eletrónica, etc), encorajar o desenvolvimento do portfólio digital de alunos, promover novas práticas de ensino, minimizar a infoexclusão, disponibilizando conteúdos e ferramentas que tornem viável o ensino à distância, bem como desenvolver a articulação entre a escola e o mercado de trabalho (ex: integrando funcionalidades como bolsas de emprego);

– Escola Simplex: visa aumentar a eficiência da gestão e da comunicação entre os agentes da comunidade educativa, generalizar a utilização de sistemas eletrónicos de gestão de processos e de documentação e melhorar o acesso à informação escolar.

No Eixo Formação

– Formação e Certificação de Competências TIC: visa promover uma eficiente formação em TIC dos agentes da comunidade educativa e a utilização das TIC nos processos de ensino e aprendizagem e na gestão administrativa da escola, bem como contribuir para a valorização profissional das competências TIC;

– Avaliação Eletrónica: visa promover a utilização pedagógica das TIC, bem como reforçar a segurança e imparcialidade nos momentos de avaliação e uniformizar critérios de avaliação e ritmos de aprendizagem.

Com a missão de coordenar, monitorizar e avaliar a execução do Plano Tecnológico da Educação, a Resolução cria um conselho de gestão, que integra os dirigentes máximos dos organismos centrais e regionais do Ministério da Educação e outras estruturas ministeriais relevantes para a sua execução.

2. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a abertura de procedimento de concurso público internacional, com vista à aquisição dos serviços e bens necessários ao fornecimento, instalação, manutenção, operação e gestão de redes locais para as escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário.

Esta Resolução autoriza a abertura de um procedimento de concurso público internacional, com vista à aquisição dos serviços e bens necessários ao fornecimento, instalação, manutenção, operação e gestão de redes de área local para as escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e com ensino secundário, e delega poderes no membro do Governo responsável pela educação para a prática de atos na qualidade de entidade adjudicante no âmbito do respetivo procedimento.

A infraestruturação de redes de área local, medida-chave do Plano Tecnológico da Educação, visa suportar o acesso à Internet em todas as salas de aula, assim como a implementação bem sucedida de outros projetos do referido Plano, como o Cartão Eletrónico do Aluno, a Escola Simplex e a Videovigilância. Nesse sentido, as redes de área local nas escolas contribuem decisivamente para a prossecução do objetivo de mobilizar Portugal para a sociedade da informação e do conhecimento, promovendo a generalização do acesso e utilização da Internet e das TIC, em particular nas atividades educativas.

3. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a abertura de procedimento de concurso público internacional com vista à aquisição dos serviços e bens necessários à aquisição, instalação e manutenção de quadros interativos nas escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário.

Esta Resolução autoriza a abertura de um procedimento de concurso público internacional, com vista à aquisição dos serviços e bens necessários ao fornecimento, instalação e manutenção de quadros interativos para as escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e com ensino secundário.

A aquisição de quadros interativos para as escolas é uma das medidas-chave do projeto Kit Tecnológico Escola, inscrito no Plano Tecnológico da Educação. Os quadros interativos constituem-se cada vez mais como uma ferramenta TIC elementar no ensino e na aprendizagem em contexto de aula e a sua disponibilização em Portugal visa permitir a introdução de metodologias pedagógicas mais dinâmicas e inovadoras.

4. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a abertura de procedimento de concurso público internacional com vista à aquisição, dos serviços e bens necessários à aquisição, instalação e manutenção de computadores nas escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário.

Esta Resolução autoriza a abertura de um procedimento de concurso público internacional, com vista à aquisição dos serviços e bens necessários ao fornecimento, instalação e manutenção de computadores para as escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e com ensino secundário.

A aquisição de computadores para as escolas é uma das medidas-chave do projeto Kit Tecnológico Escola, inscrito no Plano Tecnológico da Educação, e visa colocar Portugal ao nível dos melhores da Europa no que respeita ao rácio de número de alunos por computador, criando as condições para a introdução das TIC nos processos de ensino e aprendizagem nas escolas.

5. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a abertura de procedimento de concurso público internacional com vista à aquisição, dos serviços e bens necessários à aquisição, instalação e manutenção de videoprojetores nas escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário.

