Observatório dos Recursos Educativos publica a segunda parte do estudo relativa aos recursos educativos mobilizados no ensino profissional.

ORE | junho de 2010

Consulte aqui o estudo

O documento que agora se apresenta deve ser lido de duas formas complementares: como um estudo autónomo, relativo unicamente aos Cursos de Educação e Formação (CEF) – e aos recursos educativos neles utilizados -, ou como um trabalho incluído num projeto de investigação mais vasto que visa compreender este mesmo objeto de estudo no universo mais amplo da totalidade da oferta de ensino profissionalizante.

A primeira parte do díptico de que este estudo constitui o segundo segmento foi efetuada no ano letivo de 2007-2008 e refere-se ao ensino profissional de nível secundário Ao contrário desta última modalidade de ensino que os alunos podem escolher independentemente das (eventuais) retenções que caracterizem o seu percurso escolar, os CEF de níveis 2 e 3 (equivalentes à obtenção do 9.° ano de escolaridade) – que são os que conhecem maior procura – foram criados como uma via alternativa para alunos com mais de 15 anos que ainda não tenham concluído o 3.° ciclo. Têm como principal objetivo a simultânea aquisição, por parte daqueles que os frequentam com sucesso, de habilitações escolares e de competências profissionais. O êxito que os caracteriza – como prova a sua crescente procura – tem sido reconhecido através da significativa taxa de sucesso escolar que viabilizam e da expressiva transição para o mercado de trabalho dos alunos que os frequentam.

Deve distinguir-se, no entanto, o produto do processo e perguntar pelos caracteres do segundo para aferir da razoabilidade do primeiro – e da promoção que o envolve. Perguntar pelas maiores carências sentidas pelos professores neste domínio, em particular, indagar quais os materiais que são utilizados com e pelos alunos – num contexto marcado pela não adoção formal de manuais escolares ou de qualquer outro recurso em sua substituição – e perscrutar os dispositivos acionados pelas escolas para garantir a qualidade dos recursos que fazem chegar aos alunos são apenas alguns dos propósitos que estão na origem do presente trabalho cujos resultados adiante se expõem.

A consulta do calendário estabelecido pela tutela para a adoção de manuais escolares não contempla os cursos CEF, do que se deduz que não é obrigatória a sua adoção. Neste contexto é de crucial importância saber a partir de que fontes os professores constroem os seus materiais e através de que suportes os fazem chegar aos seus alunos.

Espera-se, por último, que, conjuntamente com o estudo “Os Recursos Educativos no Ensino Profissional: Análise de Situação no Ensino Secundário”, este documento possa servir como uma fonte de informação suficientemente credível e pertinente para a clarificação, em geral, do funcionamento da dupla formação escolar / formação profissional em Portugal e, em particular, dos recursos educativos que, neste contexto, são mobilizados.

Este estudo na comunicação social

CEF: Fotocópias substituem adoção de manuais
Educare|20.10.10

Ensino Profissional: fotocópias substituem os livros escolares
Jornal i|08.11.10