Mulheres usam Net menos do que os homens e mais para trabalho

Jornal de Notícias | 04.11.11

As mulheres utilizam menos a Internet do que os homens e fazem-no sobretudo para trabalho e conexão social, ao passo que os homens diversificam e passam mais tempo ao computador sobretudo para entretenimento e consumo de informação.

Estas conclusões constam de um estudo sobre “Questões de género na participação digital” da autoria do investigador José Azevedo, da Universidade do Porto, realizado no âmbito do Projecto Inclusão e Participação Digital e será apresentado hoje na Conferência “Diversidade Digital”, que decorre hoje na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

O inquérito foi administrado de forma directa por investigadores do projecto a indivíduos com mais de 15 anos que se encontravam em espaços da rede de Espaços Internet e em Centros de Emprego e Formação Profissional das áreas metropolitanas de Lisboa, Coimbra e Porto.

Foram realizados 893 inquéritos, dos quais 452 são indivíduos do sexo masculino e 441 do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 15 e os 87 anos.

A investigação conclui que apesar da diminuição da desigualdade entre géneros na sociedade portuguesa, esta ainda persiste no acesso à Internet e outras tecnologias de informação e comunicação (TIC), sendo esta assimetria designada como “fosso digital”.

O estudo conclui que o que continua a impedir que as mulheres participem mais intensamente, quer enquanto produtoras como utilizadoras de conteúdos, é o facto de o ambiente tecnológico ter ainda uma conotação masculinizada, por um lado, e o de a mulher ter menos tempo disponível para essa actividade, fruto da sua “dupla jornada” de trabalho (emprego/casa), por outro.

No entanto, no que se refere ao nível mais elementar de acesso, verifica-se uma ligeira vantagem feminina na posse de equipamentos e serviços de Internet: 77,3% das mulheres declararam possuir computador portátil (contra 70,4% dos homens) e 99,5% afirmaram ter telemóvel (contra 97,1% dos homens).

Uso eficaz das TIC acelera criação de emprego e crescimento económico

Lusa | 13.10.11

Os governos devem apoiar a utilização generalizada das tecnologias de informação e comunicação (TIC) pelas pequenas e médias empresas (PME), para acelerar a criação de emprego e o crescimento económico, sustenta um documento hoje divulgado pelas Nações Unidas.

O relatório anual da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla em Inglês) sobre a economia da informação justifica a proposta por a dimensão das TIC estar “frequentemente ausente” das estratégias de desenvolvimento do setor privado.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, considera que “enquanto alguns países estão já a beneficiar das ligações estreitas entre as TIC e o desenvolvimento do setor privado, muito mais pode ser feito para transformar as TIC numa força poderosa para melhorar a competitividade do setor privado”.

Suspensos computadores ‘Magalhães’ para alunos

Diário de Notícias | 15.09.11

Pais informados de que não há novas inscrições. Governo está a “analisar”.

O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Albino Almeida, confirma ter sido informado pelas direcções regionais de Educação de que não estão autorizadas novas inscrições no programa e-escolinhas, de entrega de portáteis Magalhães. Ministério da Educação diz apenas que está a “analisar” a iniciativa. Lançado no primeiro Governo de José Sócrates, o programa já permitiu entregar mais de 700 mil computadores a alunos do 1.º ciclo, os mais caros a 50 euros, mas motivou também muitas críticas. Fundação que gere o programa deve 65 milhões às operadoras móveis.

António Barreto: ‘Magalhães’ foi desígnio político desnecessário

Lusa | 14.09.11

O sociólogo António Barreto considera que o investimento no computador Magalhães foi um “desígnio político” desnecessário, defendendo uma aposta nos conteúdos.

“Não considero que investimento no Magalhães fosse necessário. Foi um desígnio político. Era mais importante a aposta nos conteúdos”, afirmou o comentador político, acrescentando que as políticas públicas devem concentrar esforços “no conhecimento e na informação”.

António Barreto falava, na terça-feira à noite, por ocasião de um jantar-debate promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC), em Lisboa.

Computador já escreve textos sem intervenção humana

Lusa | 13.09.11

Já existem programas informáticos capazes de escrever textos, em gramática perfeita, sem intervenção humana, um ‘software’ desenvolvido pela empresa norte-americana Narrative Science.

“Transformamos informação em conteúdos editoriais de alta qualidade. A nossa tecnologia produz novas histórias, relatórios sobre a indústria, títulos e mais, em escala e sem escrita ou edição humana”, explica a Narrative Science, no seu portal ‘online’.

Depois de dez anos de pesquisa, o ‘software’ está pronto e é capaz de escrever artigos novos em tempo real a partir de informação em bruto, seja numérica ou textual, estruturada ou não, avança o International Herald Tribune na edição de segunda-feira.

Relatórios financeiros, informação imobiliária e sondagens podem também ser usados para gerar artigos legíveis em apenas alguns segundos.

Inicialmente, o programa foi concebido para a informação desportiva. O portal desportivo Big Ten Network usa este ‘software’ para distribuir sumários dos jogos assim que terminam, como foi o caso do jogo de futebol americano entre o Wisconsin e a University of Nevada, Las Vegas (UNLV).

“O Wisconsin cedo saltou para a liderança e nunca mais olhou para trás, numa vitória de 51-17 sobre a UNLV na quinta-feira, no Estádio Camp Randall”, relata o programa da Narrative Science.

A empresa norte-americana está a trabalhar com 20 empresas não só na produção de relatos desportivos, mas também de artigos para jornais de medicina, através do ‘software’ que consegue construir um artigo inteiro e único em cerca de 60 segundos.

Internet móvel ainda não satisfaz consumidores

Lusa | 12.09.11

Os consumidores estão desiludidos com a Internet móvel, já que 77 por cento dos ‘sites’ das maiores empresas ainda demoram mais de cinco segundos a carregar e a maioria dos utilizadores dos ‘smartphones’ está disposta a esperar três segundos, revela um estudo.

O estudo da Compuware Portugal, especialista no desempenho de sistemas de informação, revela que as expectativas dos utilizadores de Internet em dispositivos móveis “não estão a ser atingidas”, sobretudo devido ao fraco desempenho das aplicações, e que as empresas “não estão prontas” para esta realidade. Apesar disso, o número de consumidores está a aumentar a grande velocidade.

A maioria dos utilizadores de ‘smartphones’ (60 por cento) só está disposta a esperar um máximo de três segundos por uma página web.

A investigação indica que muitos dos problemas ainda não foram resolvidos, com 57 por cento dos utilizadores a reconhecer que já tiveram problemas no acesso a ‘sites’ a partir dos seus terminais móveis.

Por outro lado, 71 por cento dos inquiridos esperam que os ‘websites’ sejam carregados tão rapidamente nos seus ‘smartphones’ como nos computadores e 43 por cento dificilmente voltarão a um ‘site’ com baixa velocidade de carregamento.

Os inquiridos revelam esperar um serviço rápido e transações sem falhas a qualquer hora do dia, mas ainda não é esse o cenário com que se deparam.

“Podemos dizer sem grande margem para dúvidas que estes resultados refletem aquilo que se passa atualmente no mercado nacional. De uma forma geral, nem as maiores empresas sabem neste momento como podem resolver os problemas de ‘performance’ das suas aplicações Web e, como tal, estão simplesmente a desperdiçar o enorme potencial dos serviços móveis”, afirma em comunicado o diretor de logística da Compuware Portugal, José Matias.

O estudo “O que querem os utilizadores dos Serviços Móveis” foi realizado junto de mais de quatro mil utilizadores na China, índia, Estados Unidos da América, França, Reino Unido, Austrália e Alemanha.