Esta Resolução autoriza a abertura de um procedimento de concurso público internacional, com vista à aquisição dos serviços e bens necessários ao fornecimento, instalação e manutenção de videoprojetores para as escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e com ensino secundário.

A aquisição de videoprojetores para as escolas é um das medidas-chave do projeto Kit Tecnológico Escola, inscrito no Plano Tecnológico da Educação. Os videoprojetores constituem-se cada vez mais como uma ferramenta TIC elementar no ensino e na aprendizagem em contexto de aula, e a sua disponibilização em Portugal visa permitir a introdução de metodologias pedagógicas mais dinâmicas e inovadoras.

6. Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a abertura de procedimento de concurso público internacional com vista à aquisição dos serviços e bens necessários à implementação do sistema eletrónico dos sistemas de alarme e de videovigilância a instalar nas escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário.

Esta Resolução autoriza a abertura de um procedimento de concurso público internacional, com vista à aquisição dos serviços e bens necessários à implementação do sistema eletrónico de segurança física para as escolas públicas com 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e ensino secundário, e delega poderes no membro do Governo responsável pela educação para a prática de atos na qualidade de entidade adjudicante no âmbito do respetivo procedimento.

O sistema eletrónico de segurança física, incluindo no Plano Tecnológico da Educação, visa permitir, através do recurso a sistemas de videovigilância e de alarme eletrónico, aumentar os níveis de segurança nas escolas em todo o País, numa altura em que as mesmas vão beneficiar de um investimento de modernização tecnológica sem precedentes.

7. Decreto-Lei que cria um regime excecional de contratação de aquisição de bens e serviços, com recurso ao procedimento de ajuste direto, destinados ao desenvolvimento das experiências piloto em execução do Plano Tecnológico da Educação.

Este Decreto-Lei visa a simplificação procedimental na aquisição de bens e serviços destinados ao desenvolvimento das experiências piloto em execução e cumprimento dos objetivos do Plano Tecnológico da Educação.

(…)

Centro de Matemática da Universidade do Porto investiga história do ensino/aprendizagem desta disciplina

ORE| 2007-06-14

“Bibliakós” é uma biblioteca virtual que arquiva recursos educativos utilizados na lecionação da Matemática.

Que a matemática continua a ser o calcanhar de Aquiles da grande maioria dos alunos em Portugal é um facto que não constitui novidade. Tal como também não é novo o modo como tão facilmente se opina sobre este assunto, propondo-se, não raras vezes, soluções outrora implementadas e, muitas delas, com demonstrada ineficácia. O conhecimento histórico é, por isso, uma competência essencial para o juízo cauteloso neste domínio.

Surge, neste contexto, o “Bibliakós”, uma biblioteca virtual de matemática que, promovida pelo Centro de Matemática da Universidade do Porto e animada pela Professora Doutora Helena Castanheira Henriques, pelo Professor Doutor João Nuno Tavares e pela Dra. Rosa Aroso Ribeiro, procura preencher a lacuna existente no acesso a fontes documentais relativas ao ensino/aprendizagem desta disciplina. Conforme se afirma no texto de apresentação deste projeto, “a atividade de localizar e consultar documentação nem sempre é fácil, na medida em que esta se encontra dispersa e muitas vezes inacessível. Com a construção deste arquivo pretende-se reunir e organizar documentos que poderão apoiar atividades de investigação e ensino”.

Em termos operacionais, a página web que consolida esta iniciativa tem a seguinte estrutura: um arquivo bibliográfico e um arquivo documental. O primeiro é constituído por manuais escolares/didáticos utilizados ao longo dos tempos no ensino/aprendizagem da Matemática, o segundo por documentos (textos oficiais, arquivos escolares e acervos particulares) que reúnem informação diversa relacionada com o funcionamento das instituições de ensino em geral.

No arquivo bibliográfico poderão encontrar-se, por agora, referências a manuais de Matemática até 1910, estando neste momento os responsáveis por esta página a recolher informação até 1930. No arquivo documental figuram atualmente dois interessantes documentos: um sobre os livros de Matemática durante a Monarquia e outro relativo à história recente da Matemática no Porto.

