Os tempos da escola em Portugal e no mundo

LUSA | 12.07.2016

Férias de Verão

O ano escolar na Europa acaba em geral entre o fim de Maio e meados de Julho. E depois vem o descanso. As férias de Verão são mais compridas no grupo de países constituído por Portugal, Itália, Turquia e Lituânia (até 13 semanas ou mais) e mais curtas em algumas partes da Alemanha, onde a pausa de Verão ronda as seis semanas — o mesmo na Holanda, no Reino Unido, Liechtenstein e Suíça. A regra é esta: as férias de Verão são mais curtas em países onde a cultura é a de fazer várias pausas, mais ou menos longas, ao longo do ano escolar.

 Carga horária

Portugal apresenta uma das maiores cargas horárias semanais nos primeiros anos de escolaridade, tendência aliás seguida nos países do sul (Itália, França e Espanha), mas também Irlanda e Singapura. Os países do Norte da Europa tendem a apresentar menor carga horária semanal.

 Aulas por semana

Na maioria dos sistemas educativos considerados num estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, de Outubro de 2014, as aulas distribuem-se por cinco dias, de segunda a sexta feira. Constituem exceção, no ensino primário, a França com quatro dias e meio e a Holanda, onde por norma também não existem atividades lectivas à quarta-feira à tarde. Na Itália e na Alemanha a semana lectiva pode ser de cinco ou de seis dias (entra pelo sábado adentro).

 Ano lectivo

Em termos de número de dias estabelecidos para o ano lectivo, o cenário é este: um mínimo de pelo menos 175 dias em Espanha a um máximo de 220 na Coreia do Sul. Portugal terá em 2016/17 um período de até 170 dias, não muito longe está a Polónia (178) e na Irlanda (183). A Alemanha e a Finlândia registam 188 e 190 dias, respectivamente. Na Itália, Holanda e Singapura o mínimo de dias lectivos é 200 e esse é também o número mais frequente e na Dinamarca, onde não existe uma definição oficial dos dias do ano escolar.

FontesOs Tempos na Escola: estudo comparativo da carga horária em Portugal e noutros países, Fundação Francisco Manuel dos Santos, Outubro de 2014; Organisation of school time in Europe, 2015/2016, Eurydice

Há 75 milhões de crianças no mundo impossibilitadas de ir à escola

Cinco anos de guerra civil na Síria ditaram encerramento de pelo menos seis mil escolas do país. No leste da Ucrânia, onde as forças de Kiev continuam a lutar contra separatistas pró-Rússia, uma em cada cinco escolas encerrou desde o início do conflito em 2014

Expresso | 04.05.2016

Cerca de 75 milhões de crianças em idade escolar e a viver em áreas instáveis e em países em guerra em todo o mundo precisam urgentemente de assistência pedagógica, aponta um novo relatório da Unicef publicado esta quarta-feira em antevisão da Cimeira Mundual Humanitária que decorre em Istanbul entre 23 e 24 de maio.

De acordo com cálculos da agência da ONU, uma em cada quatro crianças com entre 3 e 18 anos de idade, o correspondente a um total de 462 milhões de pessoas, estão neste momento a viver em países afetados por crises humanitárias.

Na Síria, os mais de cinco anos de guerra civil já destruíram pelo menos seis mil escolas, enquanto que no leste da Ucrânia uma em cada cinco escolas foi forçada a encerrar por causa do conflito em curso desde 2014 que opõe as forças de segurança do país e os rebeldes separatistas que querem uma maior aproximação à Rússia.

No relatório, a Unicef aponta que crianças refugiadas têm cinco vezes mais probabilidades de não ir à escola, sendo que em alturas de guerras e conflitos, as raparigas são mais pressionadas a abandonar a escola que os colegas do sexo masculino.

Durante a cimeira que decorre em Istambul no final do mês, a agência da ONU para as crianças vai anunciar um novo fundo de emergência escola, o Education Cannot Wait (‘A educação não pode esperar’). O objetivo é reunir quase 4000 milhões de dólares (cerca de 3480 milhões de euros) ao longo dos próximos cinco anos para que 13,6 milhões de crianças possam receber apoio educacional de emergência.

No documento divulgado esta quarta-feira, a Unicef sublinha que quase todas as crianças de comunidades pobres que ficam sem ir à escola durante um ano não chegam a voltar à escola. “Durante crises, as crianças correm riscos particulares de perderem o direito à educação, apesar de as escolas lhes garantirem um espaço seguro e de representarem uma rotina vital para crianças durante períodos de grande turbulência”, lê-se no relatório. “A educação dá às crianças os blocos de construção de que precisam para reconstruir as suas vidas, e eventualmente, o seu país.”