Nota20. Ensinar com uma visita virtual

Dinheiro Vivo | 10.09.11

Sara Amado explica-se bem: “As pessoas fazem as oportunidades.” Ela criou uma empresa que dá explicações. Aulas que não se esquecem.

A imagem do Central Park, em Nova Iorque, cheio de gente com computadores Macintosh brancos, não sai da cabeça de Sara. Depois de um mês de férias nos EUA, foi neste jardim que percebeu que se pode trabalhar onde e como se quiser. “Apercebi-me que são as pessoas que fazem as oportunidades.”

Em 2006 criou a Nota20, um projeto que serviu de trabalho final na pós-graduação em Comunicação e Imagem, depois da licenciatura em Filosofia. A empresa trabalha com estudantes que precisam de apoio nos estudos, através de planos personalizados.

Leonor, 14 anos, é um dos casos de sucesso que tem para contar: para aprender francês e, na companhia de uma explicadora, simulou uma viagem a Paris: perguntou indicações num aeroporto imaginário, visitou virtualmente o Museu do Louvre e até pediu crepes com Nutella num quiosque de rua. Tudo sem sair de casa.

“Claro que o serviço obedece sempre ao programa escolar, mas fá-lo criativamente. é fácil transformar o jogo da Glória numa forma de aprender história”, exemplifica Sara Amado.

Este ano, a criadora da Nota20 já decorou os nomes dos 73 novos alunos que lhe passaram pelas mãos. Mesmo antes de as aulas começarem – o que acontece maioritariamente na segunda-feira -, a Nota20 tem um número de estudantes que supera as expectativas.

Além das explicações, a empresa oferece serviços de acompanhamento psicológico, controlo de ansiedade para a época de testes, preparação para exames e ainda ensina os pais a acompanharem os filhos na aprendizagem. Sara Amado conhece os pais de todos e acompanha os percursos de cada um através de relatórios mensais feitos pelos 23 explicadores que trabalham na sua empresa. O resultado está à vista nas notas de final de ano.

Nós e a Europa

Notícias Magazine | 05.09.11

Os professores portugueses ganham muito menos do que os colegas europeus? E os nossos alunos têm mais férias? E as raparigas são melhores alunas do que os rapazes? Analisámos os números publicados pelo Eurydice, o organismo de estatísticas de educação da UE, e respondemos a essas e a outras questões.

Todos de volta em setembro

Setembro é o mês do regresso às aulas em Portugal e em mais alguns países da Europa. Na Bélgica as escolas reabriram em 1 de setembro, tal como na República Checa e na Irlanda. Em França e na Eslováquia, o ano letivo começou um dia depois, a 2 de setembro. Em Espanha, os alunos voltam à escola na mesma altura dos colegas portugueses, tal como os austríacos. Já as escolas italianas e as turcas têm de abrir portas até 20 de setembro. Mais tarde, só em Malta (27 de setembro). Nalguns países europeus, o ano letivo começou ainda durante o mês de agosto: no dia 1 em vários estados da Alemanha, a 10 na Dinamarca, a 17 no Liechtenstein, entre 10 e 17 na Finlândia e entre 15 e 23 na Noruega e na Holanda.

O fim do ano letivo também varia. As aulas acabam dia 1 de julho para os alunos austríacos e dia 2 para os franceses. Entre 8 e 16 de junho são os italianos que entram de férias e dia 22 de junho é a vez dos portugueses.

Férias para todos os gostos

Natal, Páscoa e verão são sinónimos de férias para todos os alunos de todos os países da União Europeia (UE). O que varia é o número de dias de descanso. Embora no Natal a maioria das escolas encerrem durante duas semanas, o período de férias de verão regista muitas diferenças entre países – nove semanas na áustria, na República Checa e na Bélgica; seis semanas na Dinamarca e na Alemanha; 10 a 11 semanas na Finlândia, 12 semanas na Grécia e em Portugal (exceto para os alunos do 9.º, 11.º e 12.º anos, que têm exames nacionais), 12 a 13 semanas em Itália. Na maioria dos países da Europa Central e do Norte, os alunos descansam mais uma semana no outono e na Alemanha, por exemplo, ainda há as férias de inverno, 13 dias que geralmente se gozam por altura do Carnaval. No ano letivo 2010/2011 as escolas também não abriram portas nos feriados nacionais e religiosos – dois dias na Finlândia, três na Alemanha e na Dinamarca, cinco em França, sete na áustria, onze em Portugal.

Sucesso escolar e género

As raparigas obtêm melhores resultados escolares do que os rapazes. Eles também têm mais probabilidades de reprovar e de repetir um ano do que elas. As jovens revelam mais dificuldades na aprendizagem da matemática; para eles, a leitura é que é o problema. Mas o que os estudos têm demonstrado é que, mais do que nascer homem ou mulher, é o nível socioeconómico da família que mais influencia o sucesso académico dos estudantes. Todavia, os papéis e os estereótipos tradicionalmente associados ao género continuam a refletir-se na escolha dos cursos que os jovens frequentam no ensino secundário. O mesmo à entrada da universidade, onde as raparigas já estão em maioria. Constata-se uma predominância feminina nos cursos ligados à educação, saúde, bem-estar, ciências humanas e artes, enquanto os rapazes ocupam a área das tecnologias e engenharias.

Quanto ganham os professores?

Em Portugal, no princípio da carreira, um professor do ensino público recebe anualmente 21 261 euros. Já um professor no topo da carreira aufere 43 285 euros. Os valores reportam ao ano letivo 2009/10 e podem ser consultados no estudo Teachers and school Heads Salaries and Allowances in Europe, 2009/10, na página da internet do Eurydice, o organismo de estatísticas da educação da UE que avalia e compara as remunerações dos docentes e dos diretores de escola nos vários países.

Segundo este documento, na Alemanha o salário anual dos professores varia entre 38 000 e 51 000 euros, para a primária, e entre 45 000 e 63 000 euros para o secundário. Em Espanha, um professor do 1.º ciclo recebe entre 29 000 e 40 000 euros e um professor do ensino secundário aufere entre 35 000 e 49 000 euros por ano. França não regista grandes diferenças. Um professor do ensino primário recebe entre 22 000 e 44 000 euros e um do ensino secundário pode chegar aos 46 000 euros no topo da carreira. O Luxemburgo paga mais aos seus docentes: um mínimo de 63 000 euros por ano para os docentes do primeiro ciclo, que no final da carreira podem receber 112 000 euros. Um colega do ensino secundário começa por ganhar 72 000 euros por ano e quem estiver em final de carreira aufere 125 000 euros. Bem menos ganham os professores búlgaros que, por ano, levam para casa entre 6700 e 10 900 euros. Os modelos de avaliação dos professores e de progressão na carreira diferem entre os países.

Diretores de escola ganham em função do número de alunos

Em Portugal, as remunerações anuais dos professores que ocupam cargos de direção variam entre 29 661 e 51 685 euros se se tratar de uma escola do 1.º ciclo com menos de oitocentos alunos e entre 31 761 e 53 785 euros se dirigirem uma escola secundária com mais de 1200 alunos. Os diretores das escolas ou agrupamentos com mais de 1200 alunos recebem um suplemento mensal de 750 euros, que acresce ao seu salário-base. O valor do suplemento do diretor adjunto é 400 euros. Se o número de alunos da escola variar entre 801 e 1200 alunos, o valor do suplemento da direção é de 650 euros para o diretor e 355 euros para o diretor adjunto. Os diretores das escolas com menos de oitocentos alunos recebem 600 euros e os adjuntos 310 euros. O salário médio de um professor com cargo de direção é 43 000 euros a nuais.