Para mais informações: http://www.fc.up.pt/cmup/v2/frames/bibliakos.htm.

Só os alunos que não chumbam podem ficar com portáteis

Público | 2007-06-06

Inscritos no programa de formação Novas Oportunidades podem candidatar-se a computador e Net a preços reduzidos a partir de dia 11.

Os alunos que em setembro vão inscrever-se no 10.º ano e que queriam candidatar-se à aquisição de um computador portátil e Internet de banda larga a preços reduzidos só poderão ficar com o equipamento se completarem o ensino secundário sem reprovações.

Os adultos inscritos na iniciativa Novas Oportunidades (programa que visa o aumento, certificação e reconhecimento de competências de nível básico e secundário) que também quiserem beneficiar desta medida do Governo só poderão candidatar-se se estiverem a receber formação na área de tecnologias de informação e comunicação. Para estes, as inscrições começam já na segunda-feira, mediante um código que terá de ser atribuído por um centro Novas Oportunidades.

Estas são algumas das condições previstas no regulamento das iniciativas @oportunidades, @escolas e @professor, anunciadas na passada semana pelo primeiro-ministro e ontem formalmente constituídas, na Secundária Eça de Queiroz, em Lisboa. Ao todo, o Governo estima que 640 mil jovens, professores do básico e secundário e adultos em formação possam adquirir um computador portátil e Internet de banda larga a preços que variam, consoante os rendimentos, entre o mínimo de cinco euros mensais – caso dos alunos mais carenciados e apoiados pela ação social escolar – e um máximo de 150 euros de entrada e prestações mensais cinco euros abaixo da oferta praticada no mercado.

Programa “mais ambicioso”

Outra das regras proíbe os beneficiários desta medida inserida no Plano Tecnológico de, “durante os primeiros três anos” a contar da data de compra do computador, “vender, alugar ou onerar, seja a que título for, o bem adquirido.” Se o beneficiário deixar de pagar as mensalidades durante o prazo previsto – um ano no caso dos formandos, três para alunos e professores – terá de indemnizar os operadores que fizeram parceria com o Governo.

Numa cerimónia que contou com a presença de três ministros (Educação, Obras Públicas e Trabalho), José Sócrates afirmou que este “é possivelmente o mais ambicioso e mais importante programa do Plano Tecnológico”. “Porque massifica o uso de computadores na sociedade e contribui para o desenvolvimento mais rápido da modernização tecnológica do país. O acesso mais universal à banda larga significa um investimento no conhecimento, aprendizagem e autonomia individual.”

Quanto à escolha dos beneficiários, o primeiro-ministro explicou que se pretende apostar “naqueles que são um instrumento de mudança”, considerando que o uso das novas tecnologias “é absolutamente decisivo para obter melhores resultados nos próximos anos.” “Espero que o computador venha a ser visto como um material didático igual aos livros e aos cadernos”, disse Sócrates.

No caso dos alunos, o programa começa a 15 de setembro e manter-se-á para todos os que se matriculem nos próximos três anos no 10.º. Serão cerca de 240 mil os que poderão vir a beneficiar. Ainda de acordo com as contas do Governo, a iniciativa pode beneficiar 150 mil professores e 250 mil adultos em formação. As candidaturas serão feitas a partir do endereço www.eescolas.net.

A banda é larga, o computador é que é lento

A um dos cantos da sala de estudo da secundária Padre António Vieira, em Lisboa, estão cinco computadores alinhados: dois “avariaram definitivamente”, diagnostica uma dos professores na sala, três estão operacionais, mas um deles não tem ligação à Internet. é em frente a esse que estão Sofia e Maria. A mediateca estava cheia e foi aos computadores da sala de estudo que recorreram para passar um trabalho para Filosofia do 11.º ano num documento em PowerPoint. E sabem fazê-lo sozinhas? Sofia franze a cara como se estivesse perante a mais absurda das perguntas. “Claro que sabemos trabalhar no Power Point!”

