Três perguntas sobre a utilização dos recursos digitais em aula
Magazine da Educação | n.o 11 | maio de 2012
Alunos mais atentos e motivados são as principais vantagens apresentadas pelos três professores entrevistados
1. Que importância atribui à utilização dos recursos digitais em sala de aula?
2. Quais são as principais vantagens de lecionar com recurso aos conteúdos multimédia?
3. Há quanto tempo utiliza os recursos digitais na sua sala?
Dora Gomes – Escola Secundária/3 Mem Martins
1. Considero muito importante, pois os alunos estão muito mais disponíveis para este tipo de abordagem e o seu tempo de concentração melhora consideravelmente. Apercebem-se da utilidade desta ferramenta e, não raro, dirigem-se à mediateca para consolidar as aprendizagens nos períodos anteriores às avaliações.
2. Menor dispersão e maior concentração dos alunos, mais entusiasmo e qualidade e rigor científico sempre disponíveis.
3. Utilizo desde que apareceu o produto inicial e pioneiro da Porto Editora, o Banco de Questões.
Fátima Veleda – Escola EB 2,3 Almeida Garrett – Amadora
1. é importante para motivar os alunos. Captar a atenção, motivá-los para a disciplina, apresentá-la de uma forma mais lúdica. Acham mais divertido e atrativo e as aulas de Matemática até passam mais rápido. Parece que estão a acabar quando ainda agora começaram, dizem eles.
2. Motivar e prender a atenção dos alunos para os conteúdos lecionados. é bem diferente da utilização sem movimento e estática de um manual. Quando se associa ao quadro interativo ainda se torna mais aliciante dado o movimento visualizado pelos alunos e a interatividade criada.
3. Desde que a Escola Virtual foi adquirida pela escola.
Joaquim Lavrador – Escola Secundária D. Afonso Sanches – Vila do Conde
1. O impacto é muito positivo, na medida em que se revela apelativo e motivador da aprendizagem, e permite uma veiculação do conhecimento e da informação num registo, leia-se linguagem, mais próximo dos interesses dos jovens através da aplicação de um conjunto de diferentes media (texto, imagens fixas e animadas, som, fotografia, vídeo, simulações de contextos laboratoriais e de fenómenos).
2. Refiro como vantagens mais imediatas a facilidade de acesso a informação atualizada e diversificada, dado que a divulgação digital precede temporalmente a publicação em suporte de papel, nomeadamente as de caráter científico e o recurso a simulações computacionais de contextos experimentais não realizáveis em laboratório escolar.
3. Desde há dois anos, sendo que esta utilização se tem vindo a implementar de forma gradual, sustentada pela evolução dos recursos físicos disponibilizados pelas escolas, bem como pelos recursos disponibilizados pela editora e pela diversidade, fiabilidade e qualidade científica crescente dos recursos digitais que foram surgindo.
Tribunal de Contas censura contratos de informatização das escolas do anterior governo
Dinheiro Vivo | 28.03.12
A atenção da instituição presidida por Guilherme d’Oliveira Martins recaiu no acompanhamento feito pelo GEPE à execução do Plano Tecnológico da Educação (PTE). O PTE tinha como objetivo equipar as escolas com as novas tecnologias de informação.
O TC criticou diversas práticas na contratação de serviços jurídicos e de assessoria técnica aos projetos do plano de informatização das escolas, nomeadamente o recurso ao ajuste direto.
As despesas de assessoria jurídica ascenderam a quase 1,3 milhões de euros, com os contratos a serem invariavelmente atribuídos a dois escritórios de advogados: Vieira de Almeida (cinco contratos) e Sérvulo Correia (18 contratos). O TC diz que apesar da censura à situação em causa, por ausência, na ocasião, de regras sobre a matéria, “entende-se não imputar responsabilidades individuais pelo procedimento adotado”.
Já em relação a outros contratos, o TC formula uma “opinião globalmente desfavorável”, avisando tratarem-se de situações “suscetíveis de constituir eventual responsabilidade financeira sancionatória”.
Idêntico entendimento é feito em relação a contratos de assistência técnica – à exceção de um com a A.T. Kearney Portugal -, em que “atentos os factos e as alegações apresentadas entende-se que é de relevar a inerente responsabilidade financeira sancionatória”.
O Tribunal de Contas também censurou a forma como foi acompanhada a execução do contrato de 51,9 milhões de euros com a PT para instalar “banda larga” nas escolas. Escreve o TC que o prazo de execução da empreitada terminou em julho de 2009, não tendo sido concluídas 257 escolas. A PT diz que concluirá, sem quaisquer encargos adicionais, a implementação do projeto, mas o TC censura o facto de o Estado não ter exigido as penalidades contratualmente previstas por incumprimento do prazo.
A concluir, o Tribunal de Contas recomendou à Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência que, entre outras entidades, sucedeu nas atribuições do GEPE, a adoção de quatro medidas para evitar a repetição destes factos, nomeadamente procurar maiores poupanças, mais transparência e concorrência e melhor fiscalização dos contratos.
Esta auditoria do Tribunal de Contas segue-se a uma outra, também relativa à atuação do Ministério da Educação no governo de José Sócrates, sobre o projeto do Parque Escolar, em que concluiu que houve um desvio colossal entre as despesas inicialmente orçamentadas e aquelas que o Estado teve de pagar a final.