Na vizinha Espanha os salários anuais dos professores que desempenham cargos dirigentes variam entre 35 000 e 53 000 euros e em França oscilam entre 37 000 e 63 000 euros por ano. Já o diretor de um agrupamento de escolas na Holanda recebe entre 36 000 e 99 000 euros por ano. Na maioria dos países europeus, a remunerações dos diretores depende do número de escolas que têm a cargo, do número de alunos, de professores e funcionários.

TIC em casa

A maior parte dos alunos europeus tem acesso às novas tecnologias da comunicação e informação nas escolas que frequentam e em casa também têm computador com ligação à internet. Os portugueses não são exceção. Segundo dados de 2009, quase oitenta por cento dos nossos estudantes com 15 anos tinham essa ferramenta disponível nas suas residências. Mas o que o estudo também demonstrou é que os alunos utilizam o computador e acedem à internet sobretudo para atividades recreativas e menos para fazer os trabalhos de casa.

Ensino obrigatório

Ir à escola e aprender é obrigatório a partir dos 6 anos na grande maioria dos países da UE. Mas na Hungria, em Malta, nos Países Baixos e no País de Gales as crianças começam a ir à escola aos 5 anos. Mais cedo, aos 4 anos, só no Luxemburgo, na Irlanda do Norte e em Chipre. O ensino é obrigatório até ao 13.º ano na Holanda e na Hungria, até ao 12.º em Portugal e na Irlanda do Norte e até ao 11.º ano na Escócia, País de Gales, Malta, Luxemburgo e Letónia. Na Dinamarca, Alemanha, França, Itália, Espanha, Polónia, Noruega, entre outros, o ensino obrigatório tem a duração de dez anos. Entre os poucos países que ainda mantêm o ensino obrigatório até ao 9.º ano encontra-se a Bélgica, a República Checa e a Eslovénia.

Apoio às famílias migrantes

Toda a gente sabe que o envolvimento dos pais na educação dos filhos é importante para o sucesso escolar das crianças mas os pais migrantes, porque não compreendem a língua, enfrentam muitas dificuldades. Para resolver esta situação, as escolas do Luxemburgo, por exemplo, publicam todos os documentos oficiais em francês e alemão (as línguas oficiais), bem como em português (língua materna de vinte por cento dos alunos) e todas as informações e convocatórias enviadas para os pais podem ser traduzidas, a pedido, noutras línguas. O ME tem mediadores interculturais e tradutores contratados para o efeito. Na República Checa e no Liechtenstein são os serviços sociais de apoio aos migrantes que publicam informações sobre o sistema de ensino em diversas línguas. No Reino Unido foi criado um website multilingue para crianças recém-chegadas e respetivos pais. Em Portugal, o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural publica brochuras sobre o sistema educativo, os direitos dos alunos e dos pais e estas podem ser consultadas no website. As escolas portuguesas também podem solicitar serviços de interpretação de mediadores socioculturais. Mais informação sobre este assunto no estudo Integração Escolar das Crianças Imigrantes na Europa, no site da Eurydice.

A escola ideal

Notícias Magazine | 26.08.11

Uma escola sem buracos, com mais horas de inglês e de desporto e onde professores e alunos tivessem uma relação mais próxima são alguns dos desejos de estudantes contactados pela nm para definirem a escola ideal.

LUNA, 11 anos, 6.º ano, Lisboa
Uma escola sem rachas nem buracos

Luna vai para o 6.º ano e gostava de ter uma escola que «não estivesse a cair aos pedaços». A assumida candidata a chef de pastelaria tem por base a escola que frequenta, onde «não chove nas salas, mas há rachas nas paredes, buracos no teto e até um sítio por onde caem telhas». Por isso, essa seria a prioridade numa escola ideal.

Os professores, por sua vez, «não iriam gritar com os alunos por qualquer razão». Como no caso de um aluno que «se enganou num problema que parecia simples: a professora começou aos berros e a chamar-lhe ignorante e burro. Na minha escola, os professores teriam de ser mais compreensivos e explicar as coisas sem gritar», garante.

As turmas deviam ter entre 18 e vinte alunos, que teriam de «respeitar os professores e fazer os trabalhos pedidos». Se fosse necessário algum castigo, Luna, que tem 11 anos e já foi delegada de turma, defende que seria «escrever muitas vezes no caderno o que não deviam ter feito». Em relação aos telemóveis, revela alguma abertura: «Os alunos poderiam tê-los nas aulas, desde que desligados.»

Embora aprecie as novas tecnologias, Luna entende que na «sua» escola os alunos deviam continuar a «trabalhar com cadernos», nos quais se pode «escrever a sério». «Se houvesse computadores, provavelmente, seriam da Microsoft e esses são mais complicados», atira, entre risos.

Os intervalos, defende, deveriam ter mais atividades de que gosta: «Haveria um jardim com mesas, escorregas e baloiços, e podia jogar-se voleibol nos intervalos. E assim os alunos iam mais contentes para as aulas», considera, estabelecendo, a fechar, o horário ideal para as aulas: «Começariam às 09h15 e iam até às 15h00. Um dia ou outro, podiam prolongar-se até às 17h00.»

MORGANA, 15 anos, 8.º ano, Castelo Branco
Aprofundar o inglês para emigrar
Morgana, que se assume «boa» a línguas, elege como escola ideal uma que fosse apenas de inglês porque, defende, todos têm «um gosto especial por uma só disciplina e desejam só ter essa». No mínimo, «acabava com físico-química e educação física». «Quero ir para fora de Portugal», remata, revelando o objetivo com que sonha aos 15 anos.

Para o ensino secundário, em que vai repetir o 8.º ano, gostava de ver algum investimento. «A minha escola ideal seria moderna, com uma biblioteca cheia de livros e bons professores de inglês», diz, desejando também «cadeiras confortáveis. Mesmo estando em crise, deveria investir-se em cadeiras que não estivessem partidas». A escola seria «um edifício de dois andares com cores vivas, chão de madeira clara e cacifos como se vê nas escolas americanas». Nas paredes, haveria quadros de pintores conhecidos como o Cargaleiro, que é português», concretiza.

De evitar a formação de «grupos sociais. Nada de rótulos como “os populares”, “os cromos” ou “os ricos”. Rótulos é bullying e isso é errado», conclui.

As aulas, para deixarem de ser «uma seca», deveriam alternar mais vezes com «visitas de estudo a todos os sítios possíveis e até ao estrangeiro». Essas atividades seriam suportadas pela «venda de material escolar que já não se usasse». Dentro das salas de aula, Morgana gostava de ver a utilização de «filmes e jogos tipo Trivial» com base na matéria e «mais trabalhos de grupo ou individuais». é que «passar as aulas com a cabeça espetada nos livros é secante» e, desta forma, garante, «conquistava-se a atenção dos alunos».

DIOGO, 15 anos, 9.º ano, Albufeira
Desporto no recreio e mais atenção à violência
Uma escola onde se permitissem atividades desportivas nos intervalos seria a prioridade de Diogo, 15 anos, que, além de estar prestes a entrar no 9.º ano, é também jogador de basquetebol nas camadas jovens do Imortal de Albufeira: «Na minha escola ideal não seria proibido jogar futebol ou básquete nos intervalos. E haveria também uma área para BMX e skates.»

As aulas também seriam diferentes. «Tinham de ser mais divertidas e os professores mais abertos com os alunos», defende, por contraponto à «seca» que diz sentir nas suas aulas em que, acusa, «os professores falam, falam, mas não dão nada para fazer. Estamos ali a olhar para eles com mais vontade de dormir do que de os ouvir. Os professores, na escola ideal, não levariam as aulas tão a sério nem impunham que os alunos estivessem o tempo todo a ler para decorar a matéria».

Apreciador de matemática, Diogo entende que na «sua» escola não haveria lugar para história porque essa «é uma disciplina que não vai servir de nada». A não ser que se queira seguir, por exemplo, arqueologia», refere, como exceção, o basquetebolista. Por outro lado, como é natural da Suíça, gostaria que o alemão fizesse parte do currículo normal.

Para facilitar a vida aos alunos, e porque vive numa cidade cada vez mais problemática, a escola ideal teria «uma espécie de cartão magnético que se carregava com dinheiro. Assim haveria menos possibilidades de serem roubados», justifica. E para os que se portassem mal haveria uma zona de castigo, «com uma vedação que não os deixasse dar-se com os outros. Além disso, em vez de serem expulsos, os malcomportados ainda teriam de ajudar na cantina, limpar casas de banho e outros trabalhos desses», concretiza.

MARTA, 15 anos, 10.º ano, Charneca de Caparica
Melhor acompanhamento dos alunos
Marta, de 15 anos, elege como ideal uma escola onde «professores e alunos se dessem todos bem. Alguns professores são distantes dos alunos e essa relação é importante. Por vezes, precisamos de alguém para falarmos dos problemas que temos com os nossos amigos ou até dos que temos em casa», justifica. «Na maioria das vezes, os alunos mais rebeldes apenas precisam de falar com alguém porque têm muito mais problemas do que aparentam», reforça. «Os que insistissem no mau comportamento seriam castigados», exemplifica, «tendo de limpar uma parte da escola».

De uma forma geral, Marta, que sonha ser cirurgiã plástica, gosta da escola como está. Mas haveria algumas diferenças: «A minha turma tinha 24 alunos, mas na escola que criasse haveria apenas três turmas por cada ano, do 1.º ao 9.º. E cada uma teria vinte alunos para que cada um recebesse a devida atenção. Com mais alunos, nem todos a têm.» As aulas, por seu turno, manteriam os «normais noventa minutos. Os alunos teriam acesso informático aos manuais, mas seriam bloqueados os sites que se revelassem uma distração», defende. A avaliação final seria realizada «através das médias dos testes no final de cada período. Só se realizaria um teste final se o aluno estivesse em risco de reprovar», acrescenta.

Os intervalos «teriam vinte minutos» e seriam passados «no bar dos alunos, a conversar e a comer, ou a fazer atividades desportivas no campo de jogos». O bar é, aliás, um dos locais onde Marta implementaria mudanças: «A uma certa hora, os alunos poderiam pôr música.» A decoração do bar também seria da responsabilidade dos alunos para que se sentissem «importantes dentro da escola». Para as atividades desportivas entre as aulas, ao contrário do que sucede, «seria a escola a emprestar o material necessário, como as bolas».

ALIJAN KEVAL, 19 anos, universidade, Barreiro
O ensino perfeito começa em casa
Alijan tem 19 anos, completou o 12.º ano com média de 17 e está em transição para a faculdade. Quer seguir Gestão. Vê a escola de forma positiva e reconhece-lhe muitos méritos. Como ideal, elege um estabelecimento de ensino onde os alunos queiram, possam e sejam motivados a participar. «A ideia de uma escola perfeita, para mim, baseia-se na harmonia entre o ensinar e o querer ser ensinado. Defendo a promoção do empreendedorismo e da iniciativa própria dos alunos dentro da própria escola», diz o pré-universitário, responsável por vários projetos extracurriculares na escola onde completou o secundário.

A coordenação com os pais, sublinha, «é essencial». Até para se «conhecerem eventuais problemas e saber como lidar com eles. Não há um manual para isso, cada caso é um caso. Os professores devem ter mais iniciativa nesse sentido», defende Alijan, natural da Alemanha, português de nacionalidade e com nome de origens árabes pelo lado do pai.

O jovem barreirense vai um pouco mais longe, defende turmas de vinte a 25 alunos e reclama a «participação na avaliação dos professores», que, sublinha, «não pode ser feita sem ser ouvida a voz dos estudantes. Os professores devem investir mais nos métodos para cativar os alunos. Sei que este é um dos setores profissionais mais estagnados e onde há muito desemprego, mas é preciso ver bem quem deve continuar a dar aulas e quais estão a mais por não fazerem bem o trabalho devido», reforça.

Os alunos, por fim, também precisam de ser responsáveis. «Há falta iniciativa dos estudantes em Portugal. é do que mais noto a falta em comparação com o estrangeiro», conclui Alijan, que ainda passou um ano no ensino alemão. Mas, repete, assumindo a própria experiência, esta responsabilização passa muito pelo ambiente familiar.

Nuno Crato: “Mais que computadores, o que mais faz falta nas escolas é empenho”

Lusa | 15.08.11

O ministro da Educação e da Ciência (MEC), Nuno Crato, defendeu hoje, em Gouveia, que “mais que computadores ou quadros interativos, o que mais falta faz nas escolas é empenho”.

Nuno Crato afirmou que é “necessário fazer melhor com menos meios” e que isso obriga ao “empenho” de todos, professores, alunos e pais.

O governante visitou Gouveia, que hoje festeja o seu feriado municipal, a convite da Câmara Municipal, onde assistiu à homenagem ao pintor Abel Manta, natural desta cidade.

No discurso proferido nos Paços do Concelho, o ministro salientou a necessidade de “haver mais disciplina e respeito pelos professores”, tanto da parte dos alunos como dos educadores.

“O problema central das escolas não é a avaliação dos professores”, disse Nuno Crato, adiantando que está a trabalhar para que este modelo de avaliação seja “o mais justo possível”.

O ministro quer dar maior autonomia às escolas, às autarquias e às populações para que sejam elas os protagonistas nas mudanças e afirmou que o seu ministério lhes dará todo o apoio.

“Temos de ter o bom senso de não tentar fazer tudo de novo e de uma só vez”, disse Nuno Crato, que disse preferir ir fazendo “pequenas mudanças”.

Questionado pela Lusa sobre se o aumento do número de alunos por turma – de 24 para 26 – terá como consequência o despedimento de professores, Nuno Crato disse que esta medida terá “muito pouca” influência sobre os quadros das escolas, mas adianta que tal não invalida que vá haver contratos que não serão renovados.

O presidente da Câmara de Gouveia, álvaro Amaro, elogiou a “tranquilidade” do novo ministro e realçou a importância das políticas educativas no sentido de evitar a desertificação do interior e apelou ao governante para que ajude a autarquia na sua vontade de instalar na cidade um curso superior de saúde.

Jovens portugueses são líderes das novas tecnologias

Diário de Notícias | 10.08.11

Se há coisa da qual os jovens portugueses percebem, é de computadores e Internet. Têm quase todos acesso e sabem como se proteger.

A Lei de Moore diz-nos, isto de forma simplificada, que num curto espaço de tempo a tecnologia evolui para o dobro das capacidades, diminuindo o seu custo. Os jovens portugueses não deixam os créditos em mãos alheias e, segundo uma junção de três estudos europeus, aparecem na linha da frente dos que melhor dominam as tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Por exemplo, de 2005 a 2009, houve um aumento de 24% nos utilizadores de computadores e Internet na faixa etária dos dez aos 15 anos.

Governo ainda não decidiu futuro do Magalhães e do programa e.escola

Público | 30.07.11

O Ministério da Educação e Ciência ainda não decidiu se vai continuar com os programas e.escola e e.escolinha, que permitiam o acesso de alunos e professores a computadores e ligações de Internet a custo reduzido ou gratuitamente. Contrato é válido por mais um ano letivo.

Contactado pelo PúBLICO, o ministério afirmou apenas que “estas questões ainda estão a ser avaliadas”, escusando-se a dar mais pormenores e a esclarecer se os computadores Magalhães encomendados pelo anterior Governo já foram todos entregues ou se esse processo terá de se estender pelo ano letivo que começa em setembro.

Os computadores do e.escola eram desde 2007 distribuídos, com ligações portáteis de banda larga, pelos três operadores de telecomunicações e destinavam-se a alunos do 5.º ao 12.º anos. O e.escolinha arrancou um ano depois com os portáteis Magalhães, dirigidos ao ensino básico e produzidos pela JP Sá Couto, com base num modelo da multinacional Intel.

O presidente do conselho de administração daquela empresa, Jorge Sá Couto, afirmou ao PúBLICO, por e-mail, que “ao abrigo do concurso público internacional que a JP Sá Couto venceu, poderá ainda fornecer equipamentos que preenchem o próximo ano escolar”.

O Governo socialista lançou no ano passado um concurso público internacional para a distribuição de 250 mil portáteis aos alunos do 1.º ciclo, no valor de 50 milhões de euros (mais IVA), 45 milhões dos quais suportados pelo Orçamento de Estado. à JP Sá Couto acabou por ser adjudicado um lote de 94.421 computadores. Os restantes portáteis, divididos em dois lotes, foram entregues às empresas Prológica Sistemas Informáticos e Prológica Solutions (que fizeram com a JP Sá Couto parte do consórcio responsável pelos primeiros Magalhães), embora todos os portáteis sejam iguais e fabricados pela empresa de Matosinhos.

Questionado sobre o número de computadores entregues no ano letivo passado, o ministério disse não estar em condições de dar essa informação e a JP Sá Couto não respondeu em tempo útil. A distribuição completa ainda durante o ano letivo de 2010-11 foi uma meta traçada tanto pelo Governo como pela empresa.

O atual ministro da Educação, Nuno Crato, já se mostrara, antes de assumir a pasta, pouco favorável à introdução de computadores nas escolas. Em setembro de 2007, num artigo de opinião no Expresso intitulado “Computadores contra o ensino”, Crato, então presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, escreveu que “é bom usar computadores, mas é perigoso deslumbrarmo-nos e julgar que eles vão resolver os problemas básicos do ensino”.

PJ não consegue responder a metade das queixas da Internet

Diário de Notícias | 30.07.11

O número de participações recebidos na PJ por crimes informáticos tem crescido “de forma estrondosa” e ultrapassa já o número de crimes de outras áreas que não as da internet.

Foi o próprio diretor da PJ do Porto, Batista Romão, quem o reconheceu em declarações prestadas, em janeiro, ao Jornal de Notícias, especificando tratarem-se essencialmente de crimes de contactos com vista a práticas sexuais e pedófilas, devassa da vida privada, acesso ilegítimo a dados pessoais, injúrias, “phishing”, burlas, divulgação ilícita de fotos, usurpação de identidades, entre outros. A diretoria reconhecia então não ter recursos para, sem prejudicar investigações, acudir a todas as solicitações.

Junto dos mais novos a massificação do uso da internet aumentou desde 2007 e 2008 altura em que a maior parte das crianças e adolescentes passaram a utilizar computadores dos programas e-escolas e “Magalhães”. A partir dessa altura as escolas começaram também a intensificar os pedidos para ações de esclarecimento aos quais a polícia tem dificuldade em responder. A PJ teve de disciplinar estas ações através de um acordo celebrado com a Direção Regional de Educação do Norte (DREN).

Motores de busca reduzem a nossa memória

Diário de Notícias | 18.07.11

Projecto vai ser apresentado dia 30 de Maio

A WikiCiências, enciclopédia científica portuguesa online, vai ser apresentada na próxima segunda-feira. O site, que faz lembrar o Wikipedia, já tem 250 entradas disponíveis e destina-se “a professores e alunos do básico e do secundário”, diz o comunicado. “A WikiCiências surgiu da necessidade sentida por professores e alunos de terem à disposição um instrumento de pesquisa – em português – credível”, diz o comunicado. A apresentação do site vai ser feita dia 30 de Maio, às 17h, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Conta com a presença de José Ferreira Gomes, editor-chefe da WikiCiências, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e deputado pelo PSD. As cercas de 650 entradas do site foram elaboradas por professores das Faculdades de Ciências das Universidades do Porto, Lisboa, Coimbra e Minho, e alunos, “principalmente de doutoramento”. Menos de dois terços destas entradas estão em processo de avaliação para poderem ser publicadas. Os organizadores esperam ter até ao fim do ano ter cerca de 1000 entradas para leitura universal.

Jogos são as aplicações móveis mais populares

Público | 07.07.11

Pessoas desvalorizam memorização de informações quando sabem que as podem vir a encontrar na Internet.

Podem ser um excelente recurso num momento de dúvida, mas os motores de busca podem estar a prejudicar a memória dos seres humanos. Um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores norte-americanos defende que o constante recurso a estas pesquisas está a degenerar a forma como o homem armazena as informações na sua memória.

O trabalho foi divulgado pela revista Science e explica que “quando os participantes no estudo sabiam que a informação dada estaria disponível na internet ou num computador preocupavam-se menos em memorizá-la”. E que antes de pensarem na resposta muitos participantes pensavam onde podiam encontrá-la.

As bibliotecas escolares são essenciais

Diário de Notícias | 28.06.11

No novo contexto informacional em que vivemos, resultado do desenvolvimento das tecnologias e da Internet, em particular, é fundamental que a escola seja capaz de preparar jovens que, para além de um leque de conhecimentos, alguns axiais como a língua materna e a matemática, dominem um conjunto de competências complexas no que à informação diz respeito. Para responder a essa exigência, as bibliotecas escolares são um bem educativo e cultural essencial.

As formas clássicas de produção, conservação e circulação do saber, intimamente ligadas ao livro e ao impresso, estão a alterar-se profundamente. Crianças e jovens são cada vez mais marcados pelo acesso e uso precoce duma grande parafernália tecnológica – telemóveis, consolas de jogos, mp3, computadores, ipads… -, uma grande apetência por conteúdos audiovisuais e, sobretudo, pela Internet. No final da escola aguarda-os um mercado de trabalho caracterizado pela mudança, flexibilidade, necessidade constante de adaptação e de trabalhadores cada vez mais qualificados. Vão mudar de emprego várias vezes e vão ter de continuar a aprender ao longo da vida.

Quando todo o conhecimento de que necessitamos parece encontrar-se na Web, à distância e velocidade de um clique, as atividades de pesquisa e tratamento de informação tornaram-se mais complexas do que podíamos imaginar. E a geração que apelidamos de “nativos digitais” ou “geração google”, apesar da destreza tecnológica, revela grandes fragilidades na procura e uso de conteúdos informativos relevantes e fiáveis, assim como na capacidade de os transformar em conhecimento. Quem é que hoje, no papel de professor ou de pai, não experienciou a frequência com que crianças e jovens se limitam a “googlar” um tema, aplicando a seguir o método do “copiar e colar” para produzirem o trabalho que lhes foi pedido?

Todo este cenário exige que a escola promova o ensino e aprendizagem de diferentes literacias, nomeadamente a literacia de informação, aqui entendida como o conjunto de competências que capacitam para o acesso, uso e aplicação eficaz da informação, em diferentes suportes, formatos e contextos. é este desafio recente, assim como o da leitura, nos tradicionais e nos novos ambientes, que torna as bibliotecas escolares tão necessárias. Vejamos.

Por mais que a tecnologia nos inunde, a leitura continua a ser uma aprendizagem primordial, condição de todas as outras. Aprende-se a ler, lendo, o livro continua a ser o suporte de eleição para essa aprendizagem, e a leitura, analógica ou digital, o instrumento de compreensão global. Nem todas as famílias têm condições para proporcionar livros e um ambiente leitor às suas crianças e jovens. As bibliotecas escolares são, pois, um ponto de acesso ao livro, a outros suportes e a atividades que estimulam o interesse e competências de leitura ao longo da escolaridade.

As bibliotecas escolares são igualmente um espaço de inclusão digital. Alguns programas do Ministério da Educação, o próprio embaratecimento da tecnologia, facilitaram a posse de computador pessoal. Em relação à Internet, considerando os dados do projeto Eukids Online, verificamos que só 78% das crianças e dos jovens portugueses entre 9 e 16 anos acedem à Internet. E cerca de um terço através das bibliotecas, tanto escolares como públicas.

Mas a inclusão digital não se resume ao acesso, pelo contrário, transfere-se cada vez mais, mesmo nos países mais desenvolvidos, para o problema do uso. Entendidas como espaços de aprendizagem, as bibliotecas escolares desempenham um papel fundamental na promoção de um uso seguro, criterioso, crítico e eficaz da informação. Em todos os agrupamentos de escolas e escolas secundárias têm sido o lugar por excelência onde estas questões são especificamente colocadas e trabalhadas com os professores bibliotecários, com todos os docentes já sensibilizados para o tema e, em especial, com os alunos. O Programa Rede de Bibliotecas Escolares tem sido decisivo no desenvolvimento destes espaços na escola.

Relatório da OCDE: Acesso de alunos a internet em casa quase quadruplicou em nove anos

Publico | 28.06.11

Em 2000 apenas 24 por cento dos estudantes portugueses afirmavam ter acesso a internet em casa. Em 2009 esse número subiu para 91,1 por cento. Portugal acompanha uma tendência geral mas o seu “salto” neste campo destaca-se. Se em 2000 se encontrava bastante abaixo da média dos países da OCDE em 2009 ultrapassa esse valor médio. O acesso a internet em casa é apenas um dos muitos dados apresentados no retrato sobre as novas tecnologias e o desempenho dos alunos chamado “Estudantes On-Line”, no âmbito do mais recente relatório PISA ((Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes) apresentado nesta terça-feira em Paris.

Apenas 0,4 por cento dos cerca de 6.200 estudantes portugueses inquiridos para este estudo indicaram que nunca usaram um computador.

São quase 400 páginas de números, estatísticas e comparações. O mais recente relatório PISA inclui os resultados de um questionário geral sobre o uso de computadores na escola e em casa a países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) e alguns países convidados e ainda as conclusões de um projeto mais restrito levado a cabo em 2009, no qual Portugal não participou, e que quis testar a capacidade dos alunos em usar a informação on-line.

O documento da OCDE mostra, de facto, que os alunos portugueses estão hoje acima da média no acesso a computador e a Internet em casa, ao contrário do que se passava há nove anos. Porém, os nossos alunos continuam abaixo da média da OCDE no que se refere ao acesso a computadores na escola. Em 2009, 91,7 por cento dos estudantes portugueses tinham acesso a computadores na escola quando a média em 29 países da OCDE era de 93,1 por cento. No acesso à internet na escola, Portugal já consegue ultrapassar a média de 92,6 por cento com o registo de 96,5 por cento. Por outro lado, o rácio de computadores por número de estudantes na escola aumentou de 0,07 para 0,10 entre 2000 e 2009 mas também continua abaixo da média de 25 países da OCDE (0,13 em 2009).

Onde é que Portugal se destaca? Portugal surge em primeiro lugar no quadro que exibe a percentagem de alunos que afirmam poder realizar uma apresentação multimédia, “com som, fotografias e vídeo” sem recorrer a qualquer tipo de ajuda. De 36 por cento em 2003 os alunos portugueses passam neste capítulo para 72 por cento, quando a média de 29 países da OCDE está nos 53,6 por cento. E neste tipo de tarefa quem mais parece ter evoluído são as raparigas. Em 2003 apenas 24,3 por cento das estudantes afirmavam ser capazes de fazer uma apresentação multimédia sem ajuda e em 2009 esse grupo já atingia os 71 por cento. Os alunos portugueses também superam os valores obtidos por 28 países da OCDE (que conseguem uma média de 82,8 por cento) quando vemos que 95,9 por cento consideram que “é muito importante trabalhar com um computador”.

Mas o relatório constata grandes disparidades entre países, do acesso quase universal à Internet em casa em países como a Noruega e a Finlândia, a menos de metade no México e a apenas 10 por cento na Indonésia. São também grandes as diferenças entre alunos socialmente favorecidos e alunos provenientes de meios sociais com dificuldades, realça o relatório PISA. No entanto, em países como Portugal, “o uso da Internet na escola compensa a falta de disponibilidade de computador em casa” e são os alunos mais desfavorecidos “que têm maior inclinação para usar o computador na escola”. Apenas 0,4 por cento dos cerca de 6.200 estudantes portugueses inquiridos para este estudo indicaram que nunca usaram um computador, uma das percentagens mais baixas neste indicador entre os membros da OCDE.

O PISA avalia as competências e conhecimentos dos alunos no nível de ensino correspondente aos 15 anos de idade. O programa completou a quarta série de estudos, analisando sucessivamente cada uma das áreas de interesse em 2000, 2003, 2006 e 2009. Com Lusa.

Portugueses usam mais Internet em casa do que na escola

Lusa | 28.06.11

Os alunos portugueses estão acima da média no uso da Internet em casa mas abaixo da média no seu uso na escola, segundo um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos (OCDE) apresentado hoje em Paris.

O documento indica, no entanto, que Portugal, entre 70 países, tem uma das percentagens mais elevadas de alunos com acesso à Internet na escola.

Os dados fazem parte das conclusões do novo relatório PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes) sobre as novas tecnologias e o desempenho dos alunos, que atualiza o estudo de 2009 realizado pela OCDE.

Portugal ocupa o primeiro lugar em percentagem de alunos que afirmam poder realizar uma apresentação multimédia, “com som, fotografias e vídeo”, tendo registado uma duplicação deste indicador em relação a 2003, para uma percentagem (acima de 70) que mais do que triplica o valor médio dos países que participam no PISA.

O relatório constata grandes disparidades entre países, do acesso quase universal à Internet em casa em países como a Noruega e a Finlândia, a menos de metade no México e a apenas 10 por cento na Indonésia.

São também grandes as diferenças entre alunos socialmente favorecidos e alunos provenientes de meios sociais com dificuldades, realça o relatório PISA.

No entanto, em países como Portugal, “o uso da Internet na escola compensa a falta de disponibilidade de computador em casa” e são os alunos mais desfavorecidos “que têm maior inclinação para usar o computador na escola”.

Apenas 0,4 por cento dos cerca de 6.200 estudantes portugueses inquiridos para este estudo indicaram que nunca usaram um computador, uma das percentagens mais baixas neste indicador entre os membros da OCDE.

Entre os alunos portugueses inquiridos para o PISA 2009, 98 por cento responderam dispor de computador em casa. O número de estudantes nestas condições aumentou 41 por cento em Portugal de 2000 para 2009.

Adolescente chinês troca rim por um iPad2

Diário de Notícias | 03.06.11

Um estudante de 17 anos vendeu um rim por cerca de 2200 euros para poder comprar um iPad.

Esta história insólita aconteceu na província de Anhui, no leste da China. Zhen, assim se chama o jovem, leu um anúnico no jornal onde ofereciam cerca de 2200 euros por um rim. E decidiu aceitar a proposta.

“Queria muito ter um Ipad 2 mas não tinha dinheiro. Encontrei um anúncio, colocado online, a dizer que pagavam20 mil yuans (2,200 euros) por um rim”, contou Zhen à Shezhen TV.

O adolescente deslocou-se posteriormente a um hospital onde foi operado, esteve internado três dias, e no final da cirurgia recebeu o dinheiro que lhe prometeram.

Quando chegou a casa com um computador portátil e um iPad2, a mãe questionou-o sobre como tinha arranjado dinheiro. Mas só após muita insistência, Zhen confessou tudo à mãe, que informou as autoridades sobre o sucedido.

WikiCiências: enciclopédia científica portuguesa quer ser um instrumento de pesquisa credível

Público | 25.05.11

Projecto vai ser apresentado dia 30 de Maio

A WikiCiências, enciclopédia científica portuguesa online, vai ser apresentada na próxima segunda-feira. O site, que faz lembrar o Wikipedia, já tem 250 entradas disponíveis e destina-se “a professores e alunos do básico e do secundário”, diz o comunicado. “A WikiCiências surgiu da necessidade sentida por professores e alunos de terem à disposição um instrumento de pesquisa – em português – credível”, diz o comunicado. A apresentação do site vai ser feita dia 30 de Maio, às 17h, na Fundação Gulbenkian, em Lisboa. Conta com a presença de José Ferreira Gomes, editor-chefe da WikiCiências, professor da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e deputado pelo PSD. As cercas de 650 entradas do site foram elaboradas por professores das Faculdades de Ciências das Universidades do Porto, Lisboa, Coimbra e Minho, e alunos, “principalmente de doutoramento”. Menos de dois terços destas entradas estão em processo de avaliação para poderem ser publicadas. Os organizadores esperam ter até ao fim do ano ter cerca de 1000 entradas para leitura universal.

Portugal e Bolívia assinam acordos para generalização de computadores nas escolas

Lusa | 05.05.11

O Governo português assina na sexta-feira acordos com a Bolívia para transferência de conhecimentos na área das tecnologias da informação e comunicação para a generalização do uso de computadores nas escolas, disse o secretário de Estado das Comunicações.

“O Governo da Bolívia manifestou já, por diversas ocasiões, o interesse em trabalhar com Portugal no desenvolvimento de um programa de massificação de uso de computadores e de tecnologias associadas à comunicação. Já tivemos um conjunto de visitas de trabalho e, neste momento, temos uma delegação portuguesa na Bolívia a terminar um acordo que será assinado nos próximos dias”, disse à Lusa o secretário de Estado Paulo Campos.

O governante, que representará o Governo português na assinatura do acordo, que decorrerá em La Paz, explicou que em causa está “uma transferência de ‘know how’ [conhecimento] de Portugal relativamente ao programa de massificação de computadores [e.escola], bem como a participação de um conjunto de empresas no desenvolvimento das tecnologias das informação e da comunicação associadas a setor da educação na Bolívia”.

Portugal e Bolívia querem computadores nas escolas

Lusa | 05.0511

O Governo português assina na sexta-feira acordos com a Bolívia para transferência de conhecimentos na área das tecnologias da informação e comunicação para a generalização do uso de computadores nas escolas, disse o secretário de Estado das Comunicações. “O Governo da Bolívia manifestou já, por diversas ocasiões, o interesse em trabalhar com Portugal no desenvolvimento de um programa de massificação de uso de computadores e de tecnologias associadas à comunicação. Já tivemos um conjunto de visitas de trabalho e, neste momento, temos uma delegação portuguesa na Bolívia a terminar um acordo que será assinado nos próximos dias”, disse à Lusa o secretário de Estado Paulo Campos.

O governante, que representará o Governo português na assinatura do acordo, que decorrerá em La Paz, explicou que em causa está “uma transferência de ‘know how’ [conhecimento] de Portugal relativamente ao programa de massificação de computadores [e.escola], bem como a participação de um conjunto de empresas no desenvolvimento das tecnologias das informação e da comunicação associadas a setor da educação na Bolívia”.

Sem querer entrar em pormenores, Paulo Campos disse que serão assinados acordos entre entidades da Bolívia e “um conjunto de empresas associadas à tecnologia da informação, incluindo o computador Magalhães, no sentido de participação de empresas portuguesas no desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação” naquele país.

A assinatura dos acordos contará com a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales, referiu Paulo Campos.

A JP Sá Couto, empresa de Matosinhos que produz o computador Magalhães, recebeu recentemente uma delegação da Bolívia para conhecer melhor o computador portátil criado para crianças.

última fábrica a produzir máquinas de escrever em todo o mundo fechou as portas

Público | 26.04.11

Os anos 1950 fizeram da máquina de escrever um símbolo da independência na índia, onde estes ruidosos instrumentos continuaram a ser produzidos até aos dias de hoje. Mas esta história de resistência chegou ao fim: a última fábrica que continuava a fazê-las chegar ao mercado capitulou face à supremacia dos computadores. As máquinas de escrever fazem há muito parte do espólio dos museus

A Godrej & Boyce, a multinacional com sede em Bombaim que ainda apostava na produção de máquinas de escrever, decidiu pôr um ponto final numa cronologia com quase século e meio (a primeira máquina de escrever comercial foi fabricada em 1867, nos Estados Unidos), aceitando finalmente a obsolescência deste instrumento de trabalho.

A última década foi fatal para a máquina de escrever. Nos anos 1990, já a época dourada no Ocidente tinha acabado, a Godrej & Boyce conseguia vender cerca de 50 mil máquinas anualmente. No entanto, o declínio progressivo das vendas culminou com um mínimo histórico no ano passado: saíram menos de 800.

“No início dos anos 2000, os computadores passaram a dominar. Todos os fabricantes de máquinas de escrever de escritório pararam a produção, exceto nós”, observou o diretor executivo da empresa, Millind Dukle, ao diário indiano Business Standard. E eles resistiram até agora, abril de 2011.

“Não estamos a receber muitas encomendas. Até 2009, costumávamos produzir 10 a 12 mil máquinas por ano”, contabilizou Dukle. Na despedida, sobram as duas centenas que ainda se encontram em armazém, a maioria das quais em árabe. “Esta pode ser a última oportunidade para os amantes da máquina de escrever”, sublinhou o responsável.

As máquinas vão passar definitivamente para os antiquários e museus, aonde chegaram anos antes do fim de linha. Desde logo, nos dedicados a alguns dos escritores mais relevantes do século passado: Faulkner, Hemingway, Burroughs, Kerouac. Este último, por exemplo, escreveu Pela Estrada Fora num único rolo de papel, para não ter que trocar as folhas da máquina e interromper a narrativa.

As histórias são muitas, os nomes reconhecíveis também – ainda hoje Cormac McCarthy escreve à máquina. Contudo, a história deste instrumento, que começou a ser desenvolvido no início do século XVIII, não se reduz a notáveis. Os escritórios eram o território natural das máquinas de escrever, que desempenhavam o atual papel quotidiano dos computadores: banais e indispensáveis.

Quase 200 mil ‘Magalhães 2’ entregues este ano letivo

Diário de Notícias | 26.04.11

O Ministério da Educação já entregou este ano letivo 193 679 computadores Magalhães2 (MG2) a alunos do 1.º ciclo e professores. Segundo dados adiantados ao DN, a maioria dos portáteis foram distribuídos já em 2011.

à espera de receber o seu portátil estão ainda 29 831 alunos do 1.º ano, já inscritos, sendo que segundo o ME, continuam a decorrer “em simultâneo” as inscrições e entregas, que “vão prosseguir até ao final do ano letivo”.

A estes somam-se os pedidos de outros 13 997 alunos, do 1.º ao 4.º ano, que por alguma razão não terão recebido os seus portáteis na altura própria.

JP Sá Couto assina protocolo com indiana produtora de conteúdos digitais Educomp

Lusa | 15.04.11

A JP Sá Couto anunciou hoje ter assinado um protocolo de colaboração com a indiana Educomp, “uma das maiores empresas mundiais de conteúdos digitais para educação”, para inclusão destas soluções nos produtos da companhia portuguesa.

“Uma das mais valias desta parceria é a flexibilidade, rapidez e capacidade de adaptação dos conteúdos produzidos pela Educomp à realidade local, cultural e linguística de cada país ou região”, explica o presidente do conselho de administração da JP Sá Couto em comunicado.

Segundo Jorge Sá Couto, “o projeto [do computador Magalhães] tem vindo a ser trabalhado segundo parâmetros de universalidade, transversalidade e flexibilidade”, tendo a empresa vindo a apostar em parcerias com empresas nacionais e internacionais que considera “como das melhores a nível mundial nas áreas onde operam”.

Instituto Camões assina protocolo com Priberam para aplicação do Acordo Ortográfico no mundo

Lusa | 29.03.11

O Instituto Camões assinou hoje um protocolo com a empresa Priberam, que fornece ferramentas linguísticas para a língua portuguesa, para dinamizar a aplicação do Acordo Ortográfico em todo o mundo.

Ao abrigo desse protocolo, a Priberam ofereceu ao Instituto Camões o FLiP 8 — a oitava versão do pacote de ferramentas linguísticas da empresa, que inclui corretores ortográficos, dicionários temáticos, corretores sintáticos e estilísticos, dicionários de sinónimos, hifenizadores, conversor para o Acordo Ortográfico, auxiliares de tradução, conjugadores de verbos, suplemento para o Word e um editor de texto.

Ainda esta semana estas ferramentas informáticas começarão a ser reencaminhadas para todos os leitorados, cátedras, centros de língua e professores da rede do ensino português no estrangeiro do Instituto Camões, e serão igualmente instaladas nos computadores existentes na sede do Instituto, indicou a Priberam, em comunicado hoje enviado à Lusa.

Tecnologia perturba o sono, indica estudo

Público | 07.03.11

Um estudo americano aponta que o uso de tecnologia à noite está a custar horas de sono a praticamente todas as faixas etárias. O brilho dos ecrãs pode perturbar o sono

Segundo um inquérito conduzido pelo Associação Nacional para o Sono dos EUA, praticamente 95 por cento dos inquiridos admitiu usar algum tipo de dispositivo eletrónico na hora imediatamente antes de ir para a cama (o que inclui a televisão, computadores, telemóveis e consolas). Cerca de dois terços admitiu que não dorme tanto quanto devia – e os responsáveis dizem haver uma ligação entre a falta de sono e o uso de eletrónica. Por um lado, a luz dos ecrãs fomenta um estado de alerta, ao inibir a produção de melatonina, uma hormona que ajuda a regular os ciclos biológicos e que induz sono. A melatonina é produzida em condições de pouca luminosidade.

Por outro lado, os aparelhos simplesmente ocupam horas em que as pessoas poderiam estar a dormir – é o caso dos muitos adolescentes que admitiram enviar mensagens de texto noite dentro, já quando estão na cama, mesmo que isso signifique dormir menos horas do que o necessário (e há até quem seja acordado a meio da noite pelo aviso de que chegou um novo e-mail ou SMS).

Mais de um terço dos adolescentes entre os 13 e os 18 anos, e 28 por cento dos adultos entre os 18 e os 29, afirmou jogar videojogos antes de se deitar. Sessenta e um por cento de todos os inquiridos disseram usar o computador pelo menos algumas noites por semana. Já ver televisão antes de ir para a cama era prática mais frequente na faixa etária dos 46 aos 64 anos.

Uso excessivo da tecnologia perturba o sono

Lusa | 07.03.11

Os norte-americanos estão a perder o sono por passarem o tempo a escrutinarem os ecrãs dos seus aparelhos eletrónicos, apurou um estudo divulgado hoje.

Entre as pessoas interrogadas pela Fundação Nacional do Sono (National Sleep Foundation), num universo de 1.508, com idades entre os 13 e os 64 anos, 95 por cento jogam jogos vídeo, veem televisão ou utilizam o smartphone ou o computador portátil na hora que antecede o deitar. “Este estudo revela que os ecrãs de fraca intensidade luminosa são muito utilizados na hora crucial que antecede a ida para a cama”, sublinha Charles Czeisler, da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, citado pela agência AP.

“A invasão dos quartos de dormir por estas tecnologias, que mantêm as pessoas acordadas, pode explicar a forte proporção de pessoas interrogadas que dizem dormir menos do que precisariam”, adianta. A sondagem revela que 43 por cento das pessoas consideram que raramente, ou nunca, têm um sono satisfatório durante a semana. Os mais idosos têm tendência a ver televisão, enquanto que os mais novos preferem os computadores, os smartphones ou as consolas dos jogos vídeo.

Ora, a utilização destes aparelhos “pode ter consequências graves para a saúde física, o desenvolvimento cognitivo e outros indicadores do bem-estar” dos jovens, alerta Lauren Hale, do Centro Médico da Universidade de Stony Brook, no Estado de Nova Iorque. Os investigadores suspeitam que os computadores, os smartphones e outros jogos vídeo são mais estimulantes do que a televisão, que induz um visionamento passivo, e que podem perturbar mais o sono.

As pessoas com défice de repouso por causa dos seus aparelhos têm tendência a recorrer ao café e à sesta para lutar contra a fadiga, segundo a sondagem, com uma margem de erro de mais ou menos 2,5 pontos.

Morreu depois de três dias a jogar computador

Diário de Notícias | 22.02.11

Um jovem chinês praticamente não comeu nem dormiu durante 72 horas para poder jogar computador, acabando por morrer no cibercafé.

O homem, que teria cerca de 30 anos, entrou em coma quando estava no cibercafé e foi levado para uma clínica, mas os médicos não o conseguiram reanimar, destaca o jornal “Beijing Times”.

Segundo os investigadores citados, este fenómeno não é único, havendo atualmente 33 milhões de chineses viciados nos jogos de computador. Num mês, o jovem que morreu tinha gasto 1120 euros para poder jogar na Internet

Governo corta nas ajudas para aquisição de portáteis – Alunos pobres sem apoio

Correio da Manhã | 04.02.11

O Ministério da Educação (ME) assumiu ontem que os alunos mais carenciados vão deixar de ter apoio especial na aquisição de portáteis. Em resposta enviada ao CM, a tutela esclarece que o programa e.escola terminou e é substituído pelo “programa e.escola 2.0”.

Este novo programa “garantirá a disponibilização de computadores a baixo custo para todos os alunos, não se prevendo qualquer sistema de apoio aos beneficiários do sistema de Ação Social Escolar [ASE]”, refere o ME, sem esclarecer quando será iniciado o e.escola 2.0 . Esta resposta do Governo surge na sequência de uma notícia de ontem do CM, sobre queixas no acesso aos portáteis do e.escola por parte de pais cujos filhos são beneficiários da ASE.

Governo lança programa e.escola 2.0

Público | 13.01.11

O Governo anunciou hoje a continuação do programa de promoção das novas tecnologias no ensino secundário, através do novo programa e.escola aprovado em resolução do Conselho de Ministros.

A nova geração do e-escolas inclui o desenvolvimento de um programa-quadro para permitir a continuidade de acesso em condições especiais de estudantes e professores a computadores portáteis e à Internet, disse hoje o ministro da Presidência do Conselho de Ministros, Pedro Silva Pereira, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião semanal do Governo.

A criação e utilização de “conteúdos educativos através das tecnologias de informação e continuação” e incentivar a utilização da rede de Nova Geração são outras medidas incluídas no novo programa, hoje aprovadas.

“Para além do acesso a equipamentos adequados a todos os alunos, professores e adultos em formação, privilegiar-se-á a disponibilização de conteúdos digitais e o acesso à Internet em banda larga suportada em redes de nova geração”, indica o comunicado do Conselho de Ministros.