Ambas têm computador em casa e é nele que fazem os trabalhos para a escola ou comunicam com os amigos através do MSN (programa de conversação on-line). Sofia e Maria estão mesmo tão à vontade com as novas tecnologias que já deram uma aula de Geografia com recurso à projeção de informação através do computador. “Foi superdinâmica. E os colegas todos participaram”, descreve Maria, confessando que nunca tiveram uma aula semelhante dada por um professor.

Equipada com mais de cem computadores – a esmagadora maioria está nas salas de Informática -, a generalização do uso das novas tecnologias por parte dos docentes da Padre António Vieira é agora a dificuldade a ultrapassar. “Os professores têm feito autoformação. Diria que 95 por cento dominam as tecnologias. Mas não conseguem muito bem desenvolver materiais nesse suporte. A integração das novas tecnologias nas aulas é o próximo desafio”, diz Helena Pinto, vice-presidente do conselho executivo.

A manutenção de uma rede de computadores que é considerável mas que, mesmo assim, não parece chegar para todas as solicitações, é outra das dificuldades. Na mediateca os alunos fazem “fila de espera” para conseguir utilizar um dos cinco computadores. Por isso, a prioridade vai para a realização de trabalhos.

O acesso é controlado e o Hi 5 (rede social na Net), ao qual é “expressamente proibido aceder”, tem direito a um aviso especial. “Razão: os meninos e as meninas não sabem utilizá-lo corretamente, dando origem a situações muito problemáticas.”

Também na Secundária Eça de Queiroz são muitos os computadores – para cima de uma centena -, ensaia-se a sua utilização na sala de aula com os sumários eletrónicos, mas a oferta é insuficiente e com algumas limitações. “A banda é larga, o computador é que é lento”, resume um dos alunos. De resto, a iniciativa do Governo (ver texto abaixo) pode vir a beneficiar um número considerável de alunos desta escola. Só apoiados pelos serviços de ação social no 10.º ano são mais de 30.

Programa com 25 milhões

Depois de “duras e longas” negociações com os três operadores de rede móvel, como o próprio primeiro-ministro acabou por assumir ontem, foi criado um fundo com um capital de 25 milhões de euros, financiado com contribuições de igual proporção feitas pela TMN, a Vodafone Portugal e a Optimus.

Este será apenas o montante de arranque do fundo para a sociedade de informação – criado na sequência das contrapartidas assumidas pelos três operadores móveis na altura do concurso para a obtenção da licença da terceira geração – e que será financiado pelos três operadores num valor global de 400 milhões de euros até 2015, adiantou o secretário de Estado das Comunicações, Paulo Campos. Apesar de o montante ser elevado, as contrapartidas acabarão por ser menores do que o previsto em 2000, e não irão incluir os compromissos assumidos pela OniWay, operador que nunca chegou a arrancar e cujo espetro foi entretanto comprado pelos operadores móveis. Na altura do concurso do UMTS chegou-se a falar em 1300 milhões de euros de contrapartidas, um valor que hoje se reconhece ter sido demasiado generoso.

Os operadores foram muito evasivos nas respostas em relação à forma como irá ser dado o acesso aos cidadãos a computadores e Internet de banda larga a preços reduzidos.

Mas Paulo Campos adiantou que os três operadores irão criar pacotes integrados com computadores e Internet fixo ou móvel que colocarão à disposição das pessoas com condições elegíveis para comprar. Ou seja, continua-se para já sem saber que tipo de computadores são e quem irá arcar com os custos da instalação dos serviços. Há ainda muita coisa por esclarecer, pois, segundo o PúBLICO apurou, o conteúdo do protocolo com os três operadores foi acordado in extremis ontem e está fixado em termos ainda muito genéricos.

Os operadores móveis não são os únicos a participar no projeto. Já se juntou a Microsoft, a Ericsson, a Siemens e a Intel. Outros se juntarão, vaticina Paulo Campos, adiantando que isto é um projeto pioneiro a nível mundial. Sócrates adiantou ainda que quer alargar “este ambicioso” projetos às empresas e conteúdos.

Alguns números

12,8

é o número médio de alunos por computador com ligação à Internet

45

é a percentagem de lares onde existe um computador. O valor é de 64 por cento na União Europeia

24

é a percentagem de penetração da Internet de banda larga nos lares portugueses. Na UE a percentagem chega aos 32 por cento.

640 000

é o número de jovens e adultos que poderão beneficiar de computador e banda larga a custos reduzidos em três anos.

Plano Nacional de Leitura põs um milhão de crianças a ler na sala de aula

Público | 2007-05-31

Escolas salientam a aquisição de mais livros e o reforço da relação com as bibliotecas escolares.

O Plano Nacional de Leitura (PNL) faz hoje um ano e o Governo fez ontem o balanço: o programa põs um milhão de crianças, do ensino pré-escolar ao 2.º ciclo, a ler diariamente na sala de aula. Balanço positivo, assinalou a comissária do PNL, a professora e escritora de literatura infanto-juvenil Isabel Alçada. “A participação mostra que as pessoas estão interessadas na leitura”, concluiu, referindo-se também a parceiros como autarquias e à adesão da sociedade civil.

Na sessão realizada ontem de manhã no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, havia três ministros presentes – dos Assuntos Parlamentares, da Educação e da Cultura -, o que atesta que o PNL é, como o designou Isabel Alçada, “um projeto nacional”.

O Plano é um pacote de estratégias que pretende “sensibilizar todos para a importância da leitura”, com especial incidência sobre as crianças, lembrou ontem Augusto Santos Silva, ministro dos Assuntos Parlamentares. Uma das estratégias promovidas é o estabelecimento de períodos de leitura diários ou semanais na sala de aula.

O PNL tem uma meta objetiva: colocar os níveis de literacia da população portuguesa a par da média europeia (Bruxelas quer que, até 2010, a fasquia de leitores competentes seja de 84,5 por cento). Foi um balanço quantitativo o de ontem. Falou-se sobretudo de números, que comprovam a adesão ao PNL de escolas (quase nove mil), bibliotecas públicas e câmaras municipais, entre outros.

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, destacou o facto de o financiamento das câmaras municipais (49, no total) para a aquisição de livros em escolas ser o mesmo que o orçamento do seu ministério para o mesmo efeito – 1,5 milhões de euros em ambos os casos. Tendo em conta que o período em causa é de apenas um ano, o envolvimento de parceiros no PNL “excedeu largamente as expectativas”, disse a ministra.

Para um balanço qualitativo, será preciso esperar até setembro. é a data prevista para apresentar o estudo de avaliação do PNL que está a ser desenvolvido por uma equipa de sociólogos do ISCTE. Alguns dados preliminares deste estudo – que inclui inquéritos às escolas, study-cases, entrevistas aos públicos e agentes dos programas e um barómetro da opinião pública – foram ontem adiantados pelo seu coordenador, António Firmino da Costa.

A opinião geral sobre o PNL nas escolas é “bastante positiva”, existindo a perceção de que permitiu a aquisição de mais livros, uma presença alargada dos mesmos na sala de aula e o reforço da relação com as bibliotecas escolares. Como pontos negativos, alguns professores apontaram o “arranque tardio dos programas em relação ao início do ano letivo, atrasos na entrega de verbas e as atividades serem sugeridas com pouca antecedência”. Alguns consideraram ainda que as atividades propostas pelo plano “já eram desenvolvidas por eles, trazendo pouco de novo”.

Matemática recebe 2,5 milhões de euros para equipamento

Público | 2007-05-12

Candidaturas a partir de 14 de maio.

A partir da próxima segunda-feira e até ao final do mês, as escolas com 3.º ciclo poderão candidatar-se a receber quadros interativos, computadores portáteis e outro material tecnológico que demonstrem ser necessário ao seu projeto, no âmbito do Plano da Ação para a Matemática. Para este programa, o Ministério da Educação tem disponíveis 2,5 milhões de euros, anunciou ontem a Ministra da Educação. O formulário de candidatura estará disponível on-line, no site da Direção-Geral de Desenvolvimento e Inovação Curricular. A falta de equipamento foi uma das principais dificuldades expressas pelas escolas aquando do lançamento dos planos de ação e a tutela espera agora que no início do próximo ano letivo os estabelecimentos de ensino já contem com